outubro 17, 2019

O Que Estou Usando - Tênis para Running: Hoka One One Clifton 4

Opa!

Este é um dos temas que mais gosto de abordar neste espaço. Mais do que falar sobre mim e sobre minhas impressões de um determinado equipamento, a experiência compartilhada é muito mais interessante que o conhecimento retido para si. Das dezenas de apresentações, avaliações e reviews que já fiz em meu site, muitas delas contribuíram para que os leitores tivessem um panorama importante sobre o que esperar de determinado item, competição ou equipamento. Então, pretendo aparecer com mais frequência aqui neste espaço. A finalidade não é trazer verdades absolutas sobre o tema abordado, mas sim as reais e sinceras impressões, como sempre foi o padrão nas análises críticas que faço neste espaço há mais de 10 anos.  

Feita esta pequena introdução, que permite-me aquecer os dedos no teclado, adaptar-me novamente à escrita após tanto tempo focado apenas em vídeos no YouTube e afiar a mente para compor um texto minimamente agradável ao leitor, vamos ao tema do dia:

HOKA ONE ONE CLIFTON 4 - AVALIAÇÃO


INTRODUÇÃO

Antes da apresentação propriamente dita, é preciso contextualizar tudo. Tomei conhecimento da marca HOKA ONE ONE há alguns anos, curiosamente na mesma época em que me afastei do circuito de Trail Running, por volta de 2014. Foi o ano que um atleta que muito admiro, o Sage Canaday passou a ser atleta patrocinado da marca. Logo de cara me chamou a atenção o fato deles acreditarem no conceito de calçado maximalista, com um solado "superdimensionado", mas ao mesmo tempo com um drop baixo, girando na casa dos 4 ou 5mm. Não sabe o que é drop? É a diferença de altura entre a parte anterior e posterior de um calçado de corrida e que influi diretamente no conforto, performance e otimização do corredor.

Porém, como eu disse, o ano era 2014 e me afastei do cenário das corridas, acompanhando bem à distância. Alguns anos depois a marca chegou ao Brasil, mais precisamente em dezembro de 2016 fazendo bastante barulho, apoiando alguns atletas e alguns influencers digitais (com direito a polêmicas recentes por conta de trapaças de uma das "atletas" apoiadas pela marca). Aliás este é tema certeiro para eu abordar em post futuro. Vamos voltar à marca HOKA ONE ONE.

Com origem na França e fundada por ex funcionários da SALOMON, com a ideia de desenvolver um calçado capaz de performar de forma excelente em descidas de montanha, absorvendo impacto e oferecendo controle ao mesmo tempo. Daí vieram esses baita solados e entressolas que são característicos dos produtos da marca. Talvez os primeiros modelos fossem um pouco mais ousados neste aspecto, mas ainda hoje os modelos apresentam um generoso material ultraleve que se traduz em conforto e controle na hora da corrida. Em abril de 2013 a companhia foi vendida e a marca atualmente pertence ao grupo norte americano Decker Brands

A lamentar é o fato de não termos disponíveis no Brasil nenhuma opção de calçados para trail running desta marca nem como a defasagem na disponibilização de modelos mais recentes. O próprio modelo Clifton já foi lançado na Europa e Estados Unidos na versão 6. Aqui nem o Clifton 5 apareceu, pasmem. Alô, HOKA ONE ONE Brasil!

O HOKA ONE ONE CLIFTON 4

A linha Clifton é carro chefe, pelo menos aqui no Brasil das vendas da marca. Na sua quarta versão, O Clifton repete a receita de ser um calçado bastante confortável e voltado para rodagens, apesar de alguns testadores e formadores de opinião classificarem os modelos anteriores como um calçado mais voltado à competição e velocidade pelo seu baixo peso.



Escolhi o Clifton 4 recentemente por alguns motivos que elenco abaixo:

- Entrou em promoção, com preço reduzido de R$ 799,00 (o sugerido pelo importador) para R$ 499,00. Preço é sempre um fator importante e o valor atual eu achei bem condizente com o nome e conceito que a marca oferece.
- É um calçado, como adiantei, de uso mais geral, rodagem, mas sem perder no quesito leveza.
- Estava precisando de um calçado para corrida em asfalto que tivesse qualidade. Minha última experiência com calçado para corrida em asfalto havia sido um  KALENJI EIKIDEN ACTIVE BREATH que não teve a durabilidade que eu desejava (pudera, um calçado de menos de duzentos reais).
- Avaliar pontos positivos e negativos do calçado antes de investir um valor mais considerável em um eventual tênis desta marca para corrida em trilha (terei que importar, pois não tem á venda no Brasil).


PRIMEIRAS IMPRESSÕES

Para este primeiro texto, nada mais posso deixar que as primeiras impressões, afinal rodei com ele menos de 30 quilômetros antes de publicar este texto.

A Compra:

Adquiri no site da loja Keep Running, com atendimento bastante agilizado, entrega rápida e nenhuma surpresa desagradável. Com frete grátis, a entrega foi em 4 dias úteis aqui em Curitiba - PR.

Recebendo: 

Abir a caixa, provar, amarrar os cadarços e absorver o feeling. Primeira impressão: realmente mais alto. Tem 28mm na parte de trás e 23mm na parte da frente, traduzindo-se em um drop de 5mm. Os calçados ditos "tradicionais" têm em torno de 18mm na parte de trás e entre 8 e 10mm na frente.

Nos pés:

A sensação de que havia um certo "suporte" no arco do pé me levou a temer pelo pior: será que ia ficar "pegando" a ponto de causar incômodo ou mesmo bolha como já me aconteceu com calçados com esta característica? Lembro que tive um SALOMON XT WINGS ainda na década passada que era impossível de usar em corridas: pegava firme no arco do pé, causando bolhas horríveis. Nem o passar do tempo, amaciando o calçado, resolveu o problema. Tive que vendê-lo. No caso deste HOKA ONE ONE CLIFTON 4 tive esse receio que felizmente não se concretizou. O conforto geral realmente é superior. Preciso levar em consideração também que havia mais de 6 anos que não calçava um tênis de corrida de rua premium, de alto nível. Certamente a indústria deve ter evoluído muito neste aspecto nesse tempo que estive ausente das corridas. Gostei muito também dos cadarços, de um material leve e maleável. Mais interessante ainda foi que em momento algum ele perdeu o laço, mesmo com apenas um nó simples, coisa rara. Praticamente todos os calçados de corrida que já utilizei precisavam de um nó duplo para que não se desfizessem. Antes de correr, não senti o calçado nem muito frouxo, nem muito apertado. Comprei na minha numeração habitual, de praticamente todos os calçados que já utilizei: 42BR / 10US / 44EU.



