setembro 30, 2014

Aaaaaaaaaai a UTMBBBBBB!!!!

Tipo chilique mesmo.

A UTMB - Ultra Trail du Mont Blanc (168 Km / 9.600 D+) é umas das mais representativas competições ultra-trail do mundo, apesar da minha preferência pela também mítica Western States 100 (161 Km / 5.500 D+ / 7.000 D-).

Gosto é que nem cu, claro. E sim, a UTMB é a corrida dos sonhos de 99 entre 100 ultramaratonistas de montanha. Mas não é a minha, não para corrê-la. Para assistir eu tenho imensa vontade... Ver os amigos, os ídolos, conhecer as montanhas e estar no cume do ponto mais alto da Europa ocidental e que dá nome à competição (por onde a prova obviamente não passa, apenas contorna).

Interessei-me hoje por esta aqui, mais "roots", em um país totalmente fora dos roteiros turísticos convencionais e que duvido algum brasileiro tenha ouvido falar antes de saber dela no site iRunFar, que foi onde a descobri hoje. 

Apreciem o vídeo da Persenk Ultra (132 Km / 5.000 D+), no montanhoso interior da Bulgária. E se completar a prova, leva três pontinhos pra desejada UTMB ;)

A Persenk Ultra ocorre no final de semana anterior ao UTMB e tem inscrições a partir de 30 Euros. Barateza! Ah, e não tem classificação por faixa etária de 10 em 10 ou de 5 em cinco anos. Essa bobagem que faz sentido nas corridas de rua mas que não tem porque aplicar em provas de Ultra Trail, onde o que vale é o desafio. A separação existe somente entre Sênior (atletas entre 18 e 39 anos) e Veteranos (ou acima).

Beijos!


setembro 28, 2014

Wake me up when September ends

Acorde-me quando setembro acabar. Wake me Up When September Ends. Vídeo aqui.

Mês do djanho...

Muito me aconteceu em setembro de 2014. Certamente foi o período da minha vida que melhor consegui extrair coisas boas das merdas que as pessoas e o mundo me destinaram.

O capitalismo (geralmente)  malvado, que vive de vender, consumir e produzir, me trouxe pessoas e propostas legais na convenção da The North Face aqui no Paraná. Observei que mesmo em uma marca de nome internacional muito forte o que importa mais é o ser humano. Que grana e resultados são consequência de um trabalho apaixonado e correto. Saí feliz de lá.

Que o mercado trail runner está tomando o rumo da putaria mais louca mesmo. Excesso de provas, de exibição e de super-valorização. É só mais uma forma de praticar esporte, pessoal. Não é a coisa mais importante do mundo. Correr em trilha é divertido e prazeroso mas pode ser ruim se você faz disso sua razão de viver, se busca a vitória (seja ela o que e como for) a qualquer preço, na rasteirada, no egoísmo e na presunção. Levar-se muito a sério é caminho certo para uma vida infeliz. 

Que no mutirão do Dia da Montanha Limpa no Morro do Anhangava, quem adora discursos de facebook sobre preços de inscrições de provas ou sobre posturas pessoais minhas a respeito do que é ser um verdadeiro trail runner (nunca pedi opinião, a propósito) sequer deu as caras. Esconder-se atrás do monitor é mais cômodo. Covardia realmente é um termo que lhes cai bem. Escrevo e penso assim: Acha legal correr em trilha? Vai cuidar delas também.

Que mesmo um dos meus sonhos ter durado somente 9 meses (ser pago para escrever para uma revista), serviu para me aprimorar e valorizar melhor empresas, marcas, pessoas e amigos. 

A redescoberta da depressão que estava quietinha comigo havia alguns anos e que voltou com força nestes dias trouxe também a cura: foco no que importa.

Neste setembro, toda a merda que eu recebi de algumas pessoas teve destino certo: adubo. Adubo orgânico humano.

Outubro começa com novas metas profissionais e pessoais. Entre elas escrever e filmar cada vez mais. E ainda mais, acima de tudo, ser George Volpão. Eu estava com saudade dele. 

Abaixo um vídeo deste sábado, no Morro do Anhangava, com a bela Ana Barbara, que me manteve vivo neste período.

