dezembro 28, 2021

Umas últimas palavras e imagens sobre o Ciririca deste final de 2021

 No ar um vídeo contando um pouquinho do que foi o Ciririca Express deste domingo com a queridíssima e sem mimimi amiga Patrícia Moresco. Porque, falando a real, nesta montanha não há espaço e nem razão para mimimi.

É pura Serra do Mar paranaense, quase como no tempo dos pioneiros. É montanha, é selvageria, é lama, é rio, é fita que sumiu das árvores, é bifurcação errada, é subida dura, descida mais dura ainda, é hora atrás de hora de progressão firme, deixando o mato rasgar a pele sem dó.

Mas é também para quem sabe apreciar, respeitar e, literalmente, se ajoelhar diante de tanta beleza e da oportunidade que temos hoje. Estamos cercados de conforto, tecnologias e vantagens que os verdadeiros heróis do montanhismo paranaense lá do século passado não contavam e nem precisavam. Minha mais absoluta gratidão a esses caras que descobriram estas cumeadas, abriram estas trilhas no instinto, na bússola, no facão e com muita força de vontade. Recomendo a leitura deste incrível livro que ilustra a última imagem do post.

Hoje somos meros frequentadores, abençoados que somos por poder visitar trilhas e paisagens que estes verdadeiros homens da montanha conquistaram. Eles são os conquistadores. Sem troféus, nunca se importaram com isso. 

Outro cara do século passado que é referência para mim e que igualmente escreveu um livro maravilhoso é o autor deste texto que tantas vezes já coloquei aqui neste espaço, o cazaquistanês Anatoli Boukreev.

"Montanhas não são estádios onde eu satisfaço a minha ambição, são as catedrais onde eu pratico a minha religião… Eu vou a elas como os seres humanos vão aos templos. De seus altivos píncaros eu vejo o meu passado, sonho do futuro e, com uma acuidade incomum, eu vivo a experiência do presente momento… A minha visão clareia, minha força renova. Nas montanhas celebro a criação. Em cada viagem rejuvenesço.”

Anatoli Boukreev

Assim despeço-me neste texto extra e inesperado antes do final de 2021.

Abraços e excelente 2022 a todos. 









Livro Puro Montanhismo, de Julio Cesar Fiori e Henrique Schmidlin, o Vitamina.


dezembro 27, 2021

Montanhismo Leve e Rápido - Pico Ciririca Express!

Hola, hola, que tal?

Eu e minha super amiga Patrícia Moresco nos jogamos rumo Pico Ciririca, conhecido exageradamente aqui na região como o "K2 paranaense" no Boxing Day, 26 de dezembro de 2021. 

Eu já havia estado lá anteriormente por dez vezes, sendo duas delas fazendo aquilo que chamam por aqui de Montanhismo de Ataque (acho um nome muito pesado, ataque me lembra violência) ou Bate-e-Volta. Prefiro o conceito cunhado décadas atrás no exterior: Light & Fast, em tradução literal, Leve & Rápido.

Não é de hoje que eu me identifico bastante com esta forma de abordar uma atividade a pé em montanhas. Não me sinto mais tão atraído em carregar mochilas pesadas, cheias de equipamentos e suprimentos para muitos dias ou muitas horas. Prefiro me deslocar rapidamente, curtindo da mesma forma cada instante na montanha e me desafiando a encarar novos objetivos esportivos.

É uma maneira diferenciada de praticar atividade em montanha que se posiciona entre o trail running e o trekking tradicional em montanha. Como geralmente as trilhas são muito travadas, técnicas e íngremes para corridas contínuas e a velocidade de deslocamento é superior àquela comum aos praticantes de trekking, podemos colocar o Light & Fast nesse meio do caminho.

O montanhismo leve e rápido vai muito além de apenas ter um bom preparo físico e conhecimento de montanhas. É preciso pensar nas estratégias alimentares, de hidratação, pontos de fuga, estudo apurado da geografia da região e muitas outras variáveis para que a atividade seja segura e prazerosa. 

Nesta atividade, perfizemos aproximadamente 14 quilômetros (segundo meu Polar Git X, no Garmin da Patrícia bateu 16 km, diferença considerável), com 1.920 metros de desnível positivo e 7h34 minutos de atividade no tempo bruto (ficamos no cume por 20 minutos). Foi minha décima primeira vez neste cume, sendo a primeira delas em setembro de 2002. A última havia sido em agosto de 2015, quando fiz em pouco mais de 9 horas e meia este mesmo trajeto.