As primeiras corridas:

O primeiro rolê foi um treino de 10 Km em pouco menos de 60 minutos, em um domingo ensolarado com temperatura na casa dos 23 graus, asfalto quente, pouca variação de ritmo e de altimetria. No entanto esta variação de ritmo que aconteceu foi o suficiente para uma conclusão importantíssima que deixo no final do texto! Calçado saiu-se super bem e muito me agradou o seu conforto. Tanto na pisada como no cabedal, que em momento algum senti "pegar" no pé. Na parte de trás, no contraforte do calcanhar, onde alguns calçados incomodam na chamada "bola" do tornozelo, nenhum incômodo. Realmente MUITO confortável. Com relação à respirabilidade, nada a reclamar também, apesar da temperatura não estar assim tão alta para avaliar melhor. 

Outra observação que merece ser apontada é o fato do calçado "pedir" para você fazer a aterrissagem de médio pé, característica de todo calçado com drop entre zero e seis milímetros. Já tive oportunidade de correr com o maravilhoso BROOKS GREEN SILENCE e o NEW BALANCE MINIMUS que tinham 4mm e a sensação é parecida só que melhor. Pera, explico: o HOKA ONE ONE CLIFTON 4 oferece um conforto MUITO maior que aquele Green Silence que usei lá em 2010 ou o Minimus em 2013. Até mesmo por serem de categorias diferentes, uma vez estes dois eram calçados de velocidade. Esta é uma característica que aprecio muito: calçado que me faz buscar a melhor passada. Ter esta sensibilidade de entender o que o calçado pede é uma habilidade que todo corredor tem por obrigação desenvolver se ele quer se tornar mais rápido, mais eficiente ou menos sujeito a lesões. Isso mesmo, corredor: "ouça" o que o calçado pede!

Dois dias depois, com friozinho de 14 graus e uma levíssima garoa, saí para um regenerativo de 5 km a 6min/km com direito a um teste de pulmões pernas e calçado em uma única aceleração de 400 metros a 4'15"/km só pra ver o estrago. E aí me parece que o calçado saiu-se melhor que as pernas! Ainda cansado das semanas anteriores de treinos puxados, as pernas não tiveram a mesma entrega que o calçado. Parece ser mesmo um modelo excelente para acelerar.


E aí que vem minha conclusão sobre para quem este calçado serve, também com base no que adiantei lá em cima no começo do texto!




Li alguns comentários e relatos pela internet (YouTube, Instagram, Facebook) que o Clifton 4 era um calçado difícil de se adaptar e que tinha a tendência de desgastar muito rapidamente no solado. Apesar da distância muito curta que o utilizei para falar de durabilidade, elaborei minha teoria:

Observei que ao mudar o pace para valores mais acima de 6min/km (como no caso de subidas ou em trote regenerativo), há uma tendência de não aterrissar com o calçado exatamente com o médio pé, mas sim com o ante pé e, pior ainda, por vezes "arrastando" o solado, como se estivesse com o pé "pesado". Obviamente este não é o caso, pois trata-se de um calçado super leve (menos de 300 gramas o pé no tamanho 42BR). é realmente uma mecânica diferente de passada que este calçado exige e que, concordo, talvez não seja ideal para quem corre mais lento que 6min/km. Em velocidades inferiores a esta observei frequentemente que meu pé "raspava" no chão, tanto no ante pé como na parte da frente também, quando eu tentava "forçar" uma aterrissagem diferente. Pura questão de adaptação. Ou, triste conclusão para os fãs da marca, que este calçado não serve para quem corre em pace mais lento.

CONCLUSÃO DA APRESENTAÇÃO

Nestes primeiros quilômetros com ele eu não poderia estar mais satisfeito. Leve, confortável e, principalmente, responsivo, me atendendo justamente naquilo que procurava: um calçado para rodagem mas que não fosse tão pesado. Ou, o contrário: leve o suficiente para acelerar mas não tão seco quanto os minimalistas que eu gostava de correr antigamente. 

É o tênis eleito para as próximas rodagens de asfalto e vamos ver até onde minha teoria faz sentido e se a durabilidade dele não me decepciona. 

Quando estiver entre 300 e 400 quilômetros percorridos com ele eu volto com uma avaliação completa e o veredito final.

Obrigado por ter acompanhado até aqui!

Aqui temos um vídeo onde falo mais dele.



E mais abaixo, outras imagens.

Abraços!






setembro 12, 2019

O Salomon Sense Mantra 3 Apresentado


Olá, senhoras e senhores.


Deixo abaixo um vídeo onde apresento um novo calçado de corridas em trilha que estou usando, o Salomon Sense Mantra 3. Consegui um preço bem interessante nesse modelo lá na loja Orientista, de Santa Maria - RS.


Aliás, por um certo período fui atleta apoiado por esta loja, quem aí se lembra?


Trata-se de um calçado bem coringa, indo de encontro àquilo que eu buscava: drop intermediário, solado e construção que me permite utilizar sem erro tanto em asfalto como em trilhas menos técnicas.

Abaixo então, o vídeo :)

Abraços, bons treinos!




setembro 09, 2019

A modinha da vez


Oi, tudo bem?


Nunca se esqueçam dessa lição que vou deixar aqui e que aprendi com uns caras de marketing digital:

Nenhuma das pessoas que criticam seu trabalho irão fazer algo como você faz. São os chamados especialistas de facebook e internet. Aqueles que tem opinião para tudo e sobre todos mas nunca fazem nada além de escrever bobagens em comentários.

