novembro 23, 2009

13ª Maratona de Curitiba - 2009 (post piegas)

A vontade era de começar com algum palavrão bem sonoro. A verdade é que minha participação nessa prova foi simplesmente sensacional. não pelo tempo de conclusão, não por ser uma maratona de 42K (essa redundância faz-se bem necessária aos não corredores,rs), não por ser uma corrida na minha amada terra natal.

A real é que as 4 horas e 37 minutos que passei oficialmente dentro prova trouxe uma série de sentimentos bons. Estava tão bom que deveria na verdade ter levado mais tempo, mas acabei me empolgando em busca de um ridículo recorde pessoal na distância. Sou avesso a essas bobagens de correr contra os outros ou contra mim mesmo (corro "comigo" e não contra meu tempo anterior). Tudo bullshit para mim. Meu estilo apenas, respeito e admiro os diferentes. Mas voltando à maratona...

Um belo domingo de sol e calor na capital dos paranaenses como eu. Desde a sexta feira eu já estava travando contato com pessoas que se mostraram super especiais, principalmente a @liliansilvapp, a @yaraachoa e o @marcoboss. Amizades que surgiram dessa tal internet e que se torna real, coisa que para mim é muito fácil e palpável. Verdadeiro mesmo.

Ter algumas horas de convívio com essas pessoas com certeza foi um grande fator motivador para eu mudar de idéia e em vez de correr parte da prova por não estar bem treinado e botar o coração para funcionar. Inspirado naquele treinador que Dean Karnazes teve quando adolescente eu fiz o mesmo: Corri com o coração!

Coração que já estava batendo forte na largada, presenciada por pessoas especiais para mim, amigos de longa data, outros de poucos dias.

E assim fui colocando meu coração a cada quilômetro das ruas de Curitiba. Corri quase 13 km conversando com o ultramaratonista Alexei, onde compartilhamos aspirações esportivas e segredamos objetivos malucos.

A cada posto de água eu me comovia com aqueles escoteiros-mirins entregando água para os atletas. Os desconhecidos apertavam os olhos para ler o nome no número de peito e lhe gritar palavras de incentivo com seu próprio nome. Pela primeira vez em uma competição de massa não ouvi alguma piadinha sem graça.

Havia um sol maravilhoso que proporcionou quase 30 graus de temperatura. Logo após o quilômetro 35 ouço alguém falando que vinha uma chuva para refrescar. Na verdade a chuva veio para realmente lavar tudo. Levar embora as coisas mal resolvidas, levar embora o George que achava ser bobagem correr mais uma maratona no asfalto, levar embora a dor do desencanto, inclusive com a própria corrida, já que havia quase um mês que não calçava os tênis.

Com o toró que caiu foi embora tudo de ruim que habitava minha mente nesses dias anteriores. E assim como a chuva levou embora o que era ruim, ela me trouxe novamente o Sol. Havia chegado a hora de reabrir as janelas. E o Sol disse:

Deixa Chegar O Sonho, Prepara Uma Avenida Que A Gente Vai Passar!

E veio a avenida: Candido de Abreu, último quilômetro da prova mais fantástica de toda a minha vida. Correr na terra natal que amo e me orgulho teve um valor fundamental: valorizar o que é do bem.

Como bônus, uma massagem pós prova, uma queda de 10 minutos em meu tempo final se comparada à outra maratona em asfalto que fiz esse ano e um split negativo. Ou seja: corri a segunda metade da prova um tantinho mais rápido que a primeira.

Números? Cinco maratonas em cinco meses. Ei-las:

Maratona do Rio de Janeiro, 28 de junho;
K42 Bombinhas, 15 de agosto;
Desafio Praias e Trilhas, 24 e 25 de outubro (duas maratonas em dois dias seguidos);
Maratona de Curitiba, 22 de novembro

Porém, mais importante do que os números foram os abraços e as demonstrações de carinho que recebi. Só para citar alguns que lembro o nome: Francisco Kirchgassner (cruzamos juntos a linha de chegada), Rose Vieira (quase perdeu a voz na chegada), Vivian Dombroski (um "vai George!" de arrepiar, faltando 200 metros), Alexei Caio (o cara vai correr 24 horas no final de semana seguinte), Itamar Góes (amigo das corridas de montanha), Rafael Bonatto (ultramaratonista e cliente Jamur Bikes), Clodoaldo Pasquini (companheiro de montanhas)....a lista seria imensa... Já citei o pessoal do twitter acima... Tem o Eliandro Padilha, vulgo Toi, além de companheiro de trabalho é corredor como eu e já prometeu fazer os 42K em 2010. Tem tanta gente...Naná, Deborah Leão, Rodrigo Stulzer, Casal Jessiê e Eriston Schypula, Jorge Ultramaratonista, André Xampa, Antonio Colucci... melhor parar senao tem gente que pode chiar, rs

Tudo isso é vontade de agradecer, porque sem essas demonstrações de carinho dessa galera toda e muitos mais (me perdoem se esqueci de alguém, de coração) eu não teria ido até o final.

Bem, jamais conseguiria passar aqui o que rolou no coração. Então o que tenho a dizer é ressaltar o que disse o cabra que meteu essa idéia na cabeça do Dean: Corra com o coração!

E ainda nesta semana um post mais técnico e menos piegas.

Valeu a todos.

3 comentários:

  1. parabens !!!!!
    eu sabia que vc iria curtir essa corrida. o carinho por curitiba (que eu tb tenho), os amigos e o astral te impulsionariam pela cidade.
    show de bola !!!
    cada vez, ando mais nessa fissura de correr por correr, correr por prazer. Aliás, como eu comecei a correr.

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  2. Grande George!

    Nada como lavar a alma, faz sempre bem!

    Abraços!

    Rodrigo Stulzer
    transpirando.com

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  3. Foi demais! Um domingo mágico pra mim e pra muita gente que conseguiu completar a prova. Quando entrei na avenida, para os metros finais perdi o fôlego pois comecei a chorar de alegria.Nunca vou esquecer essa sensação maravilhosa.E veio a chuva assim que cruzei a linha de chegada, lavando tudo...Era a bênção de Deus.

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