junho 15, 2022

Meia Maratona Internacional de Curitiba 2022

 Senhoras e senhores, tudo bem com vocês?

Pois é, eis-me aqui relatando de forma breve a minha participação nesta edição 2022 da Meia Maratona Internacional de Curitiba, prova que como o nome diz, é realizada na capital paranaense na distância de 21.095 metros.


A Preparação.

Após ter participado do Mountain Do Praia do Rosa neste ano (cujo relato estou devendo também), busquei algo que me mantivesse motivado para os treinos de corrida. Pensei: por que não uma meia maratona em asfalto?

Em conversa com meu treinador Manuel Lago, ele achou uma boa ideia e logo encontrei essa opção local. Sem necessidade de viagens e seus custos financeiros envolvidos. Infelizmente a viagem à SC para correr o Mountain Do foi uma péssima experiência neste aspecto e pretendo realizar viagens para correr somente se for realmente um objetivo muito especial de prova.

Isto esclarecido passei a treinar mais especificamente para o evento agendado para o domingo 12 de junho pouco mais de 2 meses antes desta data.

Logo após o Mountain Do passei a lidar com dores na coxa esquerda, aquela que teve uma ruptura muscular dos isquiotibiais em dezembro de 2020. Assim, recomendado fui para não realizar treinos muito intensos tampouco em trilhas muito íngremes, já que o movimento de descida de montanha exige bastante de toda a cadeia posterior do corpo.

Realizei o acompanhamento médico necessário, tirei o pé nos treinos e ao que parece a lesão realmente foi embora após algumas semanas. Isso me permitiu pelo menos retomar os treinos intervalados das terças e quintas. Mas ainda assim, deixei de lado os treinos de montanha. Somente na semana anterior que fui testar os motores, de tanta saudade que eu estava, na região do Morro do Anhangava. 

Aliado a isso, no início de maio iniciei na prática de Pilates às segundas e sextas, notando após algumas semanas uma melhora geral no aspecto de mobilidade, alongamento e fortalecimento geral.

De toda forma, apesar dos bons treinos realizados, ainda me mantive BASTANTE desregrado na questão alimentar e no descanso, dormindo poucas horas e me entupindo de alimentos industrializados, ainda que sem ingerir alimentos cárneos. E assim, cheguei aos dias anteriores à prova cercado de dúvidas...


O Pré Prova

Tirando um pouco o o pé nas sessões de treino nos dias anteriores e tentando me alimentar melhor, hora de direcionar atenção ao aspecto meteorológico previsto para o domingo da prova. Previsão do tempo indicada uma intensa massa de ar polar justamente para o final de semana da prova, indicando temperatura mínima na casa dos 2 graus às 6 da manhã do domingo, dia da prova. 

Isso exigiu uma estratégia diferente principalmente para vestuário e aquecimento propriamente dito. Ainda bem que estava já adaptado à situação, pois 15 dias antes havia tido a oportunidade de correr com esta mesma temperatura em um treino longo de sábado e já sabia o que esperar.

Optei por retirar o kit de prova na sexta feira anterior, logo que disponibilizada esta opção. Melhor escolha, uma vez que no sábado, véspera de prova, tive relatos de amigos que levaram até 1h30min para retirada deste kit na loja Decathlon Barigui, uma falha muito grave do organizador da prova.

Neste mesmo sábado, já escolhido o fardamento de prova, tensão no ar e uma certa pressão desnecessária que me coloquei. Não me sentia treinado o suficiente para o que me propunha, que era fazer a prova na casa das 2 horas.

Apesar de estar veloz nos treinos intervalados, nos mais longos meu ritmo estava bastante lento. Parece que ainda me falta o "meio-termo". Tenho resistência para horas de atividade desde que de forma lenta e me sinto rápido para corridas até 30 minutos. Sabia disso e esta inquietação me tirou um pouco da tranquilidade na noite anterior.


A Prova

Com o relógio programado para despertar às 4 da manhã, vejo-me desperto uma hora antes. Rolando um pouco na cama buscando reencontrar o sono perdido, as inquietações voltaram. Mas que coisa boba, justamente comigo que jamais me importei com isso de tempo, pace, objetivos conquistados, etc...