Como vocês sabem que to nem aí para isso e continuo escrevendo, gravando vídeos e postando em redes sociais aquilo que acho relevante, vamos agora a um novo trabalho: o Podcast O Trail Runner.

Ok, eu deveria ter divulgado isso antes por aqui, mas ando meio perdido nessa uestão de divulgação das minhas ideias. São tantos canais... YouTube, Instagram, Podcast, Blog, Facebook... Eu e minha vã tentativa d eme organizar. Espero conseguir em breve.

Então galera, é isso: tô com um podcast onde trato do assunto que mais me encanta: as corridas em trilha. Já tem três episódios no ar e vou deixar aqui o link para vocês ouvirem no spotify, bem como o link de RSS para seguir em outros agregadores de podcasts.

Voltarei em breve com mais novidades :)

Forte abraço, bons treinos!

Spotify: https://spoti.fi/2HiZ85Z


Aperte o play :)


agosto 12, 2019

O Trail Running e o Fodão da Ultraquilometragem Stravística

Oi!

Bah, eu já me achei um desses. Um fodão da ultraquilometragem stravística. Quem tiver tempo e paciência pode vasculhar o blog onde escrevo sobre corridas de montanha desde 2007.

Tanto tempo depois é fácil olhar para trás e ver que escolhas diferentes poderiam ter sido feitas. Hoje é claro como água para mim que eu fui com sede demais ao pote. Deveria ter feito um progresso mais gradual nas distâncias.

Corri minha primeira maratona (de rua) em julho de 2009. 40 dias depois eu estava em Bombinhas para a primeira edição da K42 Bombinhas, atual Indomit Bombinhas. 

Lembro bem que lá me empolguei e na segunda-feira seguinte me inscrevi no Desafio Praias e Trilhas para insanos 42 quilômetros de trilhas em um sábado e mais o mesmo tanto no domingo.

Bichinho da maratona em trilha me picou forte. De lá em diante foram mais 4 edições da K42, mais uma Maratona Ecocross Brasília e duas ultramaratonas em trilha (uma com 50 km no Chile e a primeira edição da Half Mision Brasil 80 km em 2013). Teve também as maratonas em asfalto: Curitiba por 3 vezes e Foz do Iguaçu por uma vez.

Novamente, quem me acompanha há tempos aqui sabe que em novembro de 2013 eu rompi o ligamento cruzado anterior do joelho direito em um treino.

Optei por não fazer cirurgia e consegui voltar a correr sem muitos problemas de joelho. 

Problema mesmo era a minha cabeça.


E agora nem preciso olhar assim tão para trás. Até a semana passada, acredite, eu me sentia um derrotado. De verdade.


Acabei me inscrevendo na Indomit Bombinhas 12 km deste 2019 apenas para me divertir e estar com amigos das antigas que encontraria por lá. Era pra ser apenas isso. Porque lá dentro, me sentia um fracassado. Alguém que já havia feito tanta coisa "legal", "cool", "admirado", um dos fodões da ultraquilometragem stravística". Depois eu retornaria à minha insignificância auto infligida. Afinal, é muito mais "fácil" se acomodar. Acender a luz incomoda quando se está na escuridão.

É claro que isso não acontecia de forma consciente. Nem a egotrip de ser um ultramaratonista de trilha querido por todos (quem não gosta de se sentir admirado que se olhe no espelho agora e repense), tampouco a sensação de derrota por praticamente ter parado de correr.

Nesses anos todos, qualquer intercorrência era motivo para me achar um derrotado: o joelho que incomodava eventualmente (às vezes me surpreendia com outra pequena entorse devido à instabilidade mal tratada), a lombar cansada de anos e anos de má postura no trabalho e nos esportes, a falta de energia devido a uma alimentação desequilibrada, os eventuais arroubas de vida louca regada a cigarro álcool y otras cositas más... enfim, uma sucessão de eventos que me faziam sentir exatamente assim: um lixo, um ex corredor de trilha pançudo com a barba ficando branca, um perdedor.

A chave virou depois dos 12 quilômetros dessa Indomit. Bombinhas sempre foi muito especial, o pessoal por lá também: atletas, organizadores, etc.

A chave virou pois eu saí vitorioso. Venci meus medos de não conseguir mais correr com prazer, com segurança e, principalmente, com alegria.

A chave virou porque encontrei pessoas realmente muito caras que estavam VERDADEIRAMENTE felizes em me ver fazendo parte disso tudo de novo.

Entender que ser feliz nesta atividade que amo não tem a ver com a quilometragem percorrida mas sim com a emoção sentida. Isso também me fez virar a chave.

Entender que o discurso derrotista que eu me impingia era uma covardia e uma fraqueza que não cabe a qualquer ser humano também me fez virar a chave.

Eu NUNCA em minha vida me emocionei tanto em uma atividade esportiva. Sem dúvida estar lá neste final de semana, correr bem, dentro das minhas capacidades físicas e de forma tão pura e fluida, foi a minha maior vitória desta carreira.

Não cabe e não há mais espaço para esse tipo de derrota. Que é a pior, convenhamos. Aquela derrota de quem sequer luta com as armas que tem à mão.

Eu vou até o fim e o mais legal disso tudo é que esse "caminho" até o "fim" é simplesmente aquilo que fazemos das nossas vidas.

No próximo post serei mais sintético e preciso sobre minhas expectativas com relação ao trail running, sobre voltar ou não às longas distâncias na modalidade e muito mais.

Meu eterno agradecimento àquelas pessoas que foram fundamentais nesse meu renascimento como ser humano.

Forte abraço a todos vocês!


Obrigado, Juan. Renascemos. Você é o cara!

Vivaz como um Leão, sem você isso tudo não faria sentido. Gratidão eterna!


julho 30, 2019

Bombinhas, o Retorno (Parte II)

Oi, tudo bem?

