setembro 22, 2022

Apresentação de Tênis para Trail Running - Brooks Cascadia 16

Hola, que tal?

Fazia bastante tempo que não trazia um conteúdo deste tipo e Está na hora de retomar pois sei que pode ajudar muita gente a fazer sua escolha. Este é um dos temas que mais gosto de abordar neste espaço. Mais do que falar sobre mim e sobre minhas impressões de um determinado equipamento, a experiência compartilhada é muito mais interessante que o conhecimento retido para si. Das dezenas de apresentações, avaliações e reviews que já fiz em meu site e no meu canal do Youtube, muitas delas contribuíram para que os leitores e espectadores tivessem um panorama importante sobre o que esperar de determinado item, competição ou equipamento. Então, pretendo aparecer com mais frequência aqui neste espaço. A finalidade não é trazer verdades absolutas sobre o tema abordado, mas sim as reais e sinceras impressões, como sempre foi o padrão nas análises críticas que faço no meu blog desde 2006 e no YouTube desde 2016.

Feita esta pequena introdução, que permite-me aquecer os motore e afiar a mente para compor um review minimamente interessante, vamos ao tema do dia:


BROOKS CASCADIA 16 - AVALIAÇÃO


INTRODUÇÃO

Antes da apresentação propriamente dita, é preciso contextualizar tudo. A Brooks é uma marca estadunidense que sempre me chamou a atenção e já fui um feliz usuário de um modelo de rua deles, o Brooks Green Silence. Tenho inclusive um review dele lá de 2010 no site. Depois destes anos todos, de idas e vindas e mudanças de importador, já tem um tempinho que agora está sob a tutela da Centauro aqui no Brasil, sendo esta loja o revendedor exclusivo da marca

A marca é tida como a mais vendida no segmento running nos Estados Unidos, o que é um cartão de visitas de respeito, afinal por lá esse segmento é bastante aquecido e muito maior que o nosso, com centenas de milhares de maratonistas concluindo provas todos os anos. 

No trail running, minha admiração pela marca surgiu principalmente do fato deles serem os patrocinadores de umd os maiores atletas de ultratrail de todos os tempos, Scott Jurek, vencedor de incontáveis provas de corrida em trilha, inclusive a Western States por 7 vezes consecutivas entre 1999 e 2005. Scott é também vegano e a marca Brooks sempre deixou explícito não trabalhar com produtos de origem animal em seus equipamentos de running.

Assim, com a presença no Brasil e, principalmente com uma SUPER promoção (que ainda está vigente nessa data na publicação deste conteúdo, link aqui).

Nunca é demais lembrar que eu não ganho um tostão pra falar de tênis e outros equipamentos por aqui. É tudo realmente opinião pessoal, longe de serem verdades definitivas e que não tenho, nunca tive, tampouco terei rabo preso com ninguém.


O BROOKS CASCADIA 16


A linha Cascadia já está, como diz o nome deste modelo, em sua 16ª geração sendo um modelo consagrado e amado pelos corredores em trilha pelo mundo. Difícil quem ache esse calçado ruim ou que não valha o preço

Escolhi o Cascadia 16 recentemente por alguns motivos que elenco aqui:

- Entrou em promoção, com preço reduzido de R$ 999,00 (o sugerido pela Centauro) para R$ 399,00. Uma pechincha, já que nos Estados Unidos ele está sendo vendido por US$ 130,00. Preço é sempre um fator importante e o valor atual eu achei bem condizente com o nome e conceito que a marca oferece.

- É um calçado para uso geral no trail running. Robusto, resistente, com cravos não muito baixos mas também não muito agressivos, ideal para as trilhas aqui da Serra do Mar, inclusive com umidade presente em forma de lama ou pedras escorregadias.

- Estava precisando de um calçado para corrida em trilha que fosse mais robusto, diferentemente do Nike Pegasus Trail 3 ou do Hoka Torrent 2 que também fazem parte do meu setup de tênis de trilha.

- Avaliar pontos positivos e negativos do calçado antes de investir um valor mais considerável em um eventual tênis desta marca para corrida em trilha. Boatos dizem que os modelos Caldera 6 e o Catamount virão pro Brasil, que são mais voltados ao ultratrail com amortecimento e proteção maiores, o que muito me interessa.




PRIMEIRAS IMPRESSÕES

Para este primeiro texto, nada mais posso deixar que as primeiras impressões, afinal rodei com ele menos de 30 quilômetros antes de publicar este texto.

