janeiro 30, 2019

O Meu Aconcágua

Olá senhoras e senhores, tudo bem com vocês?

Nesta temporada, uma atleta argentina anunciou que faria uma tentativa de "Récord 360 del Aconcágua", que se trata de entrar subir a rota por Vacas e descer por Horcones (entendedores entenderão). É literalmente um 360 graus na montanha, fazendo seu cume a partir da trilha onde as duas rotas se encontram no Campamento Cólera. Segundo a "atleta", foi lá e fez.

Infelizmente surgiu grande polêmica a respeito do feito, uma vez que não se podia confirmar o cume através de fotos. Mas o que mais entristece são os relatos de quem estava na montanha na ocasião. Montanhistas que lá estavam relataram o profundo desrespeito desta senhorita com a montanha e com os montanhistas locais, menosprezando seu trabalho e classificando-os como "lentos", "cheios de roupas" e "vestidos como astronautas", que não podia acreditar que se levava normalmente de 18 a 20 dias para fazer essa rota que ela almejava completar em 48 horas. Enfim, comportamento patético.

Um texto sobre o assunto pode ser lido (em espanhol) aqui.
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O respeito à montanha pelos ditos atletas é algo que sempre cobrei e irei cobrar. Estou nas montanhas desde 1995 e com o boom das corridas em montanha que começou no início da atual década, observei que boa parte dos ditos atletas pouco ou nada contribuem para a conservação dos lugares onde mais importa a foto para as redes sociais do que o respeito aos demais visitantes, ao ambiente e à tradição.

Atualmente, estou afastado das agremiações de montanha que são responsáveis pelos mutirões de conservação e manutenção de trilha. Já participei de alguns em tempos passados e sempre que vou à montanha tento fazer o que é possível: não deixar rastros e ainda recolher algum tipo de resíduo que encontre, ou carregar por um trecho alguma pedra deixada nos depósitos criados por estes montanhistas, visando a manutenção das trilhas. Não fosse por essa turma unida e dedicada, não haveria trilhas para vocês corredores tirarem suas fotos e se desafiarem. Respeito!

E para concluir, o "meu Aconcágua" que sonho desde os meus 11 anos de idade é esse: com pessoas justas, éticas e com profundo respeito à montanha e sua história. Justamente por isso, que ainda não me sinto digno de pisar em seu cume. Ainda tenho muito o que evoluir como ser humano para o tão sagrado momento de estar nas encostas da Sentinela de Pedra. Fiz essa imagem do Aconcágua em fevereiro de 2009. Foi o mais perto que consegui chegar dele até então :)

Forte abraço, boas montanhas e perdoem-me o desabafo =)
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"Las competencias no son por las marcas, el tiempo, es superación personal y saber reconocer para que estamos preparados, y si nos caemos, levantarnos y trabajaras más duro para lograrlo."

“En la cumbre del Aconcagua no hay nada, sólo una cruz, la satisfacción de llegar, es revivir lo que pasamos para poder llegar”

Carlos Matías Sergo Pezoa





janeiro 28, 2019

Gravel Bikes São Mais Divertidas Que Mountain Bikes?

Senhoras e senhores, tudo bem com vocês?

Não tenho o hábito de usar títulos de textos chamativos. Talvez algum dia eu já tenha sido um escritor mediano. Hoje, com a falta de prática, certamente ainda não atingi o nível de escrita que almejo. Deixa estar, pois se o que faz o monge é o hábito, o que faz o escritor é o hábito de escrever, não?

Desta feita, coloquei um título pensado na indexação do Google, admito. Se alguém no Brasil pesquisar o termo Gravel Bike (negrito intencional também) no buscador, há uma chance grande deste texto ser encontrado. Daí a ele ser lido, é outra história... Vivemos dias cinzentos, meu chapa...

Dias onde apenas se leem as manchetes e já se forma opinião sobre tudo. Dias onde quem mal sabe escrever vira cientista político, ou economista, ou especialista em corrida, bicicleta e nutrição.

