dezembro 28, 2021

Umas últimas palavras e imagens sobre o Ciririca deste final de 2021

 No ar um vídeo contando um pouquinho do que foi o Ciririca Express deste domingo com a queridíssima e sem mimimi amiga Patrícia Moresco. Porque, falando a real, nesta montanha não há espaço e nem razão para mimimi.

É pura Serra do Mar paranaense, quase como no tempo dos pioneiros. É montanha, é selvageria, é lama, é rio, é fita que sumiu das árvores, é bifurcação errada, é subida dura, descida mais dura ainda, é hora atrás de hora de progressão firme, deixando o mato rasgar a pele sem dó.

Mas é também para quem sabe apreciar, respeitar e, literalmente, se ajoelhar diante de tanta beleza e da oportunidade que temos hoje. Estamos cercados de conforto, tecnologias e vantagens que os verdadeiros heróis do montanhismo paranaense lá do século passado não contavam e nem precisavam. Minha mais absoluta gratidão a esses caras que descobriram estas cumeadas, abriram estas trilhas no instinto, na bússola, no facão e com muita força de vontade. Recomendo a leitura deste incrível livro que ilustra a última imagem do post.

Hoje somos meros frequentadores, abençoados que somos por poder visitar trilhas e paisagens que estes verdadeiros homens da montanha conquistaram. Eles são os conquistadores. Sem troféus, nunca se importaram com isso. 

Outro cara do século passado que é referência para mim e que igualmente escreveu um livro maravilhoso é o autor deste texto que tantas vezes já coloquei aqui neste espaço, o cazaquistanês Anatoli Boukreev.

"Montanhas não são estádios onde eu satisfaço a minha ambição, são as catedrais onde eu pratico a minha religião… Eu vou a elas como os seres humanos vão aos templos. De seus altivos píncaros eu vejo o meu passado, sonho do futuro e, com uma acuidade incomum, eu vivo a experiência do presente momento… A minha visão clareia, minha força renova. Nas montanhas celebro a criação. Em cada viagem rejuvenesço.”

Anatoli Boukreev

Assim despeço-me neste texto extra e inesperado antes do final de 2021.

Abraços e excelente 2022 a todos. 









Livro Puro Montanhismo, de Julio Cesar Fiori e Henrique Schmidlin, o Vitamina.


dezembro 27, 2021

Montanhismo Leve e Rápido - Pico Ciririca Express!

Hola, hola, que tal?

Eu e minha super amiga Patrícia Moresco nos jogamos rumo Pico Ciririca, conhecido exageradamente aqui na região como o "K2 paranaense" no Boxing Day, 26 de dezembro de 2021. 

Eu já havia estado lá anteriormente por dez vezes, sendo duas delas fazendo aquilo que chamam por aqui de Montanhismo de Ataque (acho um nome muito pesado, ataque me lembra violência) ou Bate-e-Volta. Prefiro o conceito cunhado décadas atrás no exterior: Light & Fast, em tradução literal, Leve & Rápido.

Não é de hoje que eu me identifico bastante com esta forma de abordar uma atividade a pé em montanhas. Não me sinto mais tão atraído em carregar mochilas pesadas, cheias de equipamentos e suprimentos para muitos dias ou muitas horas. Prefiro me deslocar rapidamente, curtindo da mesma forma cada instante na montanha e me desafiando a encarar novos objetivos esportivos.

É uma maneira diferenciada de praticar atividade em montanha que se posiciona entre o trail running e o trekking tradicional em montanha. Como geralmente as trilhas são muito travadas, técnicas e íngremes para corridas contínuas e a velocidade de deslocamento é superior àquela comum aos praticantes de trekking, podemos colocar o Light & Fast nesse meio do caminho.

O montanhismo leve e rápido vai muito além de apenas ter um bom preparo físico e conhecimento de montanhas. É preciso pensar nas estratégias alimentares, de hidratação, pontos de fuga, estudo apurado da geografia da região e muitas outras variáveis para que a atividade seja segura e prazerosa. 

Nesta atividade, perfizemos aproximadamente 14 quilômetros (segundo meu Polar Git X, no Garmin da Patrícia bateu 16 km, diferença considerável), com 1.920 metros de desnível positivo e 7h34 minutos de atividade no tempo bruto (ficamos no cume por 20 minutos). Foi minha décima primeira vez neste cume, sendo a primeira delas em setembro de 2002. A última havia sido em agosto de 2015, quando fiz em pouco mais de 9 horas e meia este mesmo trajeto.

Estava um dia maravilhoso, temperatura bem amena no início da jornada, 14 graus, e que se deu pouco antes das sete da manhã. A ideia era realmente fazer rápido para retornarmos antes das costumeiras pancadas de chuva de meio de tarde. E aí temos mais uma boa razão para abraçar a ideia do light & fast: quando vamos rápido, temos menos tempo de exposição aos elementos.

Quando a chuva e os fortes ventos vieram nós já estávamos de volta à base, a Fazenda Chácara Bolinha, início desta e de outras trilhas na região da Serra do Ibitiraquire. E ainda recepcionados pela minha esposa Patrícia Fontana, que surpresa agradabilíssima!

Imagens contam melhor um pouco dessa história e deixo abaixo um pouco delas.