Estava um dia maravilhoso, temperatura bem amena no início da jornada, 14 graus, e que se deu pouco antes das sete da manhã. A ideia era realmente fazer rápido para retornarmos antes das costumeiras pancadas de chuva de meio de tarde. E aí temos mais uma boa razão para abraçar a ideia do light & fast: quando vamos rápido, temos menos tempo de exposição aos elementos.

Quando a chuva e os fortes ventos vieram nós já estávamos de volta à base, a Fazenda Chácara Bolinha, início desta e de outras trilhas na região da Serra do Ibitiraquire. E ainda recepcionados pela minha esposa Patrícia Fontana, que surpresa agradabilíssima!

Imagens contam melhor um pouco dessa história e deixo abaixo um pouco delas.






Essa foto é especial. Registro da Patricia Fontana ao ver nosso retorno do rolê.

Um grande abraço a todos e um excelente 2022.


Por George Volpão - Todos os Direitos Reservados


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dezembro 13, 2021

Quem sabe?

 Oi, tudo bem?

Bem, talvez fosse melhor escrever e perguntar: quem é que sabe?

Com aquilo que acredito ser mais da metade da vida já vivida, os 45 anos de idade se aproximando mais certeza vou tendo que nada, nada sei MESMO.

Ok, pode parecer algo meio filosófico, o paradoxo socrático, mas que me conforta e me acalma ao explicar exatamente isso: que nada sei.

Agora imagina isso somado a outro aspecto tão familiar aos gregos, a astrologia. Um aquariano com ascendente em gêmeos, tanto elemento ar presente... Quando acho que sei, além de me ligar que nada sei, acho mesmo que aquilo que eu sabia, eu sabia errado. É rir para não chorar.

Deixando o texto menos denso e enevoado, com isso quero apenas dizer que a dificuldade de manter-me firme em uma ideia é algo que me acompanha desde o nascimento.

Tenho vivo alguns dias de dilema no aspecto profissional da vida e que além de não me permitirem andar em uma determinada direção, me exacerba essa característica da dúvida e da insegurança.

Gerando conteúdo na internet desde quase o princípio dela aqui no Brasil (certamente antes da existência de internet banda larga) seja em blog, seja em redes sociais e mais recentemente através do YouTube, ainda não encontrei cum caminho certo para a monetização disso. 

Monetizar seria bastante importante para mim. Sim, o YouTube paga alguns reais por mês, mas cujo valor não é suficiente sequer para pagar a conta da internet.

Tentar pelo menos equiparar os ganhos dessa geração de conteúdo com aquilo que recebo mensalmente como supervisor de vendas na Jamur Bikes seria o mínimo "pensável".

Aí entra o lance que tá pegando: forçar a barra e dar um gás nisso buscando esse lugar ao sol nesse mundo de marketing pessoal. Borro-me de medo de que isso venha acompanhado da perda de liberdade que tanto aprecio. Por outro lado, receio que talvez o atual formato de trabalho CLT em loja de bicicletas esteja chegando ao fim (não só para mim) mas como tendência mundial.

As vendas online já não são mais as mesmas de outros tempos por uma série de fatores que talvez só um texto dedicado conseguiria esclarecer. O mercado mudou demais nestes últimos anos e o consumidor passou a contar com muito mais opções para sua compra. Os marketplaces também vieram com tudo e hoje basta apertar um botão no celular para escolher o menor preço e comprar o que você quiser.

E nós da Jamur Bikes nos recusamos terminantemente a entrar nesta guerra de preços, pois trata-se de uma concorrência claramente desleal. Impossível concorrer com quem mal tem um CNPJ e vende sem nota fiscal no Mercado Livre, por exemplo. E muitas vezes produtos de origem duvidosa.

Situação complicada e que me exigirá uma boa reflexão neste final de ano visando escolher mesmo o caminho para dar minha atenção total e fazer um 2022 menos nebuloso.

E o ano de vocês? Foi cheio das dúvidas também? Deixe um comentário ou me mande um e-mail que vou adorar ter essa conversa.

Boa semana a todos!

Oh, dúvida cruel :)




dezembro 06, 2021

É fim de ano

 Olá queridos e queridas.


Sim, fim de ano. Ou final de ano, não sei bem como se escreve, talvez as duas formas sejam válidas. Eu realmente perdi esse hábito que tanto me faz bem quando decido praticá-lo.

Uma pena, pois acho um verdadeiro desperdício deixar este espaço em silêncio por tanto tempo. Última postagem foi feita no final de julho quando eu decidido estava em voltar a escrever mais por aqui, afinal assunto nunca faltou não é?

Eu não sei bem qual trilha acabei pegando e que me levou ao fim das postagens. Espero ter encontrado o caminho de volta, agora que consegui finalmente deixar um pouco de lado as postagens nas redes sociais (principalmente o Instagram).