Confesso que não está fácil voltar às corridas, mesmo sem ainda colocar muita quilometragem.
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Fico pensando se não chegou a fatura pelo meu histórico de correr longas distâncias desde 1995 (quando fiz meus primeiros 21 km correndo abaixo de duas horas), de ter feito 13 maratonas em apenas 5 anos e de tantas subidas aceleradas em cumes na serra do mar paranaense.
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Nas últimas semanas tenho lidado com uma panturrilha dolorida que parece estar a ponto de romper e por isso dei um tempo nos treinos.
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Já passei por tanto médico e fisioterapeuta com péssimo comportamento e visão que hoje prefiro simplesmente dar um tempo e tentar um retorno mais lento mais tarde. Generalizando, não confio mais.
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Também não sou o tarado das competições, dos paces ou do Strava. Gosto de apreciar qualquer atividade que eu esteja envolvido. Se não estiver dando prazer, não funciona. E ninguém gosta de correr com dor, apesar que muitos o fazem por problema de ego disfarçado em um discurso de auto superação.
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Daqui 10 dias, estarei em Bombinhas para rever bons amigos, desfrutar da natureza única e participar dos 12km da Indomit . Já estive lá por cinco vezes para correr os 42 km, entre 2009 e 2013 bem como para os 21 km em 2014. Quem sabe nesse reencontro com o ambiente, o lugar e as pessoas eu possa reencontrar o que é mais preciso nesse momento: eu mesmo.
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Bom dia!


Minha panturrilha incomodando já em 2010, no final da K42 Bombinhas.

julho 15, 2019

Bombinhas, o Retorno

Meu Deus, o tempo passa não é?

Eu contei neste texto aqui, há quase dez anos, como foi minha participação na primeira maratona Trail realizada no Brasil.


Sim, eu estava lá em agosto de 2009. Foi também minha primeira maratona fora do asfalto. Incrível, mágico, surreal. Gostei tanto da experiência que voltei a correr em Bombinhas por mais 5 vezes, sendo 4 maratonas e uma vez nos 21 Km da Indomit Costa Esmeralda.


Quem me acompanha sabe que fiquei um certo tempo parado, distante dos treinos regulares e mais ainda das competições.

Em alguns momentos cheguei a anunciar que voltaria a participar ativamente de provas e do cenário de trail running do Brasil. Agora mesmo em 2019 eu achei que começaria o ano pegando firme. Não deu.

Mas agora está dando e vai dar. São 15 dias bem engrenados nos treinos, sem complicações físicas ou emocionais. 

E chegando ao ponto de querer me bandear para Bombinhas, acompanhar a Indomit que vai rolar neste próximo dia 10 de agosto.

É claro que não estou apto a encarar os 42 quilômetros desta vez, pois estou com pouquíssima bagagem de treinos. Não seria prudente encarar nem mesmo a opção de 25 km, que ocorrerá nesta edição também.

Irei nos 12 quilômetros, para matar a saudade daquelas belas trilhas e costões pelas bandas de Quatro Ilhas, Sepultura, etc. 

Fico profundamente agradecido e lisonjeado em ser lembrado pelo organizador Juan Asef, que desde a primeira edição quando a prova ainda se chamava K42 Bombinhas, foi de uma simpatia e caráter exemplares. 

Vai ser muito bom rever aquela turma toda de lá, estou verdadeiramente feliz e emocionado e poder "voltar" em uma prova que rola exatamente da onde comecei minha história no trail running de longa distância. 10 anos depois então... mais marcante ainda.

Vejo vocês por lá! Quem quiser fazer a prova ainda dá tempo, corre aqui. 

Forte abraço!



Dez anos atrás, quase chegando!

Cheguei! E tô voltando!


julho 08, 2019

Temperaturas Negativas no Morro do Anhangava

Opa, firmeza?

Pow, última vez que eu tinha ido ao Anhangava foi nesse dia aqui.

Como pude demorar tanto?

Ok, é certo que morar em Curitiba e não mais em Quatro Barras complicou um pouco minhas idas para lá. Afinal, são 26 quilômetros de distância. Mas... dava pra levar mais a sério isso, né Volpão?

De toda forma, não resisti à entrada de uma forte massa de ar polar prevista para os dias 6 e 7 de julho de 2019 e me programei para pegar o nascer do sol lá nos cumes. Deu certo!

Saí de casa às 5:10 de uma congelante madrugada, com termômetro na casa do zero grau. De Uber até a região das fábricas antes da Borda do Campo, é rápido, seguro e custa menos de cinquenta reais. Gosto de começar minhas corridas ali, pois tenho ainda uns 5 quilômetros de estrada de chão em leve subida para esticar as passadas e correr um pouco na escuridão. Em pouco mais de 30 minutos, passo pelo campo da Asa Delta e começo a subir de verdade, pela antiga estrada da Asa Delta (sim, até meados dos anos 90 era possível subir de carro com tração nas quatro rodas até o cume do Morro Samambaia (vizinho ao Anhangava). 

Hoje é uma trilha bem batida e bem cuidada pelo pessoal das associações de montanhismo que realizam frequentes mutirões. Vinte e poucos minutos, chego bem a tempo de ver o sol aparecer por trás das montanhas da Serra do Ibitiraquire. Já na subida era possível observar a geada pegando forte e lá em cima tinha bastante gelo também sobre as pedras. Com as chuvas dos dias anteriores, ainda havia bastante umidade na montanha e tudo congelou.

Não foi nem de longe minha subida mais acelerada ou a mais "sangue nos olhos" das mais de 50 que já fiz por lá. Mas foi certamente uma das mais divertidas, onde pude curtir com intensidade cada segundo por lá.

Não tinha muita gente na montanha, havia paz e nenhum tipo de farofagem que é cada vez mais comum por lá. 

Fiz a descida pela trilha frontal, até que em boa pegada e com segurança, dadas as circunstâncias. Como sabem, tenho um ligamento cruzado anterior do joelho direito rompido há 6 anos e tô nem aí pra fazer cirurgia, já que consigo ter qualidade de vida nas atividades que realizo. Basta ter cuidado e atenção que tudo se dá muito bem.

Ao final, foram pouco mais de 10 quilômetros, com 600 metros de desnível positivo acumulado segundo o GPS. Aliás, ainda quero fazer um review do modelo que estou usando o Amazfit Verge.

Deixo abaixo algumas imagens do belíssimo dia no alto das montanhas.

Um forte abraço e até o próximo texto!



07:02 a.m.