Saludos.


setembro 25, 2014

Comida de verdade e Handheld

Hola!

Abaixo um vídeo rápido sobre comida e handheld. Não aprecio géis e outras gororobas tecnológicas. Meus leitores sabem disso. Como, geralmente, paçoquita ou paçoca comum mesmo, em treinos mais longos, acima de 4 horas. Nos mais curtos estou testando agora. Vamos ver se "pega".

Bom que posso levar nos handhelds, produto que uso há uns dois anos e me atende nas necessidades de hidratação e de carregar alguma comida. São, basicamente, garrafas de mão para corrida. A galera dos EUA usa com maior frequência. Já tive oportunidade de usar alguns modelos e este The North Face se adaptou perfeitamente ao meu estilo. Uma pena não ter achado no site local, mas deixo aqui o link para que visualizem no site gringo. Em algumas das lojas você ainda pode encontrar: São Paulo, Rio ou Curitiba, onde adquiri o meu.

Vamos lá, assistam, mandem um joinha e inscreva-se no canal ;)

Beijos e abraços!

Link Youtube.




setembro 17, 2014

I Training Camp Trail Labs - Inverno 2013 - Como Foi - Parte I

Uma ideia na cabeça e muita vontade de fazer dar certo. Bons amigos, ótimas parcerias e a natureza "conspirando" a favor. Não teria como dar errado.

O primeiro Training Camp que organizei junto com minha esposa Ana Barbara Volpão foi um verdadeiro sucesso. E não somos nós que frisamos isso. Quem se dispôs a acreditar em nosso projeto pôde provar que estávamos no caminho certo ao fazer a nossa escolha: Uma casa simples, no meio da mata, de acesso restrito, com trilhas de todas as dificuldades, serras, rios de águas cristalinas. Tinha também uma térmica com mate, um vinho para curtir assistindo um filme de montanha, comida típica de roça, temperaturas típicas de inverno paranaense (em torno de 6 graus ao amanhecer) e muita, disposição dos integrantes. Foram eles que fizeram a diferença.  Mais do que uma clínica de corrida de montanha, uma verdadeira imersão no universo trail runner, com foco principal no aspecto lúdico, na camaradagem e nos valores éticos e morais, bem como na integração com o meio ambiente e com os participantes.



Nove pessoas lá estavam, chegaram animados e com os olhos brilhando. A parte teórica que havíamos preparado para o sábado a tarde não animou muito (risos). Também pudera: um lindíssimo céu azul invernal convidava para um primeiro contato com a terra e com as trilhas da região. No Training Camp Trail Labs é assim: rasgamos o script se necessário e aceitamos o chamado da galera e da montanha. Saímos para um trote descontraído pirambeira acima, depois morro abaixo. Ótimo para quem ainda não se conhecia estreitar os laços e se entrosar. 

Após um pôr do sol daqueles, hora do rango: quase 3 quilômetros de caminhada até o local escolhido, na mais perfeita escuridão e sob céu estreladíssimo. Mais blá-blá-bla. Ali, o assunto dominante foi a temática do camp, obviamente: trail running. Com isso, captamos a mensagem: para quê salas fechadas, caminho de uma via (palestrante para ouvinte), cadeiras confortáveis? Na caminhada tratamos de diversos temas. Das bolhas do Daniel Júnior ao entusiasmo da Cris Wickert com seus relatos de provas em outras regiões do país.



Bem alimentados e retornando em uma escuridão ainda mais intensa, chegou a hora de curtir um documentário com o Carlos Sá, grande ultramaratonista português, especialista em montanha. A programação era dormir cedo, pois parte do grupo sairia antes do amanhecer para um rolê de duas horas nos matos da região de São Luiz do Purunã. Colchões espalhados por todos os cantos, naquilo que chamamos de caos organizado. Pura ansiedade pelo domingo que anunciava tempo aberto e trilhas ainda mais interessantes. Abaixo, imagens do sábado, primeiro dia.











