Abandono
Em um breve texto/ensaio de sexta-feira quero falar sobre o abandono.
Falar que em tempos de bonequinhos feitos por Inteligência Artificial como o que ilustra esse texto, de positividade tóxica e de cursos de coaching para coaches de coaching não tenho problema algum em mudar de ideia sobre rumos ou sobre abandonar o que eu previamente me propusera realizar. Quem me acompanha há algum tempo conhece essa minha característica.
Neste espaço aqui que cuido (meio mal ultimamente) desde 2007 ou 2006 eu já apresentei diversas vezes as mais estapafúrdias justificativas para abandonar certas ideias.
Por aqui eu já dei início à uma preparação para montanhas de 6.000 metros nos Andes várias vezes. Já comecei a treinar para ultramaratonas em trilha, já casei, separei, divorciei, namorei, juntei, separei de novo, enganei e fui enganado, traí e fui traído (e não falo de relacionamentos românticos apenas).
Esse espaço é quase que uma história escrita da minha vida nos últimos 20 anos praticamente.
Teve até um certo abandono - utilizando-me do título deste texto, visto que teve fase em que publicava textos quase diariamente e que, nos últimos tempos, se conseguia botar em texto os pensamentos uma vez por mês já seria motivo para raios e trovões.
Um abandono que por vezes reflete na maneira como eu tento cuidar de mim mesmo. Abandonando-me. Intoxicando-me violentamente com álcool, pedalando três dígitos como se isso me fosse natural, entupindo-me de porcarias industrializadas como se desejasse morte breve e valiosa.
Quase um movimento de sabotagem. Ou nem tão quase assim. Mas que o mais profundo instinto de sobrevivência insiste em retornar à superfície e me fazer seguir remando.
Não, não sou tão obscuro e entrevado assim. Eu consigo rir das coisas ditas bobas da vida, há um feixe de esperança e luz nesse túnel sem fim.
O abandono de mim mesmo parece estar perto do fim e mais uma vez cheio de ganas de espalhar aquilo que há de bom em mim (e todos nós temos algo bom a espalhar).
Decisões tomadas, hora de brilhar. Em outros universos.
Shine on!
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