Optei por levantar e preparar o desjejum favorito: panqueca de banana com aveia e canela e um café preto bem forte.

A largada da prova foi na Praça Nossa Senhora de Salete, a pouco mais de 1 quilômetro de casa. Fácil para chegar a pé. Mas havia o frio. Então, mochilinha e roupas quentes para serem deixadas no guarda volumes. Desta vez a Patrícia não poderia me acompanhar pois tinha compromissos profissionais neste mesmo domingo bem cedo. 

Saí de casa às 5:20, muito frio e me encaminhei direto ao guarda volumes da prova. Após uns minutos de tensão, afinal a fila estava grande para deixar o material e o horário de largada se aproximava. 

Acabou dando tudo certo e entrei no funil de largada faltando pouco menos de 5 minutos para as seis da manhã, horário previsto para a largada. Lá encontrei meu amigo Titai, parceiro comercial e de corridas em trilha.

Largamos pontualmente na mais completa escuridão para um já clássico trajeto de descer a Av. Cândido de Abreu, dobrar à direita na Inácio Lustosa e mais uma quebrada à direita para a Rua Mateus Leme.

Aos poucos a multidão vai se diluindo (Largamos junto com o pessoal que faria a prova dos 10Km) e consigo encaixar a minha corrida programada, na casa dos 5:30min/km.

retornamos à região do Centro Cívico e encaramos a primeira subida um pouco mais longa da prova, na Comendador Fontana sentido Alto da Glória. Obviamente a velocidade cai mas tudo sob controle. 

Descemos a Ubaldino do Amaral, passamos por cima do Viaduto do Capanema com o sol nascendo, um momento muito bonito da prova.

Em seguida hora de encarar um bom trecho plano sentido PUC, indo quase até o encontro com a Linha Verde e retornando por uma via paralela.

Neste momento eu já estava no piloto automático, beirando os 10 km de prova. A estratégia de me alimentar com um gel de carboidratos a cada 40 ou 45 minutos funcionou bem mas me sentia um pouco desidratado. Havia falhado em tomar mais água pela manhã.

Umas pequenas bolhas nos dois pés começaram a me incomodar, mesmo estando com equipamento já testado anteriormente: Meias Hupi, creme antiatrito e tênis Hoka Rincon 2. Mas nada que me impedisse de prosseguir ou que me fizesse mudar a forma de pisar.

O momento mais tenso foi mesmo entre os quilômetros 12 e 14, onde meio que joguei a toalha e dei um foda-se pra ideia de meia maratona em duas horas. Bastaria completar e ok. Não estava mais curtindo. Passei a caminhar nos postos de hidratação. Mas, curiosamente, meu corpo se recusava a se entregar. Ele estava muito bem. Disposto, forte, sem dores e sem cansaço. A cabeça que não estava mais interessada em fazer tudo aquilo naquela velocidade programada de 5:30 no plano, 5:45 subindo.

No retorno á região central da cidade, superando a mais temida subida da prova ali no Viaduto do Capanema me vi novamente tomado de uma força interior que me fez acelerar novamente.

E aí começou a doer. Ma sum dor boa, uma dor gostosa. A respiração forte. Os batimentos acima de 180 por minuto. Senti-me vivo e bravo. Lutador. Batalhador por uma glória completamente questionável. Mas era o que me movia

E aí me vi feliz. Feliz pela entrega, por fazer força, por dar o máximo que eu tinha. Não importando em quanto tempo eu finalizasse a prova. O que valia era a entrega. Dar o que eu tinha. Tudo.

E dei. Na última descida, com os quadríceps quase em ponto de falha muscular, voava abaixo dos 4:40 por quilômetro.

O que foi suficiente para conquistar meu objetivo particular, fechara  prova com o tempo oficial  (no chip) de 2h00min08seg.

Duas horas de prova quase redondo. 

E um punhado de reflexões que deixarei no próximo post.

Abaixo imagens que adquiri junto à Foco Radical e um vídeo sobre o assunto que publiquei em meu canal.

Força sempre!

O que que eu tô fazendo aqui?



Aqui as forças voltaram. Viaduto do Capanema, Km 17.



Últimos metros.



Descendo a milhão já no final da prova.


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