I Training Camp Trail Labs - Inverno 2013 - Como Foi - Parte II




5:30 começa a profusão de despertadores... Os integrantes mais dispostos levantaram neste horário para uma saída de duas horas com aproximadamente 400 metros de desnível positivo. Em torno de 14 quilômetros, sendo 5 de trilhas técnicas. Fazia um frio de 6 graus e o céu ainda estava estrelado quando saímos. Nesta rodagem, éramos seis. Começou a clarear na subida da Serra da Faxina, trecho em estrada de terra com subida suave. Pouco adiante chegamos no vilarejo de São Luiz do Purunã, onde tomamos o rumo dos campos gerais. Ali o sol nos brindou com espetáculo de cores incríveis. Com pouco menos de uma hora e meia, chegamos ao mirante da Faxina, ponto alto do "passeio" com 1.150 metros de altitude e ampla visão. Breve relax e toca para baixo: 5 quilômetros de descida técnica com trilhas de todos os tipos. Pura diversão!

Assim que chegamos na sede da chácara, o restante do grupo se animava para um trote leve de seis quilômetros. Quem tinha feito a rodagem anterior aproveitou para tomar um bom café da manhã que preparamos e aguardar o retorno do grupo, para encarar novamente a subida da serra, desta vez por trilha. Liberdade de ação, essa foi a tônica. Assim, é possível cada um correr trechos dentro de suas condições físicas. Partimos então novamente para o Mirante da Faxina, desta vez com quem ainda não conhecia o trecho. Um total de 9 quilômetros 100% trilhas técnicas.

Retorno para almoço na Estância Águas da Serra e mais uns poucos slides e vídeos no meio da tarde, já em clima de "quero mais". Deixamos o local do camp pontualmente às 17 horas, levando conosco a certeza de termos dado o melhor do nosso conhecimento técnico e também de ter aprendido muito com as experiências compartilhadas por nossos amigos..


O Training Camp Trail Labs é assim e sempre será: troca de experiências, cada um contribuindo de sua forma, em um processo de aprendizado e compartilhamento de informações único. Porque, no fim das contas, somos todos encantados por montanha e por desafios.

Mais que uma clínica de trail running, o Training Camp é oportunidade de viver a corrida de montanha na sua essência: companheirismo, liberdade de ação, desafio e incentivo à autossuficiência.

Meu muito obrigado a todos aqueles que confiaram na proposta e no processo como um todo. Sem vocês, essa parada não teria sido possível.

Agradeço agradece especialmente à Território Mountain e à TRC Brasil pelo suporte oferecido, desde a concepção da ideia até sua execução.

E minha mais profunda admiração, carinho e respeito por quem lá esteve e conviveu comigo neste um dia e meio. Vocês fizeram a diferença e trouxeram os ingredientes necessários para o sucesso. Valeu!

Foto: Marcelo Santos

Foto: Fred Campos

Foto: Fred Campos



















setembro 15, 2014

Com licença, posso entrar?

Vamos lá, Tio Volpão, como diz minha amiga, Heloise Marlangeon: 

"No meu tempo"... a gente ouvia e tinha muito orgulho de aprender as coisas com quem estava há mais tempo no meio da montanha. De ouvir as histórias, de esbugalhar os olhos. Como assim esses caras sem GPS, sem mapas, sem toda a "ciência" de hoje? Mas como esses caras eram assim tão apaixonados por montanha a ponto de irem onde ninguém havia ido?

O que trago na minha bagagem hoje eu devo aos pioneiros que se embrenharam pelas montanhas do Paraná traçando trilhas que são úteis até hoje. Impossível mencionar todos os nomes desses cabras... Com eles aprendi os verdadeiros valores que a vida nas montanhas comportam. Convivendo com estes e com os "novatos" como eu na época, erramos algumas vezes, acertamos outras e seguimos o nosso caminho. O tempo passa, novas gerações passam a ser os novatos e muitas vezes nós passamos a ser os chatos. Os tios. Os donos da verdade absoluta dos montes. Ou o "Deus".

Os cães, não tenho dúvidas, são mais leais e honestos que os humanos. Na foto o Rex (in memoriam), que vivia na Fazenda Pico Paraná e respeitava mais a montanha do que boa parte dos visitantes dos dias atuais. Foto do autor / junho 2007.

