junho 05, 2014

A vida lá fora

Oi!

"Se você quer
Que eu feche os olhos
Pra alguém que foi viver
Algum dia lá fora
E nesse dia
Se o mundo acabar
Não vou ligar
Pra aquilo que eu não fiz"

Eu vivo escrevendo isso: a vida lá fora, a vida lá fora, a vida lá fora.

Desde muito jovem gostei disso. Com menos de dez anos de idade eu já tinha "acumulado" dezenas de noites acampado com meu pai ou com minha irmã. As ilhas do litoral paranaense ou os sítios de amigos da família em Morretes-PR eram os destinos preferidos. Lembro muito bem do meu aniversário de 10 anos de idade passado em um final de semana incrível na Ilha da Cotinga, para onde fui com meu pai em um barco a remo e uma forte correnteza contra. O velho (na época ele tinha a mesma idade que eu tenho hoje, hehe) passou um perrengue comigo, quase batemos nas pedras, foi uma beleza... Mas foi a AVENTURA que eu sempre buscava.

A vida lá fora! É inesquecível também uma oportunidade que fui à Morretes, que fica a 40 km de Paraaguá, onde eu então morava. Eu devia ter 11 ou 12 anos e minha irmã 17 anos a mais. Fomos de moto, uma Yamaha TT-125 (só os antigos saberão o que é isso). Na ida, só alegria. Vento no rosto, on the road. Acampamos onde hoje é o Refúgio Cascatinha. Em 2008 corri uma prova de montanha por lá, mas naquela época era algo bem selvagem mesmo. Acampamos à beira do rio, não foi fácil achar lenha seca para esquentar o jantar. Caiu muita água naquela noite. Acordamos de madrugada com o rio passando a menos de um metro da barraca e tratamos de dar no pé tão logo amanheceu. Chuva torrencial na volta, BR 277, sem roupa apropriada... Do jeito que sempre gostei. 

Costas quentes, frente fria... Vai chover! #nofilter Quatro Barras, junho de 2014.

Teria centenas de histórias para falar da "vida lá fora" na minha infância e adolescência. Talvez isso tenha moldado essa pessoa aqui. Sou a soma de tudo que vivi. Minha vida hoje é muito mais "lá fora" do que foi nos últimos anos, principalmente se falarmos dos dias "comuns". Minha rotina não contempla trânsito pesado, escritório fechado, sapatos, trajes convencionais ou o que valha.

Amanhã embarco para Ilhabela, para a cobertura da etapa mundial do Circuito Xterra. Baita oportunidade de "estar lá fora".

Hoje vivo pela montanha e para as montanhas, mais especificamente para o trail running. No Projeto TrailRunningBRASIL, onde dou consultoria para a Revista TRAILRUNNING e ainda dou consultoria para alguns organizadores de provas. Com isso, faço muito mais que ganhar dinheiro para pagar as contas. Faço o que gosto, porque boa parte da atividade é "lá fora". "Go Outside" é o título de uma publicação trata eventualmente da modalidade e da montanha. Não é uma concorrente da Revista TRAILRUNNING, ela é mais abrangente e manda bem no espírito que sempre vivi: Vá lá fora! Seja andando, seja correndo, remando, nadando, velejando, pedalando... Mas vá lá fora! Assim, nunca lidei bem com termos como "corredor de montanha" ou "montanhista" ou "corredor". Eu simplesmente "vou lá fora. 

Porque a vida É lá fora. E isso me fez lembrar uma musiquinha do Capital Inicial (ok, é pop, já sei, rs). Aqui, em vídeo.

Bons ventos!

"Faz muito pouco tempo
Aprendi a aceitar
Quem é dono da verdade
Não é dono de ninguém
Só não se esqueça que atrás
Do veneno das palavras
Sobra só o desespero
De ver tudo mudar
Talvez até porque
Ninguém mude por você"




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