Pular para o conteúdo principal

Numa das curvas desta highway

Para morrer basta estar vivo.


E numa das curvas de uma highway eu vi a morte. Ou melhor, em duas curvas.

Na primeira, na verdade, eu vi quatro mortes. Um automóvel completamente destruído e pelo menos dois corpos humanos também, absolutamente destruídos. Soubemos depois que quatro dos cinco ocupantes haviam falecido no local. Um pouco mais adiante um caminhão desses com reboque, parcialmente avariado. Mas o automóvel... 

Início pouco auspicioso para uma viagem de 250 quilômetros que fiz com a Ana Barbara neste final de semana passado para assistir um show do Humberto Gessinger na sexta-feira dia 24 de junho. Chovia bastante, pista simples, alguns motoristas demonstrando imprudências absurdas. Trafegávamos nos regulamentares 80 km/h que era indicado como velocidade máxima permitida e fomos ultrapassados duas vezes, pasmem, pelo acostamento. Sim, com chuva e trânsito intenso de caminhões. E ainda não estávamos nem com 60 quilômetros de viagem.

Pouco mais de uma hora depois, quase foi a nossa vez. Estávamos descendo nos mesmos 80 km/h, quando em sentido contrário ao nosso, um caminhão ultrapassava outro em sem a menor cerimônia: faixa contínua, utilizando a nossa pista, obrigando-nos (e os demais veículos atrás de nós) a desviar para o acostamento para evitar mais uma colisão fatal. Passamos a centímetros do dito veículo e a milímetros de perder o controle descendo o barranco ao lado da estrada. Ah, essas curvas destas highways...

E seria também impossível descrever tudo que vivemos nestas quatro horas de chuva, terror e imprudência que observamos na BR 476 que nos levou a União da Vitória, interior do Paraná para celebrar a vida a dois. Muita, mas MUITA gente fazendo verdadeiras cagadas na direção. E não são cagadinhas simples destas que vemos nas cidades. São cagadas que podem matar quem não tem absolutamente nada a ver com a pressa e arrogância motorizada alheia.

Chegamos sãos e salvos já com noite avançada na bela União da Vitória. Já na hospedagem escolhida (Hotel Flórida, muito aconchegante), partimos encarar uma pizza e descansar um pouco. O horário previsto para o início era à meia noite. Lá chegamos por volta de 23:15, para pegar um bom lugar. 

Estamos ali, do meio para a frente :)


O local era uma espécie de balada, coisa que não frequentávamos há anos. Mulheres vestidas (ou não) daquele jeito padrão, homens mais ainda, com suas jaquetas de couro e seus pulloveres de lã. A música antes do show era da pior qualidade, aquele dance music estéril e sem propósito, absolutamente incompatível com um show de rock.

A galera vaiou um pouco o atraso, uma vez que o Sr. Humberto Gessinger só deu as caras pouco depois da uma da manhã. A espera foi recompensada. Foi um PUTA SHOW DE ROCK'N'ROLL.

Algumas canções estavam BEM pesadas e os caras tocaram com muito tesão. O baterista Rafael Bisogno me impressionou muito com sua técnica e vontade ao tocar. O novo guitarrista Nando Peters pareceu um pouco travado e tímido. Era fácil perceber que ele tinha uma boa técnica mas parecia que ele não queria se arriscar muito. Claro, tocar com Dom Humberto era uma roubada, principalmente pela responsabilidade de reprisar atuações de Augusto Licks e, mais recentemente Esteban Tavares. Acho que ele deverá se soltar com a sequência de apresentações.

Não gostei muito foi da duração: pouco mais de uma hora e meia de show. Mas, pelo menos, deu pra ficar pertinho e curtir canções incríveis.

Não muito acostumados a ir dormir às quatro da manhã, acordamos meio lesados no sábado. Mas deu para rodar um pouco pela cidade, conhecendo alguns lugares muito bacanas. Voltaremos para um final de semana visando conhecer as famosas cachoeiras da região.

No retorno, desta vez com sol e friozinho, optamos por um caminho alternativo que se mostrou mais seguro e muito mais bonito, via São João do Triunfo.

E assim foi o final de semana: nada de trilhas, montanhas ou heroísmos de facebook. Foi pura vida, pura música, puro amor verdadeiro :)

Abraços, boa semana!









Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Specialized Hardrock Sport Anos 90

Oi! Com esta bike consegui, de certa forma, realizar um sonho de adolescência: pedalar uma mountain bike com quadro de cromo-molibdênio e geometria clássica dos anos 90. A bem da verdade, lá por 1996 eu pedalei por alguns meses com uma Scott Yecora e mais recentemente, em 2014 uma Trek Antelope 800. Mas ambas tinham apenas os três tubos principais em cromoly. Esta Specialized Hardrock Sport eu consegui na Jamur Bikes, sendo trazida recentemente dos Estados Unidos pelo próprio Paulo Jamur (proprietário da loja e meu boss), que se encantou pela bike e seu estado de conservação. Quando ele colocou a bike à venda na loja, não me fiz de rogado. Era a chance de ter uma bike em cromoly e praticamente original dos anos 90. Na verdade comprei esta bike como alternativa para transporte urbano, uma vez que a Format 5222 (da qual pretendo fazer uma apresentação em post futuro) que "gravelizei" eu pretendia deixar somente para atividades esportivas. Mas gostei ...

Só o CUme Interessa - Piada Escrota

Bah, nem é piada. Acho que isso se chama cacofonia, que é quando alguma coisa dita de um jeito dá a entender que é outra coisa. Entendeu? Ah, eu também não, hehe. Enfim, não é o que importa. To escrevendo essa parada, porque li um post no blog que os colegas Bonga e Tonto montaram para divulgar sua expedição no Ama Dablam, uma das mais belas e cobiçadas montanhas do Himalaia. Este cume não é dos mais elevados nem dos mais tecnicamente exigente. Mas o Ama Dablam é lindo! Quem não gostaria de pisar em um cume assim? Lindo, majestoso, imenso... Confira abaixo: Pois é... com seus quase sete mil metros trata-se de uma cobiçada montanha, objeto de desejo de muitos. Porém, o que rola desde princípio dos anos noventa são os turistas de montanha. Nada contra eles, pelo contrário. Servem para impulsionar uma atividade ecologicamente correta, movimentar economia, transferir renda e trazer qualidade de vida para quem pratica e/ou depende dela. Porém, tudo em exagero tem um porém - to meio engraç...

Nova Bike Kode Straat - Uma boa opção para montar uma Gravel Bike

Senhoras e senhores, tudo bem com vocês? Poxa, que bike da hora! Recebemos aqui na Jamur Bikes e já fiquei de olho grande. E adianto, já garanti a minha! Sim, a Kode Riff 70 vai retornar à proposta para a qual foi concebida (MTB 27.5 polegadas) no futuro (poca plata por ora) e vou apenas colocar o guidão drop e trocadores STI na nova Kode Straat. Vejam a imagem abaixo, retirada do site do fabricante, bem como sua geometria: Não parece ser muito apropriada para montar uma Gravel que é quase Gravel? Um top tube mais parecido com as speeds do que com as MTBs, um clearance menor na passagem das rodas, passagem dos cabos interna e outras características me levam a crer que esta bike pode andar muito confortavelmente entre estradões de cascalho (gravel roads) e asfalto, ou mesmo trilhas leves. Bora fazer essa alteração. Abaixo um vídeo mostrando a bike como ela vem de fábrica, original. E aqui a ficha técnica: - Quadro em alumínio 6061. - Garfo: Alumínio....