Pular para o conteúdo principal

Lidando com Lesões

 Hola, que tal?


Não tenho vivido os dias mais fáceis da minha vida esportiva entre dezembro de 2020 e agora, agosto de 2022.

São quase dois anos sem a consistência idealizada, almejada e que infelizmente ficou no passado.

No último mês de 2020 sofri uma ruptura muscular nos músculos isquiotibiais da coxa esquerda, conhecido popularmente como posterior de coxa.

Não procurei tratamento correto (na verdade só descobri que se tratava de uma lesão grave após alguns meses), voltei a correr antes do prazo e tratamento ideais e acabei por atrasar bastante a recuperação.

No mês de março de 2021 uma nova torção do joelho direito que tem um LCA (Ligamento Cruzado Anterior) rompido, correndo Velódromo do Jardim Botânico de Curitiba. Incidente bobo, ao tentar desviar de um atleta parado no meio da pista enquanto eu imprimia uma boa velocidade em um treino intervalado.

Mais algumas semanas de molho.

No mês de julho de 2021 retornando aos treinos começo a sentir dormência e falta de potência em toda a cadeia posterior da minha perna esquerda.

Desta vez, consulta com especialista em coluna, exames de imagem e o diagnóstico: Protusão Discal entre L4 e L5 que estava pressionando nervos que fazem a conexão com a perna esquerda.

Tratamento é fazer fortalecimento, algo que, erroneamente, sempre acabei por subestimar, raramente fazendo alguma sessão específica.

Segui nos meses seguintes também sem muita motivação e estrutura de treinamento até o final de outubro quando decido voltar a levar a sério e correr novamente com acompanhamento especializado, junto à ML Mix Run do meu querido Manuel Lago, profissional do esporte lá do Rio de Janeiro.

No entanto, férias de 3 semanas no final de janeiro de 2022 me tirou novamente o foco e a vontade de fazer algo mais estruturado.

Prato cheio para aumentar o risco de lesões.

Pior ainda, veio uma gripe fortíssima, daquelas que acometeu quase todas as pessoas que eu conheço aqui em Curitiba entre junho e julho de 2022, logo após minha participação na Meia Maratona Internacional de Curitiba.

E agora, uma vez superado o período gripal, ao voltar a correr, uma dor incômoda no pé direito, que me leva a crer se tratar de uma fasceíte plantar provocada também pela falta de fortalecimento específico.

Iniciei na prática do Pilates em maio deste ano, o que me garantiu um visível aumento de força e flexibilidade mas que ainda parece estar longe do ideal para fornecer aquilo que preciso encarar em minhas propostas esportivas.

Pois é, amigos. A idade chega para todos. Tudo aquilo que eu fazia na casa dos meus 30 ou 35 anos hoje, com 45 anos, é impossível sem disciplina, dedicação e foco que não tenho agora.

Naqueles tempos, bastava calçar os tênis para sair correr 30 quilômetros ou meter o capacete na cabeça e fazer 100 km de bike. 

Todo este abuso do passado, as quase 40 subidas ao Pico Paraná, as 13 maratonas (sendo 8 em trilha), a La Mision Serra Fina, minha única prova de trail running de 80 km e que realizei com pouquíssimo treino específico... tudo isso teve um preço e a fatura chegou.

Escrevo para desabafar que não está sendo um momento fácil essa fase de compreender que envelhecemos e mudamos.

Que se quero novamente desafios esportivos será necessário um cuidado maior com alimentação, treinamento e descanso, os pilares do sucesso.

O primeiro passo foi dado, que é o reconhecimento de que é preciso mudar. Algumas dessas mudanças estão sendo colocadas em prática, como voltar a comer melhor, focar mais ainda no Pilates semanal, me dedicar aos treinos em cima da bicicleta antes de voltar a correr.

Significa também dar um tempo nessa fissura de gravar vídeos no YouTube visando algum retorno profissional futuro e focar naquilo que me paga as contas, viagens e alguns prazeres que é a Jamur Bikes.

Significa também tentar voltar a escrever, porque os momentos que passo junto ao teclado colocando as ideias em forma de palavras escritas me proporcionam um prazer único.

E significa, principalmente, entender que a vida é muito mais que calçar tênis e ir correr, seguir uma planilha, comprar peças de bicicleta para uma ilusória melhoria de performance em atletas amadores e se inscrever em competições.

