Pular para o conteúdo principal

Sobre Homens e Montanhas


Literatura de montanha me encanta. Eis um trecho que aprecio muito!

Cada passo mais para cima é uma escolha pessoal e uma responsabilidade pessoal. Precisamos ter muita clareza sobre isso antes de começar a nos aventurar. À medida que o montanhismo vai se tornando um esporte cada vez mais para os espectadores, devido aos sites e telefones por satélite, cada vez mais precisamos responder a questões sobre escolhas e responsabilidades para um público curioso, mas predominantemente desinformado.

De quem é a escolha que representa risco no final? Não é da pessoa que resolve ir até lá? Vivemos em uma sociedade voltada para a culpa, que exige explicações e prestação de contas, indo atrás de bodes expiatórios, se necessário. Se caminho pelas vias estreitas da vida, faço isso porque eu quero. Se essa beirada se rompe sob mim, aceito isso como consequência da minha escolha. Não posso culpar os outros pelo que aconteceu. Tampouco espero que aqueles que me acompanham por aquela passagem, caso me acompanhem, carreguem a culpa pelas minhas decisões. Eu faço uma escolha e vivo por ela, ou morro. A morte não é uma intenção, mas é aceita como uma possibilidade em vista do risco da atividade. Não crucifiquem meus companheiros por minhas escolhas. Simplesmente, sinto-me feliz por terem me acompanhado pelo máximo de tempo que lhes foi possível.

Cathy O'Dowd - Alpinista sul africana em seu livro Just for the Love of It (sem edição no Brasil)

O autor e amigos descendo o Cerro Plata (6.050m) com o tempo virando após tentativa frustrada de cume. Janeiro 2009.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Specialized Hardrock Sport Anos 90

Oi! Com esta bike consegui, de certa forma, realizar um sonho de adolescência: pedalar uma mountain bike com quadro de cromo-molibdênio e geometria clássica dos anos 90. A bem da verdade, lá por 1996 eu pedalei por alguns meses com uma Scott Yecora e mais recentemente, em 2014 uma Trek Antelope 800. Mas ambas tinham apenas os três tubos principais em cromoly. Esta Specialized Hardrock Sport eu consegui na Jamur Bikes, sendo trazida recentemente dos Estados Unidos pelo próprio Paulo Jamur (proprietário da loja e meu boss), que se encantou pela bike e seu estado de conservação. Quando ele colocou a bike à venda na loja, não me fiz de rogado. Era a chance de ter uma bike em cromoly e praticamente original dos anos 90. Na verdade comprei esta bike como alternativa para transporte urbano, uma vez que a Format 5222 (da qual pretendo fazer uma apresentação em post futuro) que "gravelizei" eu pretendia deixar somente para atividades esportivas. Mas gostei

Nova Bike Kode Straat - Uma boa opção para montar uma Gravel Bike

Senhoras e senhores, tudo bem com vocês? Poxa, que bike da hora! Recebemos aqui na Jamur Bikes e já fiquei de olho grande. E adianto, já garanti a minha! Sim, a Kode Riff 70 vai retornar à proposta para a qual foi concebida (MTB 27.5 polegadas) no futuro (poca plata por ora) e vou apenas colocar o guidão drop e trocadores STI na nova Kode Straat. Vejam a imagem abaixo, retirada do site do fabricante, bem como sua geometria: Não parece ser muito apropriada para montar uma Gravel que é quase Gravel? Um top tube mais parecido com as speeds do que com as MTBs, um clearance menor na passagem das rodas, passagem dos cabos interna e outras características me levam a crer que esta bike pode andar muito confortavelmente entre estradões de cascalho (gravel roads) e asfalto, ou mesmo trilhas leves. Bora fazer essa alteração. Abaixo um vídeo mostrando a bike como ela vem de fábrica, original. E aqui a ficha técnica: - Quadro em alumínio 6061. - Garfo: Alumínio.

Só o CUme Interessa - Piada Escrota

Bah, nem é piada. Acho que isso se chama cacofonia, que é quando alguma coisa dita de um jeito dá a entender que é outra coisa. Entendeu? Ah, eu também não, hehe. Enfim, não é o que importa. To escrevendo essa parada, porque li um post no blog que os colegas Bonga e Tonto montaram para divulgar sua expedição no Ama Dablam, uma das mais belas e cobiçadas montanhas do Himalaia. Este cume não é dos mais elevados nem dos mais tecnicamente exigente. Mas o Ama Dablam é lindo! Quem não gostaria de pisar em um cume assim? Lindo, majestoso, imenso... Confira abaixo: Pois é... com seus quase sete mil metros trata-se de uma cobiçada montanha, objeto de desejo de muitos. Porém, o que rola desde princípio dos anos noventa são os turistas de montanha. Nada contra eles, pelo contrário. Servem para impulsionar uma atividade ecologicamente correta, movimentar economia, transferir renda e trazer qualidade de vida para quem pratica e/ou depende dela. Porém, tudo em exagero tem um porém - to meio engraç