E esse passar de tempo trouxe consigo uma nova maneira de enxergar as coisas. O leite com toddy criou pessoas que gostam de um pé na porta. De chegar arrombando. Metendo sem cuspe e sem camisinha. Bruto. Um punhado de posers caindo de paraquedas nas montanhas vindo de algum planeta cibernético achando que já sabem tudo com argumentos e atitudes dignas de um Hugo Chávez chinfrim, sem respeito algum pela tradição, história e trabalho realizados por gente que está nessa empreita por 20, 30 ou 50 anos. 

A comunidade de montanha precisa de união, não de imbróglios. Azia e mal estar só faz bem para o dono da farmácia e da fábrica de remédio.  Na montanha, como em tudo na vida, precisa-se de gente que queira sentar e conversar e não IMPOR suas verdades. Vamos sentar e conversar? Olho no olho?

Os covardes sempre existiram e sempre existirão. Em tempos modernos, eles atendem muitas vezes pelo nome de Troll. Podem ser também os infantis seres que criam fakes como já vi acontecer. Ou, muitas vezes, os covardes podem ser aqueles mesmos que lhe dão tapas nas costas e sorrisos amarelos mas que por trás - ah, seres humanos - destilam o veneno. Conheço pessoalmente um bom bocado destes tipos, dos quais tento manter conveniente distância, tamanha energia negativa que carregam consigo e suas vidas cheias de emoção.

Quando chegamos na casa de alguém, é de bom tom pedir licença. Mamãe e papai me ensinaram a ser assim, e quando inicio uma trilha, assim procedo: "com licença e muito obrigado por haver pessoas cuidando destes lugares, sinalizando, limpando, prevenindo desgastes, instalando grampos e cordas, enfim, zelando".

Montanha para todos. mas com respeito.

Abraços!







setembro 14, 2014

Guia de Trilhas - Morro do Anhangava (parte I)


INTRODUÇÃO

Saudações.

É com prazer que publico aqui um mini-guia para corrida de montanha no morro do Anhangava, originalmente publicado no antigo site TrailRunning BRASIL.




MORRO DO ANHANGAVA

Localização

O Morro do Anhangava e seus 1.420 metros de altitude, está localizado nas proximidades da localidade de Borda do Campo, distrito do município de Quatro Barras, região metropolitana de Curitiba, a aproximadamente 35 quilômetros da capital paranaense. O local é considerado um campo-escola de montanhismo, pois conta com trilhas para caminhada e corrida, bem como vias de escalada em rocha de todas as dificuldades.

Chegando lá de carro: Deixe Curitiba pela BR-116 sentido São Paulo, seguindo até o trevo de Quatro Barras, cuja sede municipal pode ser visualizada à direita. Saindo desta rodovia, você chega ao centro da cidade. Siga as placas que indicam Borda do Campo e Morro do Anhangava à direita, onde você acaba tomando a PR 506. Em poucos quilômetros, placas indicarão que você deve deixar a rodovia e entrar na localidade de Borda do Campo, sempre seguindo as placas. Está tudo muito bem sinalizado. Basta seguir as indicações e quando se chega à Avenida das Pedreiras, começamos a subir de verdade. O asfalto acaba e começa um trecho de paralelepípedo. Este também se acaba metros adiante e segue-se em direção ao morro, já bem visível bem à frente. Chegamos! Ali há um trailer do IAP (Instituto Ambiental do Paraná) e um estacionamento particular (opcional, valor de R$ 10,00 em setembro de 2012). O retorno é pelo mesmo caminho.

Chegando lá de ônibus: Embarque na linha CTBA/Quatro Barras (Via BR-116) no Terminal Guadalupe, centro da capital paranaense. Descendo no ponto final desta linha, o terminal de Quatro Barras, você embarca sem pagar nova passagem no ônibus da linha Borda do Campo. Basta tocar até o ponto final e você é deixado praticamente na porta do citado trailer do IAP. Consulte os horários aqui: http://www.urbs.curitiba.pr.gov.br/

Chegando lá de bike: Se você tem espírito aventureiro o suficiente para chegar lá de bike, certamente saberá como chegar minha explicação. Vá tranquilo e amarre sua magrela próximo ao trailer.

