janeiro 30, 2014

Por Quatro Barras e Região em 2014

Fim do mês chegou e tudo se acalmou. Os dias tem estado quentes ao extremo no extremo do primeiro planalto paranaense. Sim, porque em tempos fossem antigos, aqui onde moro era uma borda de campo. A pouco mais de três quilômetros está o distrito quatro barrense de Borda do Campo, ainda em alusão àqueles tempos que haviam descampados a perder de vista por aqui. Agora, além do ridículo progresso do qual hipocritamente faço parte, se vê também a profunda ignorância sobre onde se vive.

Não escolhi, junto com a Ana Barbara, Quatro Barras para viver ao acaso. Lugar que travei conhecimento pela primeira vez nos anos oitenta, de cara me chamou a atenção. Algo bom no coração, simplesmente. Ficou a ideia: um dia viver nesta terra. Pesquisei, me informei, conheci a história e algumas pessoas. Sei que hoje vivo na bacia hidrográfica do Capivari, que ouço a vizinhança acelerando em chevettes rebaixados e que a casa está situada a pouco mais de 920 metros de altitude.

Challenge accepted. E missão cumprida. Hoje, nesta belíssima terra, passo a maior parte da minha vida. Tenho os cumes por perto, tenho a cidade por perto. Ainda preciso dessa porra de cidade, não há termo melhor para utilizar, perdoem-me os chatos e antiquados. Preciso para pagar as contas, para comprar o pão nosso de cada dia entre otras cositas más. Preciso para ganhar o dinheiro também, quem não gosta?

Um dia, tudo vai mudar, e assim como me dei uma missão e a cumpri, outra se inicia.

É sabido que rompi o LCA (Ligamento Cruzado Anterior) no dia 29 de novembro e desde então não pude mais praticar o esporte que amo, a corrida de montanha, a corrida fora do asfalto. Passei a pedalar e até já subi o Morro do Anhangava, coisa que muito preguiçoso jamais terá iniciativa de fazer. São dois meses passados e dois meses onde as dúvidas se foram e as certezas tomaram conta.

É este o período antes do carnaval em que as fantasias deram lugar à fria realidade. Ótimas conversas, com ótimos amigos. Apoio de profissionais, cada um no seu ramo, da culinária à fisioterapia, passando por astrologia e vida financeira. Colhi as informações. Joguei no bolo fecal mental da minha cabeça e saiu uma pasta pronta para ir ao forno.

Mais pé no chão e mais cabeça nas nuvens. Mais bike na estrada, mais amor para dar, mais trabalho a fazer. É assim que gosto de viver. Tudo sintetizado em uma frase inspiradora surgida em um vídeo de treinamento empresarial: 

"Dar o melhor de si naquilo que faz de melhor para o benefício dos outros." - Charles Handy

Queria um lema para 2014? Pega esse. Para toda a vida.

Hora do confessionário:

- Em 2014 não levo o veganismo a ferro e fogo. Tenho a enorme vantagem de contar com ovos frescos e vindos de galinhas muito felizes aqui das chácaras da região. Não vejo mal comer os ovos produzidos desta forma, pelo rabo das galinhas felizes. Eventualmente, uma pizza eu também não tenho como dispensar. Eu gosto e pago o preço por "sofrer" na consciência por comer algo que causou dor e sofrimento a outro ser vivo. Reconheço a fraqueza do espírito aqui. A carne, esta sim abolida, para todo o sempre, principalmente depois das "escorregadelas" do final de 2013.

- Não tenho mais vínculo com empresas esportivas por opção própria. Recebi por um tempo apoio da Deuter com equipamentos e recomendo a todos, para sempre. Da mesma forma, até o final do ano, era atleta da Território Mountain Team, participando de corridas de montanha. Deixei o time por escolha própria, igualmente. Quero - e preciso de - liberdade. Obrigado por tudo, amigos Território. São como uma família para mim, mas, uma hora, o filho deve voar ;)

- As eventuais competições que eu vá participar, levarei o nome Força Vegana e Trail Running Club Brasil.