Nestes pouco mais mais de quatro meses sem aparecer por aqui o que posso dizer de bom é que voltei a correr com consistência a partir do mês de novembro e sigo em frente buscando abandonar os quilos extras adquiridos nos últimos anos e ganhar mais uma vez uma boa condição física para retornar às trilhas das montanhas paranaenses. Seja correndo, seja caminhando rápido e leve, uma modalidade que sempre me encantou desde meu início no montanhismo lá em 2000.

Não é possível eu deixar passar tanta história assim. Vivi intensamente esta vida e acho mais do que correto compartilhar algumas histórias, já que preciso, no mínimo de uma certa disciplina, se um dia quiser realmente ter um livro escrito e publicado.

Assim sendo, me aguardem.

Um forte abraço e até breve (mesmo!).


Sigo me enfiando nos matos. Novembro/2021. Antonina/PR.


julho 26, 2021

Trail Running Culture

 Queridos e Queridas, como estão?

Trail Running Culture.

Cultura Trail Runner.

Não temos no Brasil.

Não temos apoio, incentivo e divulgação, falando de mídia de grande massa.

Somos um bando de loucos até mesmo pra quem frequenta ambientes naturais.

Para muita gente do montanhismo e do trekking somos uns imbecis que passam correndo fazendo força, deixando de apreciar a paisagem. Sim, já escutei isso.

Pro pessoal do Mountain Biking também somos uns loucos que percorrem distâncias nem tão longas como uns 16 quilômetros e levamos 3 horas pra completar "apenas" nisso.

Ah, mas eu sei que você não está nem aí pra essa galera julgadora. Eu também não estou. Apenas constato que eles existem e são muitos.

Cada um na sua é mais legal. 

Eu também gosto de caminhar devagar em montanhas. E aprecio a paisagem também. Seja correndo, seja caminhando, seja pedalando.

Ninguém deveria "competir" com ninguém nisso e muito menos fazer esses julgamentos.

Todos se divertem e, principalmente estão ao ar livre, praticando esporte.

Tive o privilégio de acompanhar meus amigos Fabio Sakamoto e Patrícia Moresco em um "treino de gente grande" neste sábado passado.

Gente grande porque realmente eles estão muito bem preparados e eu estou muito acima do peso que considero ideal para mim, logo, estou "grande" =D

Dia bastante aprazível para percorrer 10 milhas, a maior parte por trilhas em Campo Magro, região do Morro da Palha.

Tem vídeo no canal mostrando isso e, claro, algumas imagens abaixo.

Conversaremos mais sobre isso no decorrer do período .

Excelente semana a todos!








julho 22, 2021

Sobre Voltar a Escrever

 Queridos e Queridas!

Tudo bem com vocês?

Pow, como está sendo legal voltar a escrever por aqui.

Como disse ontem a Patrícia em nosso chopp noturno: é uma espécie de terapia.

Sim, colocar para fora o que sentimos é sim terapia.

Eu, que nunca frequentei algo do gênero, me sinto bem assim.

Os dedos correndo pelos teclados no intervalo do trabalho sempre trabalhando como ferramenta para transpor ao digital o que o biológico cérebro produz.

Ter também o retorno dos leitores por e-mail e por outros canais também é bastante confortador.

Não que eu esteja aqui em busca das glórias e apupos de plateia. Mas simplesmente por querer compartilhar inquietações que, muitas vezes, acabam sendo também as mesmas que dos leitores.

E como bônus, veio também o fato de que estes textos e reflexões servem para dar uma linha geral sobre assuntos que gosto também de falar em minhas conversações matinais com meus inscritos no canal do YouTube.

Sendo assim, aquilo que posto no blog no período da tarde, acaba indo por e-mail através da lista de inscritos no blog na manhã seguinte e também acabo gravando um vídeo direto, sem cortes ou edições que está indo ao ar antes das 10 da manhã.

Como não se trata de um vídeo onde estou lendo o texto publicado no dia anterior mas apenas a profusão de palavras que brota na mente, fica algo bem natural e, de certa forma, complementar ao texto. 

Convido você a ser, se ainda não é, a ser um(a) inscrito(a) do Canal no YouTube.

Por hoje é isso, apenas gratidão :)

Saludos!








julho 21, 2021

Sobre Estar Só - O Circo de Um Palhaço Só

 Queridos e Queridas, como estão?

As conversações de hoje tem a ver com solitude. 