O que não pode faltar: Calçado para correr em trilha, preferencialmente sem muito minimalismo, já que existem trechos muito técnicos com pedras soltas e lisas que irão detonar seus pezinhos; lanterna, mesmo que não pretenda estar lá pela noite, é obrigatório; celular, água suficiente para uma hora e meia de treino; corta-vento leve, visto que o tempo pode virar de repente como em todo ambiente de montanha; boné, pois o sol pega forte lá em cima; câmera fotográfica, o visual é mesmo incrível. O resto, como reposição energética, vai da sua experiência e precaução.


Classificação da trilha*

- Distância: 8,00 km.
- Ganho altimétrico: 702 metros. 
- Ponto mais baixo: 986 m.
- Ponto mais alto: 1.431m segundo o Garmin Forerunner 405 utilizado no levantamento.
- Dificuldade técnica: média-alta, com subidas duras e trechos de escalaminhada e descidas que exigem muita atenção para evitar acidentes.
- Dificuldade física: baixa, são apenas 8 km, porém são exigentes, principalmente para subir.
- Estilo: Euro-style (presença de trechos muito técnicos e verticais, inclusive com suporte auxiliar de artefatos fixados à rocha para maior segurança).
 Arquivo para GPS aqui.

(*) Em nossas avaliação a respeito de dificuldade física, levamos sempre em consideração o desnível altimétrico, exposição e extensão. Pela visão de um iniciante, esta trilha pode parecer um super desafio. Mas acredite, existem trilhas bem mais exigentes. Se você já correu maratonas em trilhas, provavelmente achará a subida do Anhangava um mamão com açucar. 

Roteiro

Basicamente sobe-se por uma trilha, conhecida como frontal, e se desce por outra, chamada de Trilha da Asa-Delta. Em determinado momento, esta trilha de descida muda de direção e passa a encarar a montanha até se encontrar com a trilha principal, a Frontal e por ela se retorna ao ponto inicial entrando à direita. A não ser que você ainda tenha disposição. Neste caso, toque pra esquerda e suba mais uma vez! Fazendo isso, seu treino pula para aproximadamente 13 km e 1.100m de desnível.

Esta é uma das variações. Na parte II deste texto, que em breve será publicado, mais opções de corridas por lá.

Correndo

Faça o cadastro obrigatório de visitantes no Trailer do IAP (O Morro do Anhangava está inserido dentro do Parque Estadual da Serra da Baitaca), cheque seus cadarços, sua lanterna, seu lanche e pé na trilha. Na verdade na estrada. Menos de 200 metros e começa a trilha, subindo leve. É um single-track fácil, perfeitamente corrível e pouco técnico, exceção de um trecho que passa próximo a um riacho, onde tem uns barrancos empinados. Esta situação se repete até aproximadamente 1,5 km. Aí sim, a coisa começa a empinar e você encontrará muitas pedras colocadas por montanhistas voluntários que ajudam na contenção da erosão. 
 
Pouco após o segundo quilômetro a direção da trilha muda e começamos a subir verdadeiramente a montanha. Se você correr neste trecho, pode se considerar elite! Trata-se de um único quilômetro onde se sobem 300 metros por trecho super técnicos, incluindo degraus chumbados na rocha e aderências de até 45 graus de inclinação. Força nas panturrilhas e muita atenção nos trechos de correntes. Em finais de semana ensolarados você pode encontrar algum congestionamento nestes trechos técnicos. Não se estresse, você está na montanha! É comum também a presença de famílias com suas crianças pequenas. Mas há espaço para todos, aproveite para fazer boas fotos ou se reidratar. Vamos lá falta pouco.