Como escrito acima: deixa estar. 

Não sigo neste espaço aqui por cagar regras, apesar de já ter feito isso aqui de forma sutil. Eram outros tempos. Tempos irados e de uma imaturidade perdoável. Você me perdoa? Eu me perdoei e por isso que tento retomar a escrita em novas cores e tons. Algo mais ameno.

Por isso que a resposta para a pergunta do título é algo meio zen: está em você. Afinal quem se diverte é você e não a bike. Bicicletas são imutáveis. Um apinhado de compostos metálicos e plásticos, unidos de forma mais ou menos harmoniosa com a finalidade de levar de um ponto a outro aqueles apaixonados por por emoção. 

Tive a ideia de escrever a respeito porque domingo passado pude pedalar minha gravel bike por estradões de terra nas vizinhanças de Curitiba. Desde outubro do ano passado eu rodava apenas com a mountain bike. Tem vídeo aqui

Esse tempo todo foi legal para poder me fazer essa pergunta do título e consequentemente obter a resposta de dois parágrafos acima.

E com uma conclusão mais que acertada: divertido é estar vivo!

Um forte abraço, ótima semana!






janeiro 23, 2019

Vídeo do Skyrunning no Anhangava

Salve, senhoras e senhores!

Deixo aqui o link para o vídeo do rolezinho pelo Morro do Anhangava. 

Se você não conhece meu trabalho no Youtube, então chega a mais e manda aquela inscrição no canal. Ajuda bastante a tornar os vídeos mais relevantes e a levar informação a mais pessoas.

Hoje, quarta-feira, 23 de janeiro ainda guardo umas poucas dores da atividade.
Reconheço que estou com uma abordagem equivocada nesta minha retomada das atividades esportivas. Tô dando muitas pauladas, pouca recuperação e sei que isso pode me prejudicar.

Portanto, vou tirar o pé. Mas cheio de vontade de encarar novamente o Anhangava ou de fazer um pedal longo no final de semana. De toda forma, as aventuras e os treinos continuarão.

Sigamos, bons treinos!




janeiro 21, 2019

Anhangava Skyrunning 2019

Buenas!

Ótimas sensações em meu retorno ao Morro do Anhangava no sábado passado para um skyrunning bem ao meu gosto: subidas íngremes, descidas técnicas e paisagens estonteantes.


Desde que voltei a morar em Curitiba, ainda não havia retornado a esta montanha que tanto me encanta. Antes eu morava a apenas 5 quilômetros de sua base. Agora são pouco mais de 25. Madruguei no sábado, encarei uma corrida de Uber até o ponto onde iniciei a pegada.


O resumo final é de pouco mais de 18 quilômetros em quatro horas de atividade com 1.011 metros de desnível positivo.

Uma carga de atividade que havia muitos meses que eu não conseguia aplicar.

Se irei retornar com força às provas de corrida em montanha neste 2019? Ainda não posso afirmar. A experiência do post anterior lá nos 12 km de Piraquara foi bastante promissora. No entanto este rolê livre e desimpedido de percursos marcados e de rotas traçadas parece ter me encantado o suficiente para que correr em montanhas seja algo muito mais lúdico do que competitivo.

Única certeza é que realmente não estarei presente na primeira etapa do Circuito Skyrace de 2019, em Tijucas do Sul na prova conhecida como Araçatuba Half Marathon. Eis os motivos (desculpas):

1. Já corri esta mesma prova em 2013;
2. Pouco dinheiro sobrando para inscrição;
3. Qualidade de treinamento insuficiente para encarar os 21 km.

Ir lá sem condições de fazer uma prova redonda não serve a nada. 

Da mesma forma, não tenho nenhuma outra competição de trail running que realmente me instigue e que me justifique investir uma soma de dinheiro que me proporcione a satisfação que as corridas em trilha me trazem.

Por enquanto, seguirei só, correndo pelas ruas de Curitiba e pelas trilhas, bem como subindo montanhas e pedalando pelos arredores da minha terra natal.