A Compra:

Adquiri na loja online da Centauro, com atendimento bastante agilizado, entrega rápida e nenhuma surpresa desagradável. Com frete grátis, a entrega foi em 4 dias úteis aqui em Curitiba - PR.

Recebendo: 

Abrir a caixa, provar, amarrar os cadarços e absorver o feeling. Primeira impressão: duro. Um pouco pela sensação da entressola mas mais ainda pelo cabedal que é construído em material que parece ser BEM resistente.

Nos pés:

Comprei um número acima do que uso no casual, mas a mesma da maioria dos meus atuais calçados de corrida: 43BR / 11US / 45EU. Com ele nos pés, espaço de sobra no chamado toe-box. Na frente sobrou até um dedo, do jeito que eu gosto. Feita a amarração correta, ajuste perfeito e aí então essa sensação de ser duro foi embora completamente. Ele não é molengão como um Nike Wild Horse tampouco um "pau" como um Kalenji. Achei ele na medida entre suporte, conforto e ajuste. O drop dele é de 8mm, o que me atende muito bem para calçados de trilha.

As primeiras corridas:

O primeiro rolê foi um treino rumo ao Pao-de-Loth, coisa de 10 Km em duas horas, alternando um corre-caminha, em um domingo ensolarado com temperatura na casa dos 23 graus, trilha relativamente seca e aproveitando algumas situações de lama. Nos trechos técnicos em descida senti plena confiança no grip dele. Solado de primeira MESMO, inclusive quando o terreno era, como dizem os espanhóis "descompuesto", aquelas pedrinhas soltas, cascalho, etc. Ou seja o solado TrailTrack ofereceu um ótimo grip tanto no seco como no molhado.

Este tênis conta com uma placa de proteção na parte anterior que realmente faz a diferença quando se passa por terrenos mais pedregosos. Ansioso para testá-lo na quebradeira do Morro do Cal e suas descidas insanas no cascalho pontiagudo.

A placa, chamada de  Ballistic Rock Shield que protege contra pedras e detritos, além de se adaptar mais facilmente a terrenos irregulares.


Na umidade da Trilha do Itupava também senti muita confiança, agarrou MUITO mais que os modelos da Nike por exemplo. Ótima transpirabilidade, não incomodou com o calor que fazia. É certo que ainda não corri com ele em um dia com temperatura de mais de 30 graus mas... vá lá, essa temperatura por aqui é rara. 

O ajuste caiu quase perfeito, faltando apenas fazer a amarração utilizando o furo extra para evitar que ele se desloque demais ali junto ao calcanhar. Talvez o tamanho 42 ficasse melhor? Pode ser, mas prefiro um calçado com espaço na frente e folga atrás que pode ser corrigida com esse ajuste do que um tênis apertado nos dedos. 

 Como já devem saber, estou tratando uma fascite plantar no pé direito e trabalhando minha biomecânica para voltar a aterrissar com o médio pé, prática que abandonei ao acabar voltando a usar calçados com drop mais alto, como os Nike de rua. Nesse aspecto, o Brooks Cascadia me atendeu muito bem e não senti incômodo nos pés.

A entressola DNA LOFT v2 ofereceu essa ótima sensação de maciez mas sem comprometer a estabilidade e sustentação. É na medida certa para mim. 

Outros ponto que acho válido destacar são as portas de drenagem que permitem que a água escoe  rapidamente ajudando a secar os pés mais rapidamente depois de passar por algum riacho ou algo do gênero. E uma outra sacada interessante é a presença de um "eyelet" para fixar uma polaina, caso seja de seu interesse. Em provas com muita areia ou com neve é uma solução interessante para evitar que estes elementos entrem por cima do calçado.

E aí que vem minha conclusão sobre para quem este calçado serve: pau pra toda obra, um daily trainer de verdade, honesto que que para nós, os mais lentos, rola até em competição tranquilamente. 

CONCLUSÃO DA APRESENTAÇÃO

Nestes primeiros quilômetros com ele eu não poderia estar mais satisfeito. Leve, confortável e, principalmente, confiável, me atendendo justamente naquilo que procurava: um calçado para usar em qualquer condição, principalmente as úmidas, já que minhas outras opções não me atendem tão bem assim nestes terrenos. 

Agora é aguardar pra saber da durabilidade. Acredito que não me decepcionarei.

Quando estiver entre 300 e 400 quilômetros percorridos com ele eu volto com uma avaliação completa e o veredito final.