O cume é atingido praticamente na marca do quilômetro três. Atenção, o ponto mais alto é aquele mais adiante! Chega-se a um antecume, desce-se até uma clareira e sobe no meio do matagal mesmo. Por ali, você encontra alguns carreiros que lhe levarão ao vizinho Morro Samambaia, onde começa a Trilha da Asa-Delta, que você utilizará para descer. É preciso de um mínimo de senso de orientação ou, bem mais seguro, baixar o arquivo para GPS aqui


Desfrutado o visual, toca para baixo, com cuidado, rumo ao dito Samambaia. É coisa rápida, cinco minutos e desceu uns 100 metros. No topo plano do Samambaia é possível até mesmo abrir a passada por umas poucas dezenas de metros. No entanto, logo começamos a descer. Não tão forte como a trilha anterior se apresentou, a pendente segue em zigue-zague morro abaixo, permitindo uma corrida gostosa, porém atenta, já que há muitas pedras soltas e uns valetões dispostos a engolir os menos cuidadosos. Ao final da trilha vê-se uma estrada se abrido em frente. Esqueça-a. Pegue a trilha à esquerda que sobe de leve e veja se o estrago nos quadríceps foi muito grande. 

Neste trecho sob mata, tem um sobe-e-desce bacana, até chegar ao segundo trailer do IAP, em uma entrada secundária. Ali encaramos novamente uma trilha que sobe direto à montanha e acaba interceptando em poucos minutos o carreiro inicial, aquele por onde você subiu. Você tem um bom senso de orientação e estudou as imagens e então sabe que para retornar deve tomar à direita neste ponto. Caso contrário, deixe seu e-mail que posso marcar uma clínica personalizada lá na montanha =D

O retorno é correndo suave pelo quilômetro e meio restante. Um atleta em condições medianas, como a maioria de nós, pode fazer este trecho todo em uma hora, acreditamos. Achou pouco? Dê mais uma volta ou explore outras trilhas na região como o Itupava (falarei dele em breve), o acesso à cachoeira (trilha curta, de uns 3 quilômetros ida-e-volta) e estradas rurais. Como dito acima, o Morro do Anhangava sempre foi um campo-escola de escalada e montanhismo. Agora ele também se presta muito bem a um contato inicial com trilhas de verdade, com desnível, com técnica e com extensão adequada para iniciantes.

Turma, esta é apenas minha primeira sugestão de trilha publicada. Tenho ainda muito por melhorar e o espaço está aberto à suas ideias sobre o que devemos postar para tornar este espaço ainda mais interessante. Certamente, no próximo roteiro, terei mais informações relevantes que acabei esquecendo de postar aqui, por falta de prática mesmo. Segue abaixo mais algumas imagens.

Um grande abraço e boas trilhas!







Morro do Anhangava em rodada dupla - Trail Running

Final de semana de montanha é sempre bem vindo.

Estava mesmo precisando, após alguns dias de trabalho intenso (novidades a caminho) e incertezas.

Na semana passada havia corrido em torno de uma hora no asfalto e meu joelho direito voltou a incomodar. talvez por ter corrido muito forte pros padrões atuais, 4:45 min/km para quem se liga em pace. Neste ano ainda não havia feito tanta força assim. Mas, com esses anos todos de corrida e com o LCA estourado, normal sentir um pouco de dores.

Então, vamos à montanha. O Morro do Anhangava, como muitos devem saber, está a pouco mais de 5 quilômetros daqui de casa. Com seus 1.420 metros de altitude, me permite, a cada subida, um ganho vertical de pelo menos 400 metros e belíssimos visuais. Para quem gosta de corrida de montanha de verdade, este é um ótimo local.

No sábado, céu azul e calor me receberam no alto da montanha. Tinha a intenção de dar duas "voltas", subindo a trilha frontal e descendo a noroeste (também chamada de Trilha da Asa Delta). Não foi um bom dia. Muito mais ofegante que o normal e com uma baita fraqueza em trechos normalmente fáceis para mim, me contentei apenas em subir e descer uma vez. Algo estranho aconteceu. Acredito que seja mesmo da tensão da semana anterior e suas incertezas...

Ficam as imagens legais e o vídeo abaixo (link aqui).




Não é apenas sobre corridas. É sobre ir à montanha e desfrutar também.

A clássica foto do pisante na montanha. Estou bastante satisfeito. Em tempo seco e trilhas técnicas, é disparado o melhor que já usei. Em breve um review por aqui.



