junho 15, 2018

Desencontros

Reencontrei e desencontrei

Levantar e acordar, muitas vezes, dói

Como dói para quem se apega, para quem se ilude

Porque tudo é ilusão, menos a realidade das coisas

E por estas dores, eu tenho comigo que não basta ser forte

É preciso também parecer forte, disposto, estar sempre bem, estar nos trinques

E entre trancos e barrancos

Entre mortos e feridos e entre muros e grades

Vivo, sobrevivo e convivo, tudo ao mesmo tempo

E desse desencontro é que renasço tão forte quanto madeira de lei

Aquela mesmo que é notícia de jornal, tão nobre quanto o horário

Se alguém ainda liga para isso, para quê mudar de canal?

Para quê sintonizar a frequência infame que permeia nossas vidas?

Já não basta a correria, a desesperança, o ônibus lotado e o motorista enraivecido?

A mim, me basta tanto o sol que aquece como a chuva que alivia

Porque me basto com pouco? Não é assim que vejo, senhores

Apenas me basto. Porque me basta o que de fato há

E se há, então que haja

Seguindo em frente.

junho 04, 2018

Reencontros

Mas quem nunca gostou de encontrar alguém quem não vê há tempos?

Tenho essa exata sensação. Mas com um grande diferencial: esse alguém sou eu mesmo.

Seria a crise dos quarenta - atrasada em um ano - que está me deixando assim com essa sensibilidade aflorada?

Seria um embrutecimento ou seria um amolecimento?

Vejo que é bastante comum, por exemplo, bandas de rock fazerem discos e turnês comemorativas de 10, 20, 25 ou 30 anos de um álbum.

Eu acho que absorvi um pouco disso e sinto-me disposto a iniciar uma fase não exatamente comemorativa dos meus 10 anos de corridas de longa distância em trilhas, ou dos meus dez anos de ida à Cordilheira dos Andes (leia aqui). Mas algo mais profundo, de reencontro dos motivos que me levaram a querer correr longas distâncias em trilhas e que também me levaram aos quase seis mil metros de altitude na Argentina em 2009.

Eu acredito que estou trilhando agora este caminho. De reencontro comigo mesmo. Com um George Volpão mais inocente da década passada, com mais energia. Mas também com aquela impetuosidade da virada dos trinta anos.

Dez anos depois penso que conquistei um equilíbrio mais saudável. E apesar de tantos percalços neste período que nos separa de 2008, vejo um saldo positivo.

E espero que eu possa viver ainda mais intensamente neste próximo ciclo de dez anos que vejo se iniciar.

Obrigado, namastê!


Puente del Inca - Argentina / fevereiro 2009.

junho 03, 2018

Reescrevendo

Olá, tudo bem?

Pouco mais de 4 meses sem escrever no blog.

Falando a real, muitas vezes sinto falta de escrever e de compartilhar a vida por aqui. Como sabem, tenho andado (e pedalado) mais pelo YouTube. Lá é um mundo diferente. Maior parte da galera que está lá é devido ao meu envolvimento com o Gravel Bike, com o ciclismo como um todo.

É interessante observar que quando há vídeos de corrida ou de alimentação vegana rola uma reação negativa de uma parte do pessoal. Fico com a sensação de quem quem tá lá por causa do pedal acha que eu só faço isso da vida (risos).

Somos seres integrais, muito mais do que meros rótulos. Quem me acompanha aqui há tempos sabe o quanto detesto rótulos.

Mas enquanto escrevo este breve post, me vem uma sensação prazerosa de desabafo e de cumplicidade. Talvez pela longa história que eu carrego aqui, com centenas de posts já publicados desde 2006. Quando as pessoas paravam um tempo para ler o que se tinha a dizer.

No fim das contas, vejo que escrever textos tem mais a ver com qualidade de informação. Atinge menos pessoas mas com mais profundidade. Números de visualizações, likes e dislikes são apenas isso, números. O importante, para mim, é a diferença que posso fazer na vida das pessoas, sempre de uma forma natural.

Espero continuar com a chama acesa aqui, buscando escrever mais e sendo, como sempre fui, eu mesmo.

Abaixo, algumas imagens destas últimas semanas.


 Abraços, namastê!