Muita gente prefere o uso dessa palavra em vez da solidão. Sabem a diferença? Caso não, ajudo aqui:

Segundo o Dicionário Online de Português, Solitudes é o plural de solitude. O mesmo que: exílios, retiros, solidões.

Significado de solitude

[Poética] Estado da pessoa que está só, sozinha.

Condição de quem se isola propositalmente ou está em um momento de reflexão e de interiorização.

Etimologia (origem da palavra solitude). A palavra solitude deriva do latim "solitudo,inis", com o mesmo sentido de solidão.

Já sobre a Solidão, a mesma fonte discorre: Significado de Solidão

substantivo feminino

Estado de quem está só, retirado do mundo ou de quem se sente desta forma mesmo estando rodeado por outras pessoas; isolamento: os encantos e as tristezas da solidão.

Lugar despovoado e não frequentado pelas pessoas; ermo, retiro: retirar-se na solidão.

Natureza ou característica desses lugares ermos: solidão dos mosteiros.

Assim, concluo: 

A solitude é um estado de isolamento voluntário e positivo, já a solidão é uma condição associada à dor e tristeza. A solidão é um sentimento de vazio, é o desejo de ter a companhia das pessoas, mas não ter.

Sendo assim, vamos de solitude mesmo, uma vez que é uma sensação positiva, que é como me sinto muitas vezes.

Talvez eu pudesse contextualizar isso começando pela infância.

Apesar de ter mais três irmãos, a diferença de idade entre mim e eles é enorme, o que fez com que eu passasse minha infância praticamente sem esse tipo de companhia. Era também uma das únicas crianças da escola que moravam em apartamento na cidade onde cresci, Paranagua-PR. Ou seja, pouco acesso às brincadeiras na rua, como a maioria dos colegas de aula.

Assim, me acomodei e me encontrei entre livros e discos, tornando-me, de certa forma, bastante introvertido.

Fui me soltar e me relacionar com pessoas mesmo a partir da adolescência, quando passei a estudar no período da noite e a trabalhar durante o dia. E, claro, festar MUITO nos finais de semana com a fase do sexo, drogas e rock and roll que vivi na última metade da década de 90. Cinco anos muito loucos mesmo.

Aí a gente cresce, vira hominho (nem tanto assim) e acaba literalmente "encontrando a sua turma".

Primeiro com a galera da montanha, na primeira década do Século XX. Pessoal da AMC (Associação dos Montanhistas de Cristo) e o Nas Nuvens Montanhismo.

No final desse período me mudei para Belo Horizonte e comecei uma nova fase da vida, principalmente no que se refere ao esporte: a corrida de rua e a corrida em trilha.

Acabei ficando apenas 11 meses e 15 dias na capital mineira, retornando à vida na capital paranaense no final de 2009 (apesar de ter residência na região metropolitana, meu trabalho sempre foi em Curitiba).

E aí, nova turma. A galera do Trail Running. Uuhuu, radical, pé na lama (mas que não gosta de mosquito e nem de dormir sem banho. To generalizando, aviso pra galerinha que problematiza tudo).

Mesmo assim nunca fui lá de curtir grupos grandes, patotas, etc.

Minha vida em comunidade sempre se resumiu às pessoas com quem eu tinha um relacionamento fixo (minhas namoradas quase sempre foram minhas melhores amigas) e pouquíssima gente mais.

E assim tem sido desde então.

Não é difícil encontrar inúmeros vídeos no YouTube e relatos aqui no blog dos meus rolês "solitários" pela Serra do Mar.

Gosto da independência, da sensação de liberdade que somente a minha companhia me proporciona.

Com equilíbrio, claro. Gosto de estar BEM acompanhado e os últimos meses me proporcionaram muitas dessas experiências bem acompanhado nas atividades.

Creio na seleção natural das pessoas que são do nosso convívio. Algumas chegam e ficam por um tempo, outras mais. Todas, de certa forma partem. Eu não tenho amigos do tempo de colégio, por exemplo.

Talvez eu não seja um bom amigo, daqueles que forçam a barra que cultivem ou que comam caminhão de bosta por alguém. Sou mais prático, Lua em Virgem, sacam?

Essas reflexões de hoje advém das experiências que tenho vivido recentemente na comunidade trail runner onde observo e coleciono impressões de que o que realmente importa é quem você tiraria da montanha em caso de apuros. Quem está do seu lado verdadeiramente, quem realmente se importa.

Nesse mundo de relações sem solidez e de redes sociais onde um like numa foto não significa afeto mas sim um processo automático, eu fico, como sempre com os bons e a galera do offline.

Com a atenção daqueles que mesmo a distância me acompanham nesses textos, nos meus vídeos ou numa rara postagem no Instagram. É gostoso receber aquele direct de gente que não vejo há anos e que compartilha com você das mesmas ideias.