Obrigado por ter acompanhado até aqui! Abaixo um vídeo bem completo com o review.

E você? Já usou calçados da Brooks, tanto asfalto como trilha? Deixa aí que vou curtir saber e você ajuda também toda a comunidade contando sua experiência nos comentários. 




setembro 07, 2022

Pátria Amada, Brasil

 Hola, que tal?

Bem, já começo o texto de forma meio torta não é, com minha tradicional saudação em espanhol e que uso desde 2006 por aqui.

Mas aqui venho falar mesmo dessa complicada relação com aquilo que convencionou-se chamar de pátria.

Isso me lembra das aulas de Educação Moral e Cívica que eu tinha lá no final dos anos 80, ensino fundamental. A diferença entre país, estado, povo, nação e pátria.

Detendo-me ao conceito de Pátria, define-se como algo mais de realidade afetiva. Não e país são termos mais "frios e científicos". Pátria é emoção, é sentimento.

Que é algo que definitivamente um pouco complicado de eu lidar.

E isso vem desde muito muito jovem.

As primeiras lembranças que tenho desse sentimento de pertencer e se identificar a uma pátria vem de 1982, quando eu tinha apenas 5 anos e a seleção brasileira de futebol perdeu por 3X2 para a Itália naquela partida fatídica nas semifinais da Copa do Mundo da Espanha, no que ficou conhecido como Tragédia do Sarriá (este era o nome de estádio). Paolo Rossi carrasco. Aniquilou sem dó um time cheio de estrelas e amplo favorito para a conquista de mais um campeonato mundial.

Éramos o país do futebol, vivíamos ainda na Ditadura Militar, havia aquele patriotismo exacerbado pelo Regime e não me esqueço de quanta gente vi chorando naquele dia. Sofrendo, xingando, desmanchando-se em lágrimas.

Acho que foi esse momento que me marcou mais na sensação que ainda carrego comigo de não-pertencimento a esta nação (ou Pátria? Não sei). Na cabecinha de criança, o Brasil fez meu pai, minha mãe e meus amigos sofrerem. Deixou-os tristes. Carreguei isso comigo por décadas, inconscientemente.

De lá para cá vivenciei momentos extremos de anti patriotismo em minha vida.

Não posso dizer que foi sempre assim e também não posso dizer que a passagem dos anos me tornou mais "brasileiro". Poderia muito bem culpar o futebol por este sentimento tão estranho mas hoje prefiro colocar essa culpa nos astros, afinal aquarianos adoram ser do contra.

Do contra fui eu, assistindo uma final de outra Copa do Mundo na televisão, torcendo em silêncio para a Itália naquelas cobranças de pênaltis em 1994.

Do contra fui eu também, quando praticamente sozinho no Morro do Anhangava eu estava em uma manhã de domingo enquanto o Brasil conquistava seu pentacampeonato no Japão em 2002.

Em outros esportes sempre fui bem torcedor, pode ter certeza caro leitor. Vibrei no ouro do vôlei masculino nas Olimpíadas de 1992, nos títulos do Guga no tênis e nos cumes no Himalaia do Waldemar Niclevicz. Não gostava do Senna mas adorava o Piquet e o Barrichello.

Porém quando pela primeira vez tive a oportunidade de visitar um país estrangeiro, fiz questão de envergar uma bandeira nacional em um cume de montanha na Cordilheira dos Andes e de andar por vários lugares com uma camisa verde amarela da seleção. Senti que nós brasileiros éramos amados na Argentina naquela ocasião em 2009. Não havia esse sentimento besta e patético que muitos brasileiros nutrem contra argentinos. Todos por lá sem exceção nos admiravam.

Uma pena que hoje essa camisa da seleção brasileira de futebol teve muito de sua função desviada por gente e "políticos" com zero respeito pelo país e seu povo, tornando-se quase um símbolo de "bolsonaristas (cadê meu emoji de vômito?)".

Acho que verdade é que não acredito mais muito nisso de nações e pátria. Vejo a humanidade como uma coisa só. Sem distinções de local de nascimento. Uma coisa meio Imagine de John Lennon mesmo. Imagine no countries. Seria melhor assim, eu acho.

No fim das contas, essa condição toda vai além do esporte. É uma questão de sentir e de pertencer. Acontece que hoje me sinto mais brasileiro do que nunca, mais identificado com este país que nenhum de nós escolheu ter nascido e que a duras penas aprendi a amar.

E que apesar de toda a desesperança no cenário político e econômico, aprendi a amar.