Abaixo algumas imagens e aqui o Relive da parada.

Forte abraço, bons treinos!





janeiro 14, 2019

Minhas Sensações após 5.a Etapa do Circuito Cross Country Uninter - Piraquara

Senhoras e senhores, tudo bem com vocês?

Pois é, I'm back.


De volta às competições de corrida em trilha.


Foi certamente uma das coisas mais divertidas que já fiz nos últimos tempos. Mas antes um pouco de história...

Minha forma física está bem inferior àquela que eu tinha quando abandonei as competições em 2014. Minha última prova havia sido a Indomit Costa Esmeralda 21 km, em maio daquele ano. Já naquela oportunidade eu não estava muito bem treinado, pois havia rompido o ligamento cruzado anterior do joelho direito seis meses antes. Mas...fui lá, fiz a prova e não foi assim tão legal. Eu estava em outra vibe, um pouco cansado dos holofotes que vinham em cima, pois trabalhava ativamente com isso. Escrevia para e ajudava a editar a Revista Trail Running de então, era muito mais presente aqui no blog e nas redes sociais e isso ajudou a me encher o saco daquilo. Tempos depois ainda rolou uma parceria com uma marca norte americana onde eu mais dava do que recebia... Para o ano seguinte eu rompi com tudo, voltei à trabalhar na Jamur Bikes (onde acabo de completar 4 anos consecutivos como coordenador do e-commerce e do marketing digital), passei a pedalar mais, quase não fui mais à montanha... enfim, muitas mudanças. Teve um divórcio, mais além veio um novo relacionamento que dia após dia me torna uma pessoa melhor para mim e para os outros, teve meus lançamentos musicais em forma de singles, ep's e álbuns. A vida em constante movimento e que me tornou o que sou hoje.

E hoje escrevo estas linhas com os quadríceps bem doloridos após esses anos todos quase inativo. Ou, pelo menos, não ativo da forma como era, treinando em trilhas semanalmente. Hoje moro em Curitiba e maior parte das minhas corridas não engloba grandes desníveis. A falta de condicionamento, no entanto, foi facilmente "esquecida" por conta das ótimas sensações durante a prova que rolou neste domingo 13 de janeiro de 2019 no Parque Trentino, região dos Mananciais da Serra, município de Piraquara - PR. Chamado de Corrida Cross Country (uma falha etimológica), na verdade tava mais para trail running mesmo. Bons e extensos trechos de trilhas não muito técnicas mas na medida perfeita para quem está (re)começando na modalidade.




O que percebi é que tem um povo bem forte correndo estas provas, o que me deu mais sede ainda de retomar as atividades nas trilhas e fazer até mesmo provas mais longas. Neste domingo foram 12 quilômetros (havia também a opção de 6 km). 

Para mim, o mais importante foi que eu verdadeiramente CURTI estar ali. Seja na hora de fazer força nas curtas e duras subidas, seja na hora de negociar os poucos trechos técnicos em descidas, seja na hora de "relaxar" nos estradões. 

Para mim é complicado dizer que vou voltar. Eu já anunciei tantas vezes que voltaria ao trail running para competir que tenho certeza que muita gente duvida ou está desacreditada. E com razão. Deixemos assim mesmo. Com um gostinho de dúvida e incerteza, até mesmo para mim. Afinal, seguir meu coração sempre foi o que me moveu.

Tenho muita facilidade em projetar e idealizar metas futuras mas grandes dificuldades em executar esses planejamentos. Minhas 13 maratonas, minhas 3 ultramaratonas, meus cumes nos Andes... tudo foi muito mais fruto de um "deixar rolar" do que de concretizar planejamentos.

Assim, o que sei para meu 2019 é que quero me manter ativo, muito mais que no ano anterior, onde episódios de depressão, gripe H1N1 e baixa imunidade me privaram de fazer muitas coisas que gosto. 

Espero retornar no próximo texto com boas novas :)

Abaixo algumas imagens.


Forte abraço, feliz 2019 a todos!