Quem não gosta de ser lembrado e que perguntem: você está bem?

É dessa solitude que falo. Sobre o estar só e bem. De gostar da própria companhia, de não querer se isolar do convívio humano mas de também não fazer parte de um circo.

Assim é, assim sou. George Volpão, palhaço de um circo só.

Saudações, gratidão!


julho 20, 2021

Sobre Corridas e Montanhas

 Olá queridos e queridas.

De fato, não tem sido fácil esse processo de entendimento sobre o que anda acontecendo.

Sinto-me como se realmente a motivação para fazer as coisas estivesse dentro de mim mas em algum momento a conexão dessa motivação como o "botar em prática" se perde.

O resultado é o "kit corrida de inverno" que foi separado no domingo a noite para correr na segunda-feira ainda intacto esperando ser usado. E já estamos no final da terça-feira...

Não saber qual o elo que falta para que corridas e montanhas retornem à minha rotina de vida tem me incomodado cada vez mais.

Minha aposta da vez é a alimentação. Tem sido bastante pobre em nutrientes como poucas vezes na vida. E não porque me falte disposição em preparar boas refeições e nem por faltar dinheiro. Aliás, comer bem e saudável é BEM mais barato que comer industrializados, estejam certos disso.

Esse loop que parece infinito já deu.

E espero trazer pelo menos melhores notícias na próxima semana.

E você? Em algum momento já se sentiu assim, como se tivesse uma âncora nos pés?

Conta pra mim!

Saudações!


Sinto-me como de cabeça para baixo...


julho 19, 2021

Auge do Inverno


Queridos e queridas!

Espero que estejam sobrevivendo bem a este inverno.

O dia mais frio que corri neste ano ainda rolava usar shorts: 7 graus.


Eu não sei porque tenho a impressão de que este inverno está mais rigoroso que o anterior. Acho que há uma grande chance de ser um equívoco meu, visto que, se assim fosse, essa notícia certamente já teria ganhado a imprensa. 

Talvez porque o evento histórico da neve nas montanhas em 2021 tenha ocorrido já no terço final da estação, mais precisamente em 21 de agosto, como vocês puderam assistir aqui no vídeo abaixo:




O fato é que com a chegada dessa segunda massa de ar polar do ano (a primeira veio trazendo geada "cedo", ainda em junho) agora em meados de julho parece já estar me cansando muito mais do que antigamente.

Seria efeito da passagem inexorável dos anos? 

Eu sempre fui um amante incondicional das baixas temperaturas. Tenho até fotinho no abandonado Instagram de uma manhã no cume do pico do monte do Morro Itapiroca em 2007 com temperatura abaixo de 4 graus negativos. Estava super faceiro.

Eis que me vejo agora, em meus 44 anos de idade (e já vacinado com a primeira dose contra o Sars-Cov-2) ignorando completamente as oportunidades de apreciar uma boa geada em um lugar emblemático da minha amada Curitiba, como o Jardim Botânico, do qual hoje sou vizinho quase de porta.

Simplesmente impossível levantar pela manhã para as corridas que sempre apreciei pisando esse gelo fino. Sinto-me por vezes, como que amarrado numa cama quentinha ao lado da parceira amada que compartilho a vida.

Não, longe de mim botar a culpa no casamento, antes que isso suponham. Erro! Não creio também que minha resistência às baixas temperaturas tenha diminuído. Afinal, tenho encarado sem dramas o deslocamento sobre uma bicicleta para o trabalho com estas baixíssimas temperaturas e vento congelante que traz uma sensação térmica digna da Patagônia.

Enfim, nada mais que uma breve reflexão onde, colocando para fora estes questionamentos, posso buscar uma resposta lá dentro para saber onde está aquele George Volpão amante do inverno e das corridas matinais.

E sobre corridas e montanhas eu converso com vocês no próximo texto.

Espero que estejam bem!

Saludos!

maio 10, 2021

Começa a Temporada de Montanha!

 Hola, que tal?

Agora sim, finalmente voltando às corridas em trilha.

Em um sábado de se emocionar, eu e meu parceiríssimo de longa data Nelson Mendes, o Pexe, fomos até o Morro dos Perdidos e aproveitamos a reabertura do local que esteve fechado por pouco mais de um ano para fazer um treino de respeito. 

18 km, 1300m D+ e ótimas sensações.

Meu posterior de coxa não deu nem sinal de dor, minha lombar com protusões discais não incomodou (ou seja, zero dormência na coxa e panturrilha) e o joelho direito comportou-se perfeitamente.

