Acho que é sempre necessário um espaço de tempo antes de tomar certas decisões importantes para nossa vida... A verdade é que poucas vezes na vida senti tanta dor ao correr, como senti nessa Maratona de Foz do Iguaçu. Por diversas vezes, durante a prova, eu prometi a mim mesmo não submeter meu organismo a esse sacrifício. Gosto de curtir quando eu corro, e não ficar contando minutos e quilômetros, como fiz em diversos trechos desta corrida. Por este motivo, havia decidido, ao final da prova, não correr mais esse tipo de distância no asfalto, onde para mim tudo é mais enfadonho. Claro que o desafio é motivador e leva a gente adiante. Mas penso que talvez tenha chegado ao meu limite.
Não, esse post não é sobre parar de correr maratonas. Esse post é sobre correr mais e mais. Treinar mais e mais. Para que não haja dor, para que a experiência seja mais prazerosa. Obviamente prefiro as corridas em trilhas, mas o asfalto também tem a sua graça. É outro esporte. Sou um cara do mato, das montanhas. É nelas que gosto mais de estar, de me desafiar. E nelas que estarei mais presente após essa experiência em Foz do Iguaçu. Ver aquelas águas despencando, as mesmas águas que brotam do solo muito perto de onde vivo, no sopé da Serra do Mar, me fizeram pensar isso. Back to the mountains. Tudo (re)começará nos Andes, não propriamente na Ultramaratón que participarei no dia 16 de outubro, mas uma semana antes, em uma visita a um ponto lá no meio da Cordilheira. Voltar onde tudo terminou para mim em 2009, após uma experiência sobrenatural emocionalmente trágica e inquietante. Vou lá resolver essa parada e então voltarei às montanhas.
E isso, Foz do Iguaçu me trouxe. Essa é a principal consideração final: sofrer nas subidas e descidas de asfalto, no limiar da dor e do prazer, para depois ter como troféu as quedas do Iguaçu, me fez entender que essa relação me cai melhor junto à natureza.
Abaixo, algumas imagens da trip pelos Andes em 2009.
Beijos e abraços!
- setembro 30, 2010
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