07:05 a.m.


07:21 a.m.


07:35 a.m.


07:39 a.m.



maio 08, 2019

Novo Grupo Shimano para Gravel Bikes

Senhoras e senhores, tudo bem com vocês?

Mas que satisfação receber a notícia que a gigante japonesa finalmente lançou componentes específicos para Gravel Bike hein? Saiu o Shimano GRX!

Deixo abaixo o press release em português mostrando os componentes e aqui um vídeo onde deixo minhas impressões sobre o assunto. Corre lá, assista, deixe o gostei se curtiu e se inscreva caso ainda não seja inscrito.

Um forte abraço!



GRX da Shimano apresenta o primeiro grupo de componentes do mundo dedicado a estradas de Gravel (cascalho)

Com várias opções, incluindo transmissões single e dupla, trocas de marcha mecânicas ou eletrônicas, relações de 11 e 10 velocidades, compatibilidade com canote retrátil e relações de marchas mais ampla ou mais próximas, dedicadas a todos os estilos de ciclismo em estradas de gravel (cascalho) e aventura.

Após um amplo processo de pesquisa, teste e desenvolvimento, reunindo feedback de ciclistas do mundo todo em trilhas, estradões, pistas e caminhos diversos, com todos os níveis de competitividade, a Shimano apresenta uma nova série de componentes batizada de GRX; a primeira família de componentes dedicada ao gravel (estradas de cascalho) e rotas de aventura, do mundo, desenvolvido para um pedal em velocidade e com performance em trechos com superfícies pedregosas.

GRX oferece componentes das séries RX800, RX600 ou RX400 com transmissões 1x11, 2x11 e 2x10, além de opções de câmbio mecânico e eletrônico Di2, para que os ciclistas possam personalizar sua experiência de pilotagem em terrenos mistos, e possam explorar além dos limites habituais, indo a uma ampla variedade de terrenos.




O desenvolvimento desta série levou a equipe de desenvolvimento da Shimano para além dos seus limites tradicionais, para criar uma plataforma que abordasse as necessidades dos pilotos, hoje e no futuro. Seja pedalando em estradas de cascalho (gravel), pedais descolados na estrada, passeios tipo mochileiro ou satisfazendo as necessidades dos ciclocross mais exigentes, o SHIMANO GRX oferece opções que vão desde relações de marcha adequadas ao gravel, até ergonomia personalizada, integração com canote retrátil e rodas GRX específicas para terrenos acidentados, com perfis de aro mais largos..

Os Componentes

Entrando nos detalhes, o grupo GRX inclui três opções de pedivela - 1x11, 2x11 ou 2x10 - além de câmbios dianteiros e traseiros, pinças de freio a disco com alavanca de freio em linha e alavancas STI hidráulicas esquerda e direita, que vêm com câmbios Di2 ou opções de mudança mecânica.

Estes componentes empregam tecnologias de mudança de marcha mais tops da Shimano, tanto do ciclismo de estrada quanto de mountain bike, para oferecer a precisão e a estabilidade da mudança de marcas pelas quais a empresa é conhecida. Com o GRX, o resultado é um sistema de transmissão suave e silencioso que é especialmente configurado para as características únicas de terrenos de cascalho, para posições de pilotagem e projetos de bicicletas gravel.

Para simplificar, Shimano GRX recomenda o uso de cassetes e correntes Shimano MTB (Deore XT, SLX ou Deore) ou Road (Ultegra, 105, Tiagra) já existentes no lineup da Shimano. Além da série líder de categoria Shimano GRX 800, há também componentes de 11 velocidades mais acessíveis, um pedivela da série 600 e um conjunto de trocadores que podem ser mesclados perfeitamente com peças da série 800, e pedivelas de 10 velocidades, câmbios e trocadores / freios. Isso significa que você pode criar tudo, desde uma bike GRX leve, de nível competição, até uma bike GRX mais resistente e robusta para lazer, em um nível mais econômico de preço.


Pedivelas GRX

Os pedivelas GRX foram projetados para enfrentar diferentes tipos de terrenos e estilos de pilotagem, todos com uma linha de corrente de + 2.5mm para aumentar a folga do pneu e do quadro. Os pedivelas single GRX oferecem a simplicidade de troca de marchas somente no cassete traseiro (as opções incluem cassetes RX800 / 600 40D ou o cassete RX800 42D) e são oferecidos com o perfil de dente da Shimano Dynamic Chain Engagement na coroa dianteira, para uma maior retenção da corrente em terrenos irregulares.




Ao mesmo tempo, o pedivela duplo RX810 trabalha com uma folga de 17 dentes que, na relação 48-31D, é a relação de engrenagens mais ampla que a Shimano oferece. Juntamente com as opções adicionais RX600-11 / 10 46-30D, os pedivelas duplos proporcionam relações de marcha suficientemente amplas para enfrentar as subidas mais íngremes e encarar as descidas mais extremas.

Pesos dos pedivelas GRX: 

1x11: 
FC-RX810-1: 655g (foto), 
FC-RX600-1: 753g. 

2x11: 
FC-RX810-2: 722g (foto), 
FC-RX600-11: 816g, 
FC-RX600-10: 819g

Câmbios dianteiros (FD) GRX

Complementando os pedivelas, os câmbios dianteiros Di2 (FD-RX815) ou Mecânicos (FD-RX810 / RX400) são construídos com 2,5mm a mais de espaçamento para pneus mais largos (até 42mm) para facilitar a pedalada em terrenos irregulares. Isso significa que os câmbios dianteiros GRX devem ser usados em combinação com pedivelas Shimano GRX de + 2,5 mm. Ambos os câmbios dianteiros RX800 mecânicos e eletrônicos (Di2) foram projetados para trabalhar com a relação de transmissão 48-31D com coroa dianteira mais ampla de 17D da Shimano, enquanto o câmbio FD-RX400 de 10 velocidades acomoda as coroas de 16D que integram os pedivelas RX600 46-30D de 10 velocidades. 