Domingo a coisa mudou um pouco: calor mais forte ainda, beirando os trinta graus, mas o corpinho respondeu melhor, permitindo inclusive minha melhor marca no trecho Estacionamento Baitacão-Cume Anhangava, pouco mais de 28 minutos. Ali encontrei o Ricardo Beraldi, sua esposa Camile e a criançada. Fiquei imensamente feliz de ver meus amigos lá com seus filhos, desfrutando um lindo dia de sol e a a molecada curtindo, em vez de se pendurar em iPads e celulares. Vida de verdade! Aliás, tinha bastante criança por lá.

O Morro do Anhangava tem se transformado em ótima opção de lazer para todos: turistas, montanhistas, escaladores, corredores e outros. Em geral, a montanha está muito bem cuidada e limpa. Sempre ter os porcalhões, é claro. Mas pelo número de visitantes, que em dias de sol gira em torno de algumas centenas, achei as condições gerais muito boas.

Neste domingo, consegui repetir o treino de duas voltas por lá, subindo a Frontal e descendo a Noroeste, com cada uma das voltas tomando pouco menos de uma hora cada. Tudo isso com as pausas para fotos e vídeos, é claro ;)

Além de molhar a goela no rio também. Calor absurdo para um inverno paranaense: 30 graus na moleira e nenhuma nuvem no céu.

Para fechar, uma Cerveja local, a Anhangava Vevuí, que pode ser adquirida lá mesmo no estacionamento, bem geladinha.

Que venham as próximas!


Parceiros Camile e Ricardo Beraldi com os babies na montanha. Tesão piá!

O vento aliviava a sensação térmica. Calor da porra!

Gatorade? Pozinho de proteína? Tá brincando... Cerveja pós-treino, cara!!!!!


Abraços, boa semana!


setembro 10, 2014

Que tal, amigo?

Que tal amigo?

Que tal, baby, ir e apenas ir?
Que tal, homem, não precisar ir para mostrar depois?
Que tal, eventualmente, não postar todo santo treino?
Que tal, apenas de vez em quando, não precisar do celular?
Que tal, só as vezes, não colocar os treinos no Garmin ou no Strava?
Que tal, pense, ter orgulho das glórias e não dos elogios pelas glórias?
Que tal, jovem, entender que postar frases motivacionais e fotos no Instagram não o tornam um Paulo Coelho do séc. XXI?
Que tal, se não gostou, mandar um foda-se e tudo bem?

;)

Bom dia!

Volpão em 2009, com a uma ridícula pose pós prova mordendo medalha. Na época eu curtia, era coxinha :) Hoje sou apenas chato.

setembro 07, 2014

Avaliação - The North Face Hypertrack - Prévia

Ma oêêêê

Eu, George Volpão, estou com dois pares do pisante The North Face Hypertrack para detonar nas trilhas e montanhas da Serra do Mar paranaense.

Gravei um breve vídeo abaixo onde eu mostro algumas das características do calçado e minhas primeiras impressões.

Vamos continuar dando um bom uso a estes equipamentos para, após mais horas de pancadaria, falar um pouco mais.

Primeiras impressões? Gamei!

Confira o vídeo abaixo ou aqui: Link Youtube.

Um beijo e boa semana!




setembro 05, 2014

Desescolarizando no Trail Running

Oi.

Hoje escrevo em uma revista. Já escrevi para outras também. Não tenho educação formal para isso. Estou sempre tentando aprender e aprimorar. O que nem sempre ocorre com quem tem a dita formação da área, a de jornalista. Há tanta bobagem sendo escrita no meio que eu trafego vacilante. Acredito na desescolarização. Antes de comentar, leia o artigo do link abaixo:



Porque nem só de diplomas e de passado vive o homem. Ele vive das suas realizações AGORA.

Assim sendo, menos lamúrias e menos nostalgia. Hora de viver o hoje. Assim deveria ser sempre. E se não tenho o tal diploma? Um foda-se. Mais que algo pendurado na parede ou as lembranças das festinhas da faculdade, me contento com as pessoas que seguem a trilha comigo.

Bom final de semana, pessoal!