Com isso, posso desenhar e planejar melhor um retorno seguro à modalidade que é a minha favorita.

Para este mês de maio ainda preciso fazer uma nova ressonância magnética para saber se houve uma correta cicatrização da musculatura da coxa e estar, de fato, liberado. 

Assim feito, seguirei na minha planilha imaginária até o final de junho para, aí então, estruturar decentemente um programa de treinos para longas distâncias em trilhas e montanhas com foco no verão seguinte.

Vamos em frente, obrigado pela força de todos aqui.

Abaixo imagens e vídeo do rolê do Morro dos Perdidos!

Saludos!












maio 03, 2021

Um Abril sem posts mas não sem emoções

 
Hola, que tal??


Não é sempre que as palavras fluem, vocês sabem.

Mesmo com mais de 10 anos escrevendo por aqui, vejo que muitas vezes as palavras me faltam. Você já parou pra pensar em como a gente muda em dez anos? Como você era 10 anos atrás?

Falando por mim, além de estar ainda na casa dos trinta anos, em 2011, eu estava ainda na flor da idade nas minhas atividades esportivas, dando paulada atrás de paulada nas corridas em montanha e, principalmente, escrevendo aqui com mais afinco.

E é interessante observar também que nesses dez anos vimos a consolidação da presença das redes sociais como tomadoras de tempo. 

É claro que há muito conteúdo bom gerado por lá. Mas, acho até que já comentei por aqui, o problema das redes sociais é o ruído excessivo. Muita informação e de forma desorganizada. O conteúdo importante que vejo por lá muitas vezes passa batido, acabo esquecendo de utilizar a função "salvar" que existe no Instagram. Além disso tem o problema de que Instagram e Facebook tem uma rede de pesquisa pavorosa se comparada ao Google.

Nessa redes sociais você precisa buscar por hashtags... Quando pesquisamos no Google, recebemos além do resultado em texto e imagem, também os vídeos do YouTube, o que é uma boa.

No meu caso especificamente, não acredito que eu esteja gerando conteúdo relevante. Tenho apenas falado sobre mim, sobre os treinos e comidas que faço entre outras peculiaridades da vida.

E isso tudo no meio da eterna "crise existencial" que me acompanha há décadas que é o "compartilhar ou não compartilhar sentimentos?"

Qual o caminho a tomar em seguida eu sinceramente não sei.

Falando do MEU mês de abril, foi bastante intenso. Pude retomar os treinos de corrida com consistência, Fazer de verdade minhas sessões de fortalecimento, colher os primeiros resultados disso (melhor técnica de corrida e redução de peso corporal) e encarar novamente umas trilhas.

Para este mês de Maio, a expectativa é manter essa consistência, aprimorar um pouco mais essa técnica e escrever um pouco mais por aqui.

Quem viver verá. Espero que estejam se cuidando também.

Excelente Maio a todos!


março 31, 2021

Atualizando - Reconstrução em Curso

 


Hola, que tal?

A palavra do mês foi exatamente esta: reconstrução.

Nunca foi tão real, verdadeira e na carne.

Após um desfile entre consultórios, clínicas, hospitais e no ambiente estéril do Zoom, as considerações:

- Três pequenas protusões discais que demandam atenção mas não são impeditivas para a prática de esporte. Foram reveladas através de exame de ressonância magnética solicitado pelo Dr. Thiago Fuchs (especialista em joelho e quadril) e depois também analisadas pelo Dr. Antônio Krieger (especialista em coluna, também corredor). Como se trata de uma situação irreversível e que pode levar futuramente a uma hérnia de disco, mais do que nunca fortalecimento de core é necessário para que eu tenha maior longevidade nas corridas e pedais. Já comecei!

- Ruptura muscular do músculo posterior da coxa esquerda no dia 12 de dezembro do ano passado. O grande problema, na realidade, foi ter voltado às corridas em trilha e aos treinos de intensidade no Velódromo antes da hora certa e de liberação médica. Em mais uma ressonância magnética realizada agora em março ainda se revelou um sangramento tardio, que não estaria acontecendo caso eu realmente tivesse tratado como deveria (repouso e distância das corridas por pelo menos dois meses). Não apenas voltei a correr antes, mas com alta carga. Corri um grande risco de ruptura maior e que precisaria de uma cirurgia. 

