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Maratona de Curitiba 2012

No domingo dia 18 de novembro rolou a Maratona de Curitiba. Havia corrido pela última vez em 2010, inclusive anunciando que não mais faria provas como essas. Naquela oportunidade, havia sofrido um bocado para concluir. Não tanto fisicamente, mas sim no espírito. O famoso saco cheio com o asfalto, já que naquele ano eu havia corrido também a Maratona de Foz do Iguaçu.

Para 2012 eu não havia me programado para correr maratonas em asfalto. Aliás, em meu calendário aqui no site até constava como provável a minha presença na maratona da minha terra. Mas o tempo passou e decidi não corrê-la.

Acontece que, poucos dias antes, meu amigo Xampa, do Rio de Janeiro, teve contratempos e não pôde comparecer aqui na terrinha, cedendo-me a inscrição e o kit. Aí pensei, por que não ir buscar a linha de chegada também? Aproveitando também o fato que minha esposa estava inscrita e motivada para a prova, decidi largar, com a mentalidade simples de concluir a prova, se desse.

Deu, e com sobra. Pouco mais de 4h17min, minha melhor marca na distância mas longe de ser merecedora dos parabéns tão comuns hoje em dia para os "guerreiros" maratonistas.

Em 2010, escrevi que correr maratonas sem treino adequado dói. Não sei, então, o que é treino adequado, pois não treinei para este evento, nada doeu e ainda baixei meu tempo. Talvez eu esteja ficando não somente mais rabugento, mas também mais "cascudo".

A rabugice fica por conta de terminar a prova com a clara sensação de que, para mim, correr uma maratona no asfalto é uma merda. Que só tem a função de massagear meu ego, que estava frágil com repetidos "fracassos" nas minhas metas esportivas de 2012. Veja como é a vida: de onde eu menos esperava (do asfalto) e de onde eu mais ridicularizava (o mundo "maratonista" cheio de rótulos), veio uma boa novidade: posso correr o quanto eu quiser, com o mínimo de treino que eu quiser, comendo o que eu quiser, vestindo o que eu quiser e falando o que eu quiser. É uma verdadeira redenção para o ego não? Ótimo para acabar o ano, mais feliz, mais coerente, mais humilde (coisa que ainda me falta muito).

Sempre me inspirei nos exemplos negativos, muito mais do que nos positivos. Quando nego vinha e falava: "a dor é passageira, desistir é para sempre", eu ria, porque achava de uma babaquice sem tamanho, uma coisa de gente frustrada que não admite perder. Hoje, todos sabemos que o autor da célebre frase é um dos maiores mentirosos da história do esporte. Tem aquela também do "no pain, no gain". Mais hilária ainda, já que é preciso ter discernimento da dor saudável e da dor que é lesão, como aquelas que a gente vê aos montes no mundo dos corredores amadores. Muitas vezes o ego faz o cara exagerar, treinar demais, não se recuperar, correr uma prova atrás da outra porque confunde amor ao esporte com aplausos dos pseudo-amigos e aí a casa cai.  Claro, não dá pra generalizar.

Mas são estes os exemplos que mais admiro. Para que não me comporte e nem me contamine com esta vibe negativamente competitiva. Gosto da competição saudável e de me desafiar. Preciso disso e me sinto incapaz de me manter motivado para levantar cedo em uma manhã chuvosa e calçar os tênis para um treino se não tiver na mente um objetivo claro e definido, de preferência de médio prazo.

Esta é a busca do momento. Que rumo tomar em 2013?

Farei as considerações no post seguinte.

Abaixo algumas imagens da minha participação na Maratona de Curitiba 2012, aquela que só corri bem e leve porque não tinha compromisso algum =D

Abraços.










Comentários

  1. Pensando e correndo agente chega lá, seja lá onde for isso, kkk

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  2. Isso se chama lastro ;-). As provas e os treinos para trilha preparam a carcaça muito bem, e por incrível que pareça, perdemos um pouco de velocidade logo no início do 'destreino', mas não tanto depois. Uma vez corri o melhor praias & trilhas assim de supetão tendo treinado só para triathlon olímpico nos últimos 2 meses ;-).

    Abração

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  3. Aeeeeee, relaxadão.
    Curti.
    Valeu !!!!

    ResponderExcluir
  4. é lastro mesmo, como disse o Rafael;)
    cê vive subindo e descendo montanha, faz altas viagens de bike, faz umas provas incríveis em trilha... cê vive preparado:)

    abração!

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