A propósito, sou contratado TRC Brasil, nada mais que isso, por favor não confundam. Ganho a vida prestando serviço de consultoria em marketing digital e comunicação social para a querida empresa dos queridos amigos Ricardo Beraldi e Raphael Bonatto. Mas faço também outros 'bicos".

Em breve vou colocar o portfólio profissional do Volpão à disposição.

Chega de papo. Era pra eu escrever uma coisa e saiu outra, que porra de falta de foco... 

Vem ni mim fevereiro, que outro ano se inicia para mim, com 37 anos completados no dia 05. Fotos do mês, abaixo.

Beijunda, seus bronhas ;)


Faxinando!

Lá vem o sol! Vista da casinha...

Ame como se não houvesse amanhã!

Riding!

Pico do monte do cume do Morro do Anhangava. Estou de volta!

Perfeita simetria, duas metades iguais.

Os primeiros amigos com quem passamos vergonha pela zona na casa nova!

Bate-papo com o maior dos maiores: Vitamina!

Trabalhamos pra caralho pra deixar essa porra apresentável. Favor apreciar, hehe.






janeiro 17, 2014

Relatório 01 - Janeiro 2014

Isso, aê, feliz 2014 a todos, piazada.

Tem sido um pouco rara a minha presença no blogue. E vamos àquele papo de sempre: escrever mais, compartilhar mais, e tudo mais, mais e mais.

Assim é a tal sociedade pós-moderna: mais, mais e mais. Mais dinheiro, mais saúde, mais relatórios, mais metas, mais objetivos, mais foco e mais felicidade.

Tem a New Balance que trabalha com o conceito de "menos é mais" para justamente o que? Vender mais, é claro.

Quando, enfim, realizei com a Ana Barbara a mudança para Quatro Barras, a mudança também visava "mais" qualidade de vida, "mais" tranquilidade, "mais" proximidade com a Serra do Mar e "mais" economia.

Bah, o apartamento é sensacional. Não tem "mais" que 60 metros quadrados. Mas por que um casal poderia almejar "mais" que isso? "Mais" que dois quartos? Mais que aquilo que o bolso pode pagar em qualquer situação? Mudamos logo após a virada de ano e as coisas ainda estão se ajeitando. Em breve poderemos receber os amigos, algo que queremos fazer com frequência. Os gatos chegarão neste final de semana, que deve ser o primeiro onde, enfim, tomaremos o rumo da Serra do Mar. Apenas 5 quilômetros de bike nos separam da base do Morro do Anhangava, onde a paixão pela montanha foi despertada na prática em 28 de janeiro de 1995, quando pisei em seu cume pela primeira vez. Desde então, nestes 14 anos, mais de uma centena de vezes estive percorrendo as trilhas das montanhas paranaenses. Agora, estou cada vez mais perto da Serra.

E assim, aos poucos, vou deixando meu caminho cada vez mais traçado e direto: sem muitos desvios, espero, aproveitarei muito a viagem que me aguarda. Mergulhar dentro de nós mesmos é absolutamente fascinante, trazendo histórias e paisagens que jamais encontraremos em outros lugares.

Estou viajando em mim. Uma viagem sem fim. Um relatório da produção semanal, mensal e universal. O ponto de equilíbrio entre o bem e o mal. Para, no final, saber aquilo que seria óbvio: tudo muda, o tempo todo, no mundo.

Estou em mudança. A casa é nova mas o espírito ainda é pobre. Que venha o enriquecimento e fortalecimento. Seja do joelho podre, seja da alma que parece mais inquieta que naquele 28 de janeiro de 1995. Que venha a hora do almoço para matar a fome que mata. Que a chuva traga alívio imediato. E que os muros e as grades da minha alma, caiam.

Para ilustrar uma foto nada a ver.