- Diante disso decidi por me afastar dos treinos junto à Equipiazza. Primeiro para buscar me recuperar fisicamente e depois para voltar a aplicar uma filosofia de treino onde eu busco ouvir mais o meu corpo, como fiz por mais de duas décadas nas corridas e montanhas. Treinando sozinho eu acredito que me mantenho mais focado. Dou mais atenção aos meus sinais. Estar treinando em grupo é muito bom e motivador mas ainda não tenho (e acho que jamais terei) a percepção do que é o meu treino e o que é o treino dos companheiros. Assim, tenho a tendência em exagerar, mesmo com orientação para eu pegar leve.

- Consulta remota com a fisioterapeuta Raquel Castanharo, uma referência em corrida e atuação junto à comunidade de corrida. Baita profissional cheia de conhecimento para compartilhar. Recomendou alguns exercícios de fortalecimento de quadril, atividade necessária para corrigir a fraqueza muscular nesta região e que ela identificou durante a consulta via Zoom (ela é de São Paulo).

Assim, durante este mês de março eu fiz algumas atividades de corrida e bike, bem leve e voltando a ter prazer em corridas continuas e mais longas (estou liberado para correr por 60 minutos cada sessão, sem forçar). De fato, estas corridas foram as mais longas na rua desde sei-lá-quando. Tão focado estava eu nos treinos de intensidade no Velódromo às terças e quintas e na montanha aos finais de semana (no ano passado).

Abril promete um pouco mais de consistência, afinal estou em condição de dor zero na musculatura e de dormência zero na coluna lombar, que eram as minhas queixas desde o final do ano passado.

Reconstrução!

Nos vemos nas trilhas em breve, vem muito mais por aí.

março 01, 2021

Pintura da Bike GT, Saída da Equipiazza e mais


 

Hola, que tal?

Seguimos em frente, com novidades.

Vamos pintar a bike, refazendo a originalidade e qualidade de uma bike GT. Bora também recuperar o corpinho com base nos resultados dos exames que virão (ressonância magnética de perna e quadril), nova metodologia de treino e por aí vai.

Eu conto um pouco disso no vídeo abaixo.

Saludos!!!



fevereiro 25, 2021

Fechando Ciclo

Hola, que tal?

Olha só...não sou de reclamar da vida não. E também acho  que esse post não é bem uma reclamação, mesmo sabendo que se fazer de coitadinho dá Ibope.


Mas, carai, véio. Os últimos 12 meses foram uma sucessão inédita de lesões, doenças e imprevistos.


Começou no 01 de março de 2020, com uma torção do joelho direito, que já não tem o Ligamento Cruzado Anterior desde 2013. Foi no Morro Araçatuba e tive que vir praticamente a reboque por quase 2 km de trilhas. O que faria em 20 minutos de corrida levou 120 de caminhada arrastada e ainda cheio de dores.


Ok, consultas, exames, liberado pra correr em uns poucos dias e aí entra a pandemia de Covid-19. Mesmo sujeito aos julgamentos e dedos apontados, permaneci treinando corrida e ciclismo, ouvindo asneiras de todos os lados. Muitos achando que era puro egoísmo sair para pedalar, correr o risco de sofrer um acidente e ocupar o leito de alguém que estivesse precisando por causa do Covid-19. Estávamos ainda em março e abril, e ninguém poderia imaginar que quase um ano depois a situação dos hospitais é muito mais grave que naquela época e estes mesmos que criticavam na época, hoje vivem como se não houvesse amanhã em suas viagens, festas e "aglomerações do bem". 


Enfim, escapei ileso (até esta data) do vírus. Tendo o cuidado de não exagerar nas aglomerações, tentando manter alimentação natural (é bem difícil, confesso), com o máximo de atenção nas medidas preventivas.


E esse foi só o começo. Em maio veio infecção dentária (me afastou dos treinos por 3 semanas), em agosto uma lombalgia (mais duas semanas), em setembro uma queda de bike num treino (duas semanas sem correr e quatro sem pedalar devido às dores nas mãos), em dezembro um estiramento muscular e agora em janeiro e fevereiro de 2021 umas dormências estranhas na perna esquerda quando faço corridas mais rápidas.


Junta isso tudo a uma completa falta de vergonha na cara da minha parte em não fazer nem fortalecimento, nem alongamento e nem exercícios de mobilidade.


Chegou a hora de pagar o preço.


Mas quem me conhece, sabe. Não sou de reclamar. Tiro muito aprendizado disso tudo e parece que uma ficha caiu aqui nessa cabeça quase oca.


Crises geram oportunidades, dizem. E teve também muitos momentos bons, como as férias em Santa Catarina, os treinos de corrida no Velódromo de Curitiba com a Equipiazza (assessoria de corrida com pegada forte de montanha e que deixo de integrar temporariamente a partir de hoje), algumas montanhas e trilhas com ótimos amigos e com minha parceira de vida, ano novo no Guartelá e muito mais. É o famoso "confesso que vivi" de Neruda aqui explanado. Sim, 12 meses bem intensos.


