junho 19, 2011

Super Meia Maratona Noturna de Extrema / 2011 - Relato

E eis que, ressurgido de certa abstinência criativa e testículos suficientes para escrever algo, cá estou. Não que que a criatividade tenha baixado por aqui, menos ainda que tenha brotado testículos por algum efeito radiotivo, ou o que valha. Simplesmente penso que participar da Super Meia Maratona Noturna de Extrema merece um registro. É uma Corrida de Montanha, cara! E noturna! E dura, muito dura, como deve ser uma verdadeira prova do gênero.

Foram pouco mais de 24 quilômetros percorridos, no meu caso, em exatas 3h40min43seg, como atesta o photochart clicado pela Juliana Monteiro que cedeu a imagem.




Extrema é uma cidade pitoresca e agradável situada às faldas da Serra do Lopo, um dos ramais da Mantiqueira, cadeia montanha de expressão.

Após largar as tralhas na hospedaria escolhida, partimos pra um reconhecimento da cidade e na captura de um almoço bom e barato. Junto com o Léo Freitas que tive o privilégio de conhecer pessoalmente na ocasião, fomos retirar o kit da prova. Hora de descansar!

O hotelzinho ficava a uns 150 metros da largada e pra me dirigi faltando 15 minutos para o horário marcado.

Material conferido e reconferido, é dada a largada. Alguns reclamavam do frio, porém eu estava vindo de duas semanas de treinos matinais com temperaturas pouco acima do zero grau e, assim sendo, este fator não foi assim tão relevante.

Largamos pela cidade, desce, desce até o pé do "morro". Pelo menos uns 5 quilômetros morro acima. primeiro no asfalto, depois na terra e depois em um trilha fechadinha, single track mesmo, sem condições de ultrapassar quem não estava tão acostumado a negociar com raízes, pedras e ausência de luz.

Desembocamos no alto de uma crista, as luzes da cidade acesa lá embaixo, com certeza clareando alguma foto sobre a mesa. A vegetação, antes cerrada, passa a apresentar um campo de altitude traiçoeiro, com pedras ocultas e faceiras para derrubar os incautos e empolgados. Como eu, que me deliciei com a primeira torção de tornozelo da noite. Quedinha sem outra consequência além da puta dor, logo esquecida pela urgência de tocar em frente. Segue pela crista, a mata fecha de novo, sobe e desce, sobe e desce, trilha, trilha e trilha. Lanterna de cabeça e uma sobressalente na mão que fez muita diferença, já que era compacta e muito potente, com certeza me salvando de outros apuros.

Em muitos momentos corri absolutamente sozinho naquelas matas geladas (devia estar uns 7 graus lá em cima, penso). Fim de trilha, hora de descer a morraria do lado oposto por uma estradinha de terra com algumas erosões que, claro, me causaram mais um passo em falso e o pé esquerdo virado - sempre ele. Desci conversando com um pessoal gente boa, aproveitando a oportunidade para um networking em plena roça mineira num sábado à noite.

E chegou o quilômetro 14 (ou 15 ou 16, não sei). O que sei é que passávamos uma porteira e olhávamos para o céu. Não para ver estrelas, mas para ver a procissão de luzes das lanternas do povo subindo e subindo e subindo. Era a região do afamado Pasto da Morte, que faz o tal Morro Maldito da Volta a Ilha parecer um monte de merda. Não marquei no relógio, mas certamente levei mais de 40 minutos para percorrer menos de 3 quilômetros. Começamos suave, em estradinhas de chão. Depois trilhas no pasto e depois pasto bruto mesmo, entre montes do cocô e arames farpados. Um festival de atletas bufando, foi lindo. O verdadeiro espírito da corrida de montanha, todos se falando, perguntando se estava tudo ok e, após um sinal positivo, cada um seguindo no seu embalo.

Topo do tal pasto, uma agua e o último gelzinho goela abaixo (preciso retomar o uso das energy balls de 2009) e voltamos a um terreeno mais plano, mais duas torções leves e, enfim, o retorno pela mesma estrada que percorremos no começo da prova. Hora de despencar com cuidado, pé dolorido, sorriso na cara e bora pro vinho na chegada.

Cheguei tranquilo, consegui até mesmo subir correndo o trecho final em asfalto, já na área urbana. 3h40min não fizeram estragos em mim, além do pé inchado, coisa simples que se resolveu em 3 dias.

O pós prova foi bem bom, com sopa quente, frutas, biscoitos à vontade, enfim, ótima estrutura. Loko de bão!

Não chegamos a detonar toda a garrafa do chilenito, afinal o segredo é apreciar com moderação =) Toca pro hotel, recuperar e arrumar as malas pra retornar à geladeira paranaense onde vivo.

Obrigado a quem tornou possível essa parada, ao Fábio da organização.

No decorrer da semana discorrerei sobre os equipos usados em uma prova como essa, algo que acho importante compartilhar mas que não faço agora para não me alongar.

Resultados aqui.

Abraços!










3 comentários:

  1. Muito breve conforme prometido o seu relato. Mas o suficiente para dar água na boca.
    Quem sabe ano que vem...hehe.
    Parabéns por mais esta aventura.

    http://podecorrer.blogspot.com

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  2. George, que relato bacana! Gostei das suas impressões. E fazer a prova em 3:40, meu irmão, é para poucos! Até as próximas. Pedro.

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  3. valeu george parabens aproveito para enviar sites amigos www.o2porminuto.uol.com.br click noticias comente qualquer noticia enviando tambem www.runnersworld.abril.com.br click notascorridas comente qualquer noticia enviando tambem segue ainda meu blog elivanciclistaultramaratonista/cicloturismo.blogspot.com Atenciosamente Elivan(ciclista/Ultramaratonista natural de Bananeiras/Pb residente em Joao Pessoa

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