Os FD Shimano Di2 podem ser perfeitamente ajustados usando controles simples e integrados da Shimano, enquanto FDs mecânicos trazem uma sensação de mudança dianteira extremamente leve com uma curva de potência ergonômica, construção de link para mais opções de cabeamento e um parafuso de tensão de cabo integrado para ajustes precisos e fáceis. Seja escolhendo mudanças eletrônicas ou mecânicas, todos os câmbios dianteiros proporcionam o lendário desempenho de troca de marchas dianteiras da Shimano.

Pesos dos câmbios dianteiros GRX: 
FD-RX815-F: 131g (foto), 
FD-RX810-F: 94g (foto), 
FD-RX400: 95g

Câmbios Traseiros GRX (RD)

Adotando a tecnologia apresentada no câmbio traseiro RX 2018, os GRX Di2 RD (RD-RX815 / RX817) ou RDs mecânicos (RD-RX810 / RX812 / RX600) são projetados para trocas de marcha silenciosas, suaves e confiáveis em terrenos acidentados através do sistema de estabilização de corrente, o SHADOW RD + para gerenciar a "vibração da corrente", minimizando o movimento desnecessário do braço do câmbio e proporcionando desempenho de trocas de marchas sem interrupções.




O GRX vem com a opção de quatro câmbios dependendo do cassete e operação de mudança de marchas que você escolher. Ciclistas utilizando um cassete Ultegra, 105 ou Tiagra de 11-30 / 34D precisarão usar o short cage (braço curto) Di2 RD-RX815 ou câmbio traseiro mecânico RD-RX810, enquanto os ciclistas que optarem por cassetes nível Deore XT, SLX ou Deore 11-40 / 42D, vão precisar de um câmbio long cage (braço longo) Di2 RD-RX817 ou mecânica RD-RX812 RD, ambos com uma relação de puxada de cabo similar aos câmbios de estrada da Shimano.

Pesos de câmbios traseiros GRX: 

Di2: 
RD-RX815 / RD-RX817 (foto): 288 / 322g. 

Mecânica: 
RD-RX810 / RD-RX812 (foto): 251 / 264g

Alavancas GRX STI

Mudança de marchas da GRX é proporcionada por alavancas ergonômicas específicas dedicadas para o gravel (Di2: ST-RX815 ou Mecânica: ST-RX810 / RX600 / RX400, ST-RX810-LA) com um ponto de eixo 18mm mais elevado, perfil de alavanca de freio curvo e acabamento texturizado antideslizante que garante um “grip” seguro em terrenos acidentados.




Para integrar o uso de canotes retráteis nos pedais em gravel, a SHIMANO criou a alavanca esquerda de freio a disco hidráulico GRX mecânica ST-RX810-LA que, quando usada com relação 1x11, pode controlar o canote retrátil enquanto mantém um cockpit clean. O sistema integrado de tração de cabos possui um acionamento por alavanca de 9 mm para operar os canotes retráteis com os terminais de cabo na alavanca de câmbio. O SHIMANO GRX também inclui alavancas de freio a disco hidráulico do lado esquerdo Rx800 e RX800 específicas da série 1x11 sem rota interna para canote retrátil ou mudanças, incluindo a alavanca esquerda 1x11 Di2 (ST-RX15), que vem com três botões (dois botões laterais e botão superior na parte superior da borracha – hood) para operar funções auxiliares, como luzes ou computadores de terceiros.

Sistemas de frenagem GRX

A principal preocupação dos ciclistas de gravel é ter potência de freio suficiente para controlar a velocidade em descidas íngremes e repentinas. É por isso que, existe uma classe superior da família GRX: uma variante das alavancas de freio da série RX800 (ST-RX815) que oferece a tecnologia Servo Wave proveniente dos freios de mountain bike da Shimano. Isso proporciona uma sensação de frenagem mais forte com maiores opções de modulação para uma pilotagem mais agressiva. Pode-se optar pela versão não servo-wave do RX810 ou pelas alavancas das séries RX600 e RX400, que fornecem um nível excelente de potência de frenagem a disco, como nos freios a disco Ultegra, 105 ou Tiagra, respectivamente.




Uma opção de frenagem adicional é a sub-alavanca de freio hidráulico em linha (BL-RX812-L / R) que se conecta ao sistema hidráulico principal que direciona para a pinça dianteira ou traseira. A sub-alavanca foi projetada para ser montada no guidão ao lado da mesa, oferecendo opções para a frenagem quando se pedala com as mãos na parte sulerior do guidão.

As pinças GRX (BR-RX810 / 400) remontam ao design das pinças de estrada flatmount da Shimano para entregar desempenho de frenagem potente, com recursos como sangria unidirecional e pastilhas e rotores de freio com aletas de dissipação de calor da ICE TECHNOLOGIES, para oferecer resfriamento eficiente e longa duração de desempenho do freio.




Conjunto de Rodas Específico para Gravel

Para uma experiência completa, a Shimano tira o chapéu para o espírito de aventura do gravel, com dois conjuntos de rodas de eixo E-THRU de 12 mm para gravel / aventura (WH-RX570-TL-F12 / R12). Os conjuntos de rodas 700c ou 650b (sem Boost) tubeless oferecem um equilíbrio ideal entre peso, rigidez e durabilidade para rodar em terrenos de gravel, apresentando aro 21.6mm mais largo (comparável com rodas de MTB XC) e aro de altura off-set (descentrado) de 22mm.




No geral, com as múltiplas opções e especificações disponíveis, o GRX tem um amplo apelo e uma ampla mensagem para ciclstas de todas as disciplinas.


abril 22, 2019

Road Cycling. George Volpão e a Groove Overdrive 50 2019

Senhoras e senhores, tudo bem com vocês?

E acabou que vendi minha bicicleta MTB e agora estou com uma bike de estrada.

Após recente trânsito periclitante no mundo das gravel bikes decidi-me por experimentar pedalar novamente uma bicicleta de estrada. Mas, é certo que eu faria algum tipo de alteração, pois nenhuma bicicleta vendida atualmente por aí está 100% afinada com meus gostos e propósitos.

Aliás, um dos propósitos é justamente poder pedalar em estradas de terra em boas condições a bicicleta escolhida, uma Groove Overdrive 50 ano 2019.

