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Pico Paraná

Para começar a falar da Serra do Mar paranaense nossa escolha não poderia ser outra: Pico Paraná. O PP, como também é conhecido no meio montanhístico, é a mais alta elevação do Estado do Paraná e também do sul do país. Teve sua altitude fixada em 1877,36 metros sobre o nível do mar no início dos anos 90, corrigindo a altitude estimada pelo geólogo e geógrafo Reinhardt Maack em 1941, quando o PP foi “descoberto”.
Até aquela época o Pico Olimpo, na Serra do Marumby, era considerada a maior elevação do estado, sendo-lhe dada a altitude de 1800 metros aproximadamente. Com o trabalho de Maack, o próprio Olimpo teve sua altitude alterada, na ocasião para 1547 metros. Em suas observações de campo o geólogo alemão radicado no Paraná, notou com espanto que seus intrumentos apontavam diversas montanhas para o quadrante norte que, sem dúvida, teriam maior altitude que o maciço do Marumby.
Figura sempre presente no Círculo Marumbinista da época, Maack lançou o desafio: atingir o ponto mais alto do estado.
Naqueles tempos as dificuldades de acesso eram enormes. Não haviam estradas que permitissem uma aproximação da montanha. A rota pelo litoral foi logo descartada. Restava então a tentativa pelo planalto. Após três investidas para reconhecimento, inclusive com a ascensão dos cumes do Camapuan, Tucum e Caratuva, o Pico Paraná foi enfim alcançado no dia 13 de julho de 1941. Os autores da façanha foram os montanhistas Alfredo Mysing (Violão) e Rudolph Stamm (Marumby). Maack coordenou todo o trabalho de aproximação indo até o local onde hoje se encontra o abrigo 02
O Pico Paraná está localizado no município de Antonina, ao fundo da baía de mesmo nome. O Complexo do Ibiteruçu ,onde está inserido o PP e outras montanhas, apresenta-se como um bloco parcialmente isolado da Serra do Ibitiraquire, que tem sua crista principal mais à oeste. Como vizinhos do PP temos o União, o Ibitirati, o Tupipiá, o Saci e o Camelos, todos eles com altitudes superiores a 1500 metros.
A vegetação do cume do Pico Paraná e de suas encostas não difere muito do restante das montanhas da Serra do Mar paranaense. É composta principalmente por bambus-anões, como a característica Caratuva (Chusquea pinifolia), arbustos e mata nebular de altitude, esta ocorrendo nos trechos mais úmidos.
Do alto dos seus quase dois mil metros de altitude, a visão que se descortina é magnífica. É possível avistar quase todo o litoral paranaense, as montanhas ao redor e cidades como Curitiba e sua região metropolitana, Paranaguá, Antonina e Pontal do Paraná. Nos límpidos dias de inverno é possível até mesmo avistar os navios em alto-mar aproximando-se do Porto de Paranaguá.
O Pico Paraná é hoje muito procurado pelos excursionistas, tendo como principal atrativo o fato de ser a montanha mais alta do estado. Porém esta visitação intensiva tem criado os problemas e faz-se necessário que atitudes sejam tomadas para que este verdadeiro santuário seja preservado. Seu cume apresenta-se bastante modificado, com desnudação da cobertura vegetal pela utilização intensa das clareiras abertas para a montagem de barracas. A vegetação original vai dando lugar à rocha nua e se nada for feito, em breve o cume do Pico Paraná se transformará em um aglomerado de rochas. Muito lixo também é deixado no cume e na trilha de acesso por pessoas desprovidas de consciência ambiental, o que exige freqüentes mutirões de limpeza, em geral coordenados pelo CPM (Clube Paranaense de Montanhismo). Problemas de erosão também ocorrem na trilha, que hoje está bastante “batida”. As áreas intermediárias de acampamento, como os Abrigos 01 e 02 também exigem constante atenção no que se refere à manutenção das clareiras
Uma das primeiras atitudes foi o decreto de criação do Parque Estadual do Pico Paraná, em 05 de junho de 2002. Apesar da pequena extensão com que este parque foi contemplado, já é pelo menos uma iniciativa louvável por parte do governo estadual. No entanto, o parque não saiu do papel e muito há ainda por se fazer.



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