Mas quero, DE VERDADE, virar essa chave a partir deste 01 de março e fazer a coisa certa, fazer o que tem que ser feito. Foco no prazer diário de manter o corpo ativo e a mente sã. Sempre em busca da verdade. E, assim, construir um futuro com um pouco menos de dor, cercado dos melhores.


Pra cima, cuidem-se e até breve!





Por um novo ciclo com muita pizza vegana nas montanhas com essa mulher!




E também muito café com paçoca em botecos rurais durante os pedais.






Sempre será mais sobre montanhas. E cercado dos melhores!




Sobre montanhas, trilhas, amizades verdadeiras e cervejas!

De preferência com mais montanhas nevadas como este Araçatuba em agosto passado.

janeiro 18, 2021

Estou Pronto!

Estou pronto. Esta imagem é de janeiro de 2009, no Cordón del Plata, a 3.200 metros de altitude, preparando um café.

Foi basicamente minha última experiência real de montanhismo. De lá para cá foquei primeiramente nas corridas de rua e de montanha, depois me dediquei à música e por fim à uma viagem breve pelo mundo das Gravel Bikes.

Claro que frequentei montanhas e até mesmo acampei em algumas nesses 12 anos longe da pura montanha. Mas meu corpo e principalmente minha alma agora chamam pelo retorno.

Após tantos adiamentos nesse retorno, hoje entendo porque isso não aconteceu antes. Tudo tem a sua hora. Um pouco mais experiente, mais cauteloso, com muito mais tecnologia de equipamentos do que antes e com muito mais vontade de viver estes dias intensos junto à natureza única de montanha. Estou pronto, foi dado o start.⠀

É mais sobre montanhas que sobre corridas. Aos poucos vou contando por aqui o que estará rolando.

E a imagem abaixo é de janeiro de 2021 no Morro Araçatuba neste último domingo, também preparando um café. Um recomeço? Com certeza. 

Nos vemos pelas trilhas!




janeiro 07, 2021

Primeiro do Mês


Hola, que tal?

Poxa, quem me dera ao menos uma vez cumprir com aquilo que se promete todo início de ano. Não só a promessa de escrever mais. Mas aquelas mais manjadas, sabe? Treinar com mais disciplina, comer melhor, dormir mais, se estressar menos com o que não está sob nosso controle... Tenho certeza que você que me lê pretendeu começar algo novo ou mudar alguns hábitos a partir do dia 01 de janeiro. Ou na primeira segunda do ano, que seja.

Bem, dessa vez não prometi voltar a escrever com frequência mas aqui estou. Prometi fazer alongamentos todas as noites antes de dormir mas, caramba, já estamos no dia 07! Beleza, essa noite eu começo e no texto da próxima semana (olha as promessas, Volpson!) eu conto se está rolando.

Ainda bem que esta ferramenta aqui me lembra quando foi a última vez que estive aqui no blog. Foi no final de setembro. E nestes pouco mais de três meses minha vida teve um rebuliço tão grande, mas tão grande... Sei que tem muita gente que não gosta (e que se danem por isso, não ligo), mas eu gosto demais dessa minha capacidade de me adaptar às mudanças, de encarar os desafios e, principalmente de entender as ofertas que o Universo me proporciona.

Mudei de casa, iniciei um relacionamento com uma pessoa maravilhosa (que conheci lá em 2013), fiz novos amigos, estreitei laços com pessoas já presentes na minha vida e, mais que tudo vivi. Ah, como eu vivi.

E assim espero que sejam todos os próximos dias da minha vida. E da sua também. Porque, como mencionei no texto anterior, vivemos tempos difíceis e é importante viver com intensidade, equilibrando-se entre o ousado e o precavido. Difícil equação, não é? Mas certamente aquela que mais fascina a humanidade.

Se jogue também e se permita. Com responsabilidade.

Um feliz ano novo para você!


Uma foto de Novembro, no Morro do Cal, atual parquinho preferido para treinos de Skyrunning Tropical (tema do próximo post).



Foto de Dezembro para um vídeo ainda não lançado sobre um calçado de Trail Running. 



Foto de hoje mesmo, dia da postagem deste texto, 07 de janeiro de 2021, no Velódromo de Curitiba no segundo treino do ano, ainda puxando um pouco a perna por causa de um estiramento muscular sofrido há quase um mês.


 

A foto que melhor representa meu 2020: cercado dos melhores! Um 31 de dezembro de 2020 inesquecível e perfeito.