Até o momento, rodei com ela em apenas duas oportunidades: uma sessão de 20 km perto de casa e uma com 60 km no entorno de Curitiba, quando pude confirmar que posso seguir em frente com estas intenções graças às discretas mudanças que implementei na bicicleta:

1) Troca dos pneus originais dela, na medida 700X23 por um modelo Continental UltraSport 700X28. Com pneus desta largura, o conforto é aumentado consideravelmente e o controle da bike também melhora, principalmente em condições de asfalto molhado ou de rodagem em calçamentos diversos.

2) Par de rodas Shimano R501 substituindo as originais que, além de serem de qualidade muito básica, não me passavam confiança. Este par de rodas Shimano eu estava utilizando com sucesso na bike antiga gravel-que-não-é-gravel, a russa Format 5222 modificada.

3) Fita de guidão em dose dupla. Por sobre a fita de guidão original, produto de qualidade, instalei uma nova fita. Esse esquema traz mais conforto e uma pegada mais agradável, pois aumenta a espessura geral da pegada.

Rodei ainda muito pouco fora do asfalto com esta bicicleta mas as expectativas são as melhores. Sei da limitação decorrente do conjunto quadro-garfo-freios, uma vez que não há margem para equipar a bicicleta com pneus mais largos e com cravos, como os 700X35 que eu adoro. Mas, deixemos isso para as gravel bikes puras.

Como tenho basicamente só pedalado dentro de Curitiba durante a semana e raramente fazendo pedais mais longos aos sábados e/ou domingos, entendi que uma road bike mais "bruta" seria a melhor escolha para equilibrar rendimento e usabilidade. E ainda custa menos que uma MTB.

Em posts futuros, passarei mais imagens e especificações técnicas. Aproveito para deixar aberto o espaço para que deixem suas dúvidas, críticas e sugestões de conteúdo!

Abraços!


março 08, 2019

Salomon Speedcross 3 - Review




Bom dia, boa tarde, boa noite, senhoras e senhores, tudo bem com vocês?

Compartilho abaixo algumas impressões sobre um dos modelos de tênis de corrida em trilha que tenho utilizado atualmente, o clássico Salomon Speedcross, desta vez, na versão 3.

Já fiz uma avaliação do Salomon Speedcross 2 aqui. Isso foi em 2011! De lá para cá tive a oportunidade de rodar com mais dois pares do Speedcross 3 e finalmente agora, no mais recente par de calçados que utilizo, seguem as minhas sinceras impressões, bem como uma análise em vídeo aqui onde você confere mais imagens.


Salomon Speedcross 3 em ação, fora de seu habitat natural.

Em 2019 houve o lançamento da versão 5 deste modelo, mas sem previsão de chegada ao Brasil. Por aqui o mais fácil é encontrar o Salomon Speedcross 4, mas não podemos esquecer que o Salomon Speedcross 3 ainda pode ser encontrado em algumas lojas online. O preço médio que encontrei nas pesquisas foi de R$ 749,90. 

Na prática, observei poucas diferenças entre todos os modelos já lançados, me parecendo que as alterações são mais de ordem de acabamento e design do que de funcionalidades. Entre as versões 2 e 3, as sensações nas corridas são exatamente as mesmas.

Na areia também não é a melhor opção. Mas... bem melhor que um calçado de corrida de rua.



Mas... vamos lá:

Tempo e Condições de Teste: 6 meses, algo em torno de 250 km variando entre estradões de terra, um pouco de asfalto, areia solta, areia batida, lama e rochas das trilhas da Serra do Mar. Corrida mais longa teve duração de 4 horas e 1.000 metros de desnível positivo.

Amortecimento: Vou repetir o que postei no review do Salomon Speedcross 2. Excelente para um tênis de corrida de montanha. Lembro que amortecimento não é um quesito tão importante nestes modelos como nos tênis de corrida de rua. Ao sair trotando é possível perceber um excelente amortecimento, mesmo com o passar dos quilômetros. Após uns 100 quilômetros essa sensação diminui um pouco mas ainda podemos sentir que se trata de um calçado macio.

Aderência: Na lama é um espetáculo! Um verdadeiro trator e nesse quesito, só perde para um La Sportiva Anakonda que tive oportunidade de usar. Na pedra úmida não segura tanto, mas aí...já seria pedir demais né? Nestas condições, reduza o passo, tenha cautela e confie mais em você do que no calçado.  No asfalto é possível sentir o solado “grudando” no piso. Impressionante. No geral, ele funciona muito bem em terrenos molhados.

Acabamento: Cuidadoso, inclusive com material refletivo para corridas noturnas. Nota-se um cuidado com a produção. É realmente primoroso mas também não poderíamos esperar algo diferente de um calçado desta faixa de preço. O cadarço é fixo e vai embutido em um pequeno bolso, o que impossibilita a desamarração involuntária. Está disponível em várias opções de cores e o material do cabedal apresenta rápida secagem quando se faz necessário molhar os pés em algum cruzo de rio.

Durabilidade: Preocupava-me este fato, principalmente ao notar o solado tão macio e cheio de cravos. Porém ele me surpreendeu, durando mais do que eu esperava. Obviamente que não se deve treinar nem competir com ele em asfalto, caso contrário o solado irá fritar rapidamente, pois é muito macio. Se possível guarde-o apenas para as competições. Terá um tênis para muitas e muitas corridas.

Peso: Em torno de 550 gramas o par, o que o torna o mais leve do gênero. Excelente para competições.

Conforto Geral: Muito confortável, envolvendo os pés de forma uniforme. Com um amortecimento comparado aos tênis de corrida de rua, faz a diferença nas provas e treinos mais longos. O tecido do cabedal não é dos mais respiráveis, o que pode comprometer o conforto dos pés em corridas com temperaturas acima dos 25 graus. Apesar de não ser tão respirável, seca bastante rápido após ser submetido às condições úmidas que muitas vezes enfrentamos em trilhas. Ele também me parece um pouco estreito, se comparado com outros modelos da marca que já tive oportunidade de testar. Ele é também bastante flexível, para um calçado de corrida em trilha, mas dentro do esperado para a proposta de calçado leve e para curta distância.