Que apesar que desde D. Pedro II tenha havido tanta gente má no controle das decisões dos rumos da nação, mesmo assim, aprendi a amar.

Apesar de um povo conhecido por gostar de levar vantagem em tudo, ainda creio que a maioria é boa, honesta e nasceu neste mesmo país que aprendi a amar.

Nestes 200 anos de declaração da Independência do Brasil de Portugal, fica bem claro para mim que somos um país que pode ser tudo, menos independente.

Escravo e marionete dos jogos dos poderosos que não tem a ver com nações economicamente mais fortes, mas sim com interesses escusos nessa busca incessante por dinheiro e poder.

Mas, vamos lá, deixemos de rabugice e vamos celebrar sim estes 200 anos com verde e amarelo. Porque não é só sobre o feriado. É hora de exaltar o que de belo e de bom temos. Que façamos para 200 anos daqui em diante um Brasil mais justo e pujante.

Obrigado por ter chegado até a aqui.


Cume do Pico Monte do Cerro Franke (4.840m). Argentina - Janeiro 2009.




setembro 02, 2022

A Ressaca Pós-UTMB

 Hola, que tal?

Passada a explosão midiática da UTMB e o F.O.M.O (aquela sigla para Fear Of Missing Out, o medo de ficar por fora do que acontece) dela decorrente, hora de baixar a poeira nessa coisa de acompanhar corridas de longa distância pelas redes sociais e fazer a minha breve reflexão daquilo que foi o evento para mim.

Acho até pertinente esclarecer alguns pontos que podem acabar não sendo bem compreendidos quando pinçados de uma ou outra postagem em rede social.

Um ponto que gosto muito de abordar é que UTMB não é só UTMB. UTMB é a sigla para Ultra Trail du Mont-Blanc, prova que deu origem ao que hoje se transformou em um festival que dua uma semana na cidade francesa de Chamonix e outras localidades vixinhas.

A UTMB (prova) consiste hoje em um percurso de aproximadamente 170 km e 10.000 metros de desnível positivo. Durante esta semana acontece também uma variedade de provas variando desde as opções Kids, passando por médias distâncias voltadas aos jovens talentos e também pelas mais longas e importantes, a saber: TDS com 145 km, CCC com 100 Km e OCC com 54 Km, além de outras.

Então o que rola é que vejo muita gente dizendo que tá indo correr a UTMB mas na verdade vai correr alguma prova nessas outras distâncias. o que acaba confundindo muita gente. Acho importante esclarecer.

Outro ponto é que esse evento é como se fosse uma "copa do mundo do trail running" pois é aquela que, como disse, gera maior mídia e consequentemente maior retorno aos patrocinadores. 

Não, não que tudo se resuma a mídia e exposição. Tem um porquê disso. As provas passam por lugares lindíssimos, o nível técnico das trilhas é elevado e ela conta com aquele status de prova clássica, né? Fosse eu um atleta profissional certamente ela estaria na minha lista de desejos.

Mas por que, como amador que sou, ela não está? Nem a UTMB mesmo e nem mesmo as outras distâncias.

Justamente por isso, pela exposição. Pela quantidade de gente nas trilhas. No UTMB largam 2.700 pessoas! É muita gente e a experiência que eu gosto de montanha e mesmo de competição não contempla compartilhar o espaço com tanta gente assim ao mesmo tempo.

E também essa questão da muvuca como um todo, a cidade cheia, fila para entrar nos lugares, para encontrar uma mesa para comer. Não, não. Obrigado. 

Eu super curto acompanhar pelo YouTube, que tem transmissão ao vivo durante praticamente a semana inteira. Eu fico ligadão e acompanhando com atenção, principalmente a prova principal, a UTMB.

Mas não é para mim como atleta. Não faz parte dos planos e acredito que nunca fará.

Meu estilo é outro, é mais low profile. Não que eu ache que é melhor ou algo do tipo. Apenas é meu jeito.

E passada essa overdose de informações de UTMB, hora de voltar a construir uma base que permita então desfrutar dessas outras experiências mais intimistas, eu e a montanha. E alguma eventual competição em um estilo que me agrade mais. 

Mas aí... assunto para outra hora. Por enquanto, ficam aqui os meus pensamentos.

E você? Prefere algo assim mais "pop" no sentido positivo da palavra, ou algo mais silencioso e discreto em suas experiências de corrida de montanha?