Essa foto é especial. Registro da Patricia Fontana ao ver nosso retorno do rolê.

Um grande abraço a todos e um excelente 2022.


Por George Volpão - Todos os Direitos Reservados


Siga-me nos canais:


Blog: www.georgevolpao.com.br


Strava: http://www.strava.com/athletes/georgevolpao

Spotify: https://open.spotify.com/artist/1cFDekjlePO6CMsrYEZY71


========================= // =======================

dezembro 13, 2021

Quem sabe?

 Oi, tudo bem?

Bem, talvez fosse melhor escrever e perguntar: quem é que sabe?

Com aquilo que acredito ser mais da metade da vida já vivida, os 45 anos de idade se aproximando mais certeza vou tendo que nada, nada sei MESMO.

Ok, pode parecer algo meio filosófico, o paradoxo socrático, mas que me conforta e me acalma ao explicar exatamente isso: que nada sei.

Agora imagina isso somado a outro aspecto tão familiar aos gregos, a astrologia. Um aquariano com ascendente em gêmeos, tanto elemento ar presente... Quando acho que sei, além de me ligar que nada sei, acho mesmo que aquilo que eu sabia, eu sabia errado. É rir para não chorar.

Deixando o texto menos denso e enevoado, com isso quero apenas dizer que a dificuldade de manter-me firme em uma ideia é algo que me acompanha desde o nascimento.

Tenho vivo alguns dias de dilema no aspecto profissional da vida e que além de não me permitirem andar em uma determinada direção, me exacerba essa característica da dúvida e da insegurança.

Gerando conteúdo na internet desde quase o princípio dela aqui no Brasil (certamente antes da existência de internet banda larga) seja em blog, seja em redes sociais e mais recentemente através do YouTube, ainda não encontrei cum caminho certo para a monetização disso. 

Monetizar seria bastante importante para mim. Sim, o YouTube paga alguns reais por mês, mas cujo valor não é suficiente sequer para pagar a conta da internet.

Tentar pelo menos equiparar os ganhos dessa geração de conteúdo com aquilo que recebo mensalmente como supervisor de vendas na Jamur Bikes seria o mínimo "pensável".

Aí entra o lance que tá pegando: forçar a barra e dar um gás nisso buscando esse lugar ao sol nesse mundo de marketing pessoal. Borro-me de medo de que isso venha acompanhado da perda de liberdade que tanto aprecio. Por outro lado, receio que talvez o atual formato de trabalho CLT em loja de bicicletas esteja chegando ao fim (não só para mim) mas como tendência mundial.

As vendas online já não são mais as mesmas de outros tempos por uma série de fatores que talvez só um texto dedicado conseguiria esclarecer. O mercado mudou demais nestes últimos anos e o consumidor passou a contar com muito mais opções para sua compra. Os marketplaces também vieram com tudo e hoje basta apertar um botão no celular para escolher o menor preço e comprar o que você quiser.

E nós da Jamur Bikes nos recusamos terminantemente a entrar nesta guerra de preços, pois trata-se de uma concorrência claramente desleal. Impossível concorrer com quem mal tem um CNPJ e vende sem nota fiscal no Mercado Livre, por exemplo. E muitas vezes produtos de origem duvidosa.

Situação complicada e que me exigirá uma boa reflexão neste final de ano visando escolher mesmo o caminho para dar minha atenção total e fazer um 2022 menos nebuloso.

E o ano de vocês? Foi cheio das dúvidas também? Deixe um comentário ou me mande um e-mail que vou adorar ter essa conversa.

Boa semana a todos!

Oh, dúvida cruel :)




dezembro 06, 2021

É fim de ano

 Olá queridos e queridas.


Sim, fim de ano. Ou final de ano, não sei bem como se escreve, talvez as duas formas sejam válidas. Eu realmente perdi esse hábito que tanto me faz bem quando decido praticá-lo.

Uma pena, pois acho um verdadeiro desperdício deixar este espaço em silêncio por tanto tempo. Última postagem foi feita no final de julho quando eu decidido estava em voltar a escrever mais por aqui, afinal assunto nunca faltou não é?

Eu não sei bem qual trilha acabei pegando e que me levou ao fim das postagens. Espero ter encontrado o caminho de volta, agora que consegui finalmente deixar um pouco de lado as postagens nas redes sociais (principalmente o Instagram).

Nestes pouco mais mais de quatro meses sem aparecer por aqui o que posso dizer de bom é que voltei a correr com consistência a partir do mês de novembro e sigo em frente buscando abandonar os quilos extras adquiridos nos últimos anos e ganhar mais uma vez uma boa condição física para retornar às trilhas das montanhas paranaenses. Seja correndo, seja caminhando rápido e leve, uma modalidade que sempre me encantou desde meu início no montanhismo lá em 2000.

Não é possível eu deixar passar tanta história assim. Vivi intensamente esta vida e acho mais do que correto compartilhar algumas histórias, já que preciso, no mínimo de uma certa disciplina, se um dia quiser realmente ter um livro escrito e publicado.

Assim sendo, me aguardem.

Um forte abraço e até breve (mesmo!).


Sigo me enfiando nos matos. Novembro/2021. Antonina/PR.