junho 12, 2017

Gravelizando gostoso e o saco que anda o trail running atual

Senhoras e senhores tudo bem com vocês?

Aproveitei o sábado gelado e de sol para tirar o pó da Groove Gravel e fazer um pedal gostoso com a Gravel que não é Gravel. Essa piada interna já corrente entre os inscritos no meu canal no YouTube faz todo o sentido quando estou em cima da bike, a Groove Riff 70 quadr 27.5 mas com rodas 700C.

É uma piração minha, é uma onda minha.

Sempre questionador dos meios tradicionais, do que o mercado nos empurra, apostei em montar minha própria Gravel Bike utilizando este quadro da Groove que consegui por um preço muito bom.

Em um primeiro momento, a bike está com um par de rodas 700C, utilizando um excelente pneu Continental Speed Ride 700X42. Bastante segurança e por enquanto, sem sinais de desgaste após as primeiras centenas de quilômetros.

Mas já estou aprontando um par de rodas e pneus 27.5X2.2 para poder fazer os estradões de terra com maior conforto. Como tanto quadro como garfo são em alumínio, os pneus estreitos não absorvem bem os impactos e tenho sofrido um pouco nos pedais com mais de duas horas.

Deixo abaixo algumas imagens e o vídeo do pedal de sábado passado.












E, falando em vídeos, na sexta-feira passada resolvi emitir a inútil opinião (segundo um dos comentários) sobre a nota oficial da CBAt (Confederação Brasileira de Atletismo) informando de sua vinculação junto a alguns organismos internacionais que regulam o trail running lá fora, como a ITRA (International Trail Running Association) e a WMRA (World Mountain Running Association).

Foi o que bastou para me causar bastante desconforto quando, após a postagem do vídeo, cair na real e ver no se transformou o cenário competitivo do Trail Running brasileiro. Com exceção da galera realmente voltada a performance e que treina sério pra isso, visando competições internacionais de alto nível (como o Campeonato Mundial que aconteceu exatamente neste final de semana e onde fomos muito bem representados pelo que há de melhor em nosso país, conquistando o décimo posto na classificação por países), o amador que compete hoje em dia, na sua grande maioria tem transformado tudo isso em um grande circo patético de selfies, medalhas e méritos questionáveis. Alguns, incapazes de formular uma pergunta ou um comentário coerente, repetem como papagaios aquela ladainha motivacional baseada em hashtags. O lema destes poderia ser algo como "é mais sobre mochilas de marca e sobre combinar cores do que sobre montanhas".

Acabou que resolvi tirar o vídeo do ar quando já beirava as 100 visualizações, tamanha a bad vibe gerada pela galera que consegue ser mais mimizenta que eu.

Infelizmente, uma modalidade esportiva tão linda como essa, sendo vilipendiada por pessoas que sabem o novo lançamento de determinada marca mas não sabem a história daquela trilha, daquela montanha e que não respeita os coleguinhas, afinal, não se pode parar o treino para dar um bom dia e perguntar como vai a vida.

Sigo nessa solidão gostosa, indo para as trilhas sozinho e feliz, certo de minhas escolhas, sem mais carregar patrocínios no peito, mas com a consciência tranquila que não preciso NUNCA MAIS NA VIDA subir uma montanha para tirar foto com um par de tênis.

Minha vida nas montanhas nunca teve por base esse tipo de parâmetro.

Sou livre.

Obrigado, namastê, boa semana.

Trail Running feliz e solitário em Florianópolis, início de junho de 2017.







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