Conta pra mim nos comentários que eu quero começar essa conversa pra me ajudar a desenvolver novos vídeos. Aliás, daria até para fazer uma espécie de ranking ou "separação" dos tipos de provas que a gente encontra no Brasil. Aquelas mais de mídia, e aquelas mais low profile. Vou adorar ler as sugestões de vocês para construir mais esse tópico por aqui.

É isso aí, grande abraço, tchau :)




setembro 01, 2022

Como estou tratando a minha Fasceíte Plantar

Hola, que tal? 

Estou aqui para contar como está sendo a minha experiência no tratamento da fasceíte plantar que me acompanha há algumas semanas. 

Antes de mais nada, é importante deixar bem claro que este não é um conteúdo que busca ensinar, recomendar ou indicar qualquer tipo de procedimento ou prática que busque tratar a fasceíte. É apenas sobre a MINHA experiência que estou vivendo. O que tem funcionado para mim não necessariamente funcionará para outras pessoas, portanto, se você chegou até aqui porque está pesquisando sobre o assunto e ficou curioso para entender como EU estou lidando com isso, seja bem vindo. Mas o que indico mesmo é buscar ajuda de profissionais como médicos ortopedistas (principalmente os ligados ao esporte) e fisioterapeutas. 

Fasceíte (também chamada de fascite) plantar é um processo inflamatório ou degenerativo que afeta a fáscia plantar, uma membrana de tecido conjuntivo fibroso e pouco elástico, que recobre a musculatura da sola do pé, desde o osso calcâneo, que garante o formato do calcanhar, até a base dos dedos dos pés.

Porém o fator principal é a falta de alongamento. A fáscia plantar tem relação direta com a musculatura posterior da perna que, encurtada por falta de estímulo, provoca uma tração desse tecido. Dessa forma, ele será machucado ao andar, gerando um processo inflamatório e degenerativo crônico.

Decidi investigar a causa da dor que estava sentindo no meu pé direito no começo de julho deste 2022 (ou seja, pouco mais de um mês depois de publicar este texto), após um breve período sem correr por conta de uma gripe forte. Procurei um médico especialista em pé e tornozelo e foi solicitado exames de Raio X e de Ressonância Magnética. No RX, tudo ok. Na ressonância magnética veio laudo da fascite. Inclusive, a ressonância é o padrão ouro de diagnóstico e que também afastou a hipótese da dor ser causada por uma fratura por estresse no calcâneo e também dispensar o diagnóstico de esporão (que pode levar a uma fascite). 

Como eu disse, o médico escolhido recomendou cessar a corrida. No entanto, diversos fisioterapeutas acham ok o atleta permanecer com a corrida, evitando apenas superfícies muito duras como concreto e pedras, preferindo correr na grama e na terra. Importante também reduzir o volume e optar por tênis com mais amortecimento. 

Eu tenho buscado inclusive educar meu corpo para mudar meu padrão de pisada, evitando ter o primeiro contato com o solo através do calcanhar e tentando fazer prevalecer a pisada com o médio pé. 

Vale lembrar que esta é uma opção única e exclusivamente minha, sem recomendação de especialistas e nem validade científica. É um experimento apenas. 

O tratamento consiste principalmente de alongamento dessa cadeia posterior, principalmente panturrilha, isquiossurais e do pé propriamente dito. Fortalecimento específico também é bem importante nestes músculos citados. Tenho também lançado mão de massagem com apetrechos como aquelas bolinha cheia de cravos que você encontra facilmente em pet shops e como rolo de liberação miofascial para a musculatura dessa cadeia posterior. É um pouco doloroso fazer isso, mas traz grandes benefícios, literalmente "liberando" os músculos tensionados.

O uso de gelo e de anti-inflamatórios promovem alívio da dor e não na eliminação da causa propriamente dita. O que precisa ser feito mesmo são os alongamentos e o fortalecimento.

Não vou deixar aqui a minha rotina de tratamento pois, como disse anteriormente, cada caso é um caso. 

Espero estar melhor dentro de algumas semanas e hoje tenho ciência de que devo manter uma rotina ainda mais séria de alongamento e fortalecimento para prevenir não apenas a fascite, mas também outras lesões decorrentes da prática assídua de esportes de longa duração.

Conta pra mim nos comentários se você já passou por essa e, se for o caso, o que lhe ajudou para resolver este problema.

Muito obrigado por ter chegado até aqui e se interessar, convido a acessar o conteúdo que deixei abaixo em vídeo também.

Um forte abraço!