Considerações Finais: Em 2011 eu recomendei este tênis como boa opção para quem estava começando nas corridas de montanha. Vivíamos em um outro Brasil, quase não haviam opções de calçados para a modalidade. Em 2019 temos dezenas de opções de diversos fabricantes, o que me leva a mudar a minha análise. Certamente existem muitos outros calçados que eu recomendaria para quem está começando no trail running agora. O Salomon Speedcross 3 é um calçado bem específico e que entrega todo o seu potencial para uso de forma bem específica igualmente. Recomendo ele como um segundo ou terceiro calçado de trail running, aquele que você tem guardado para estas ocasiões especiais de trilhas muito úmidas e provas rápidas.

Para quem recomendo o Salomon Speedcross 3:

- Atletas abaixo dos 70 kg de peso;
- Corridas em trilhas úmidas com até duas horas de duração;
- Competições em distâncias até 21 km;
- Se dinheiro não for problema (acho o valor de R$ 749,90 um pouco acima da realidade do corredor médio nacional), principalmente pelo fato do mercado atual oferecer outras opções com menor preço.

Para quem não recomendo o Salomon Speedcross 3:

- Atletas acima dos 70 kg;
- Treinos e provas de longa distância;
- Quem roda muito em estradões (nem pensar, vai acabar com o solado rapidinho);
- Quem roda muito em clima quente;
- Areia fofa (vai fazer duas vezes mais força).

Espero ter podido ajudar com estas impressões, lembrando que esta avaliação está baseada puramente em impressões e opiniões pessoais.

Tem algo a acrescentar? Manda nos comentários :)

Valeu, abraços. É isso aí. 

fevereiro 08, 2019

O Fim da Território Mountain Shop

Olá, senhoras e senhores. 

Um dia triste para mim. Recebi a notícia que a Território Mountain Shop encerrará suas atividades após 19 anos de mercado. 

Não me aprofundei nas razões e motivos para a decisão, mas não posso deixar de compartilhar minha consternação. 

Representei o time Território como atleta desde minha segunda prova de Trail Running, em julho de 2007. 

Recebia equipamentos, ajuda de custo para viabilizar viagens e, principalmente, as melhores vibes. 

Foram dezenas de provas nacionais e até mesmo uma Ultra Trail no Chile envergando o sagrado manto com orgulho e responsabilidade. 

Subi montanhas de cinco mil metros nos Andes, viajei de bike, acampei incontáveis noites na Serra do Mar sentindo-me parte do que era uma verdadeira família. 

Não posso deixar de lado também o fato de ter trabalhado com eles tanto nas vendas das lojas físicas como na operação da web, inclusive ajudando a criar o Território Mountain Team ainda em 2010, quando as corridas em montanha apenas engatinhavam no Brasil. 

Em 2014 me afastei do cenário da montanha e das corridas em trilhas mas as boas lembranças sempre permaneceram. E permanecerão. Um eterno muito obrigado!


Nessa foto, estou no cume do Cerro Franke (4.829m), Cordilheira dos Andes, Argentina, no dia 26 de janeiro de 2009. Essa viagem que já contei anteriormente aqui no blog, em grande parte só foi possível graças à Território. 



janeiro 30, 2019

O Meu Aconcágua

Olá senhoras e senhores, tudo bem com vocês?

Nesta temporada, uma atleta argentina anunciou que faria uma tentativa de "Récord 360 del Aconcágua", que se trata de entrar subir a rota por Vacas e descer por Horcones (entendedores entenderão). É literalmente um 360 graus na montanha, fazendo seu cume a partir da trilha onde as duas rotas se encontram no Campamento Cólera. Segundo a "atleta", foi lá e fez.

Infelizmente surgiu grande polêmica a respeito do feito, uma vez que não se podia confirmar o cume através de fotos. Mas o que mais entristece são os relatos de quem estava na montanha na ocasião. Montanhistas que lá estavam relataram o profundo desrespeito desta senhorita com a montanha e com os montanhistas locais, menosprezando seu trabalho e classificando-os como "lentos", "cheios de roupas" e "vestidos como astronautas", que não podia acreditar que se levava normalmente de 18 a 20 dias para fazer essa rota que ela almejava completar em 48 horas. Enfim, comportamento patético.

Um texto sobre o assunto pode ser lido (em espanhol) aqui.
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O respeito à montanha pelos ditos atletas é algo que sempre cobrei e irei cobrar. Estou nas montanhas desde 1995 e com o boom das corridas em montanha que começou no início da atual década, observei que boa parte dos ditos atletas pouco ou nada contribuem para a conservação dos lugares onde mais importa a foto para as redes sociais do que o respeito aos demais visitantes, ao ambiente e à tradição.

Atualmente, estou afastado das agremiações de montanha que são responsáveis pelos mutirões de conservação e manutenção de trilha. Já participei de alguns em tempos passados e sempre que vou à montanha tento fazer o que é possível: não deixar rastros e ainda recolher algum tipo de resíduo que encontre, ou carregar por um trecho alguma pedra deixada nos depósitos criados por estes montanhistas, visando a manutenção das trilhas. Não fosse por essa turma unida e dedicada, não haveria trilhas para vocês corredores tirarem suas fotos e se desafiarem. Respeito!

E para concluir, o "meu Aconcágua" que sonho desde os meus 11 anos de idade é esse: com pessoas justas, éticas e com profundo respeito à montanha e sua história. Justamente por isso, que ainda não me sinto digno de pisar em seu cume. Ainda tenho muito o que evoluir como ser humano para o tão sagrado momento de estar nas encostas da Sentinela de Pedra. Fiz essa imagem do Aconcágua em fevereiro de 2009. Foi o mais perto que consegui chegar dele até então :)

Forte abraço, boas montanhas e perdoem-me o desabafo =)
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"Las competencias no son por las marcas, el tiempo, es superación personal y saber reconocer para que estamos preparados, y si nos caemos, levantarnos y trabajaras más duro para lograrlo."

“En la cumbre del Aconcagua no hay nada, sólo una cruz, la satisfacción de llegar, es revivir lo que pasamos para poder llegar”

Carlos Matías Sergo Pezoa