Não deveria ser minha prioridade. É somente o complemento para uma vida mais plena. 

Então, primeiro resolver essa "base", a fundação do ser humano George Volpão.

E aí então, voltar. Com paciência. E dignidade.

Inclusive voltar a contar histórias por aqui.

Um grande abraço a todos e todas.




Comentários

  1. Volpão, Volpão
    Permita-me retrucar ...
    A gente não paga com lesões a capacidade exercida outrora... Não foram exageros, foi a sua expressão de vida.
    Lesões são multifatoriais, são momentos, são comportamentais... Isso daria uma enorme conversa...
    O certo que igualmente a saída desse cenário é comportamental, momento, cuidado e foco em si mesmo!
    Tô sempre na torcida! UP!!!
    Emílio Sant'Ana

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Salve! Pode crer, meu irmão. Concordo também em partes contigo, principalmente no que se refere à saída deste cenário. Também acredito que não tenha havido exageros mas sim que essa expressão de vida, como você citou, tem um prazo de validade.

      E que agora, o momento é outro. Como escrevi, não é mais simplesmente calçar o tênis e sair correndo feito antes. Principalmente se eu considerar que ainda quero praticar meus esportes favoritos até o último dia da minha vida. Hora de reequilibrar e centrar novamente no que mais me motiva. que é o prazer em desempenhar atividades físicas.

      Grande abraço e muito agradecido por ter você aqui. Tão raro nos dias de hoje alguém ler textos com mais de dois parágrafos que quase me surpreendi ao receber a notificação de um comentário. Só não foi surpresa total porque era você, uma pessoa que também tem essa mesma vibração de refletir a respeito dessas coisas e um parceiro de longa data no esporte. Up!

      Excluir
  2. fala mestre blz, lendo seu relato, me vejo na mesma situação, as lesões, principalmente referente a joelho por causa do futebol, foram recuperadas após longas sessões de fisio, seguindo a risca, e agora, faço pilates para o fortalecimento há algum tempo e não tenho lesões graves, apenas alguns estiramentos espontâneos, nada grave. algumas pedaladas mais hard ainda sinto o joelho, dae vejo que é hora de reduzir (nem que empurre a bike, sem vergonha, pois meu limite já chegou), ou até não aceitar pedais galaticos, mas realmente, a idade chega e manda a fatura, mas a gente parcela ela e não para nunca, força meu nobre amigo, bora passar por essa, parabens pelo canal, sempre tendo te acompanhar via redes sociais forte abraço

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Salve meu caro Anônimo, rs. Acho que a abordagem é bem esta mesmo. A gente reduz um pouco, desacelera, mas parar jamais. Vamos mantendo essa chama para podermos nos manter ativos junto á natureza. Obrigado pelo comentário :) Abração!

      Excluir

Postar um comentário

Postagens mais visitadas deste blog

Specialized Hardrock Sport Anos 90

Oi! Com esta bike consegui, de certa forma, realizar um sonho de adolescência: pedalar uma mountain bike com quadro de cromo-molibdênio e geometria clássica dos anos 90. A bem da verdade, lá por 1996 eu pedalei por alguns meses com uma Scott Yecora e mais recentemente, em 2014 uma Trek Antelope 800. Mas ambas tinham apenas os três tubos principais em cromoly. Esta Specialized Hardrock Sport eu consegui na Jamur Bikes, sendo trazida recentemente dos Estados Unidos pelo próprio Paulo Jamur (proprietário da loja e meu boss), que se encantou pela bike e seu estado de conservação. Quando ele colocou a bike à venda na loja, não me fiz de rogado. Era a chance de ter uma bike em cromoly e praticamente original dos anos 90. Na verdade comprei esta bike como alternativa para transporte urbano, uma vez que a Format 5222 (da qual pretendo fazer uma apresentação em post futuro) que "gravelizei" eu pretendia deixar somente para atividades esportivas. Mas gostei ...

Só o CUme Interessa - Piada Escrota

Bah, nem é piada. Acho que isso se chama cacofonia, que é quando alguma coisa dita de um jeito dá a entender que é outra coisa. Entendeu? Ah, eu também não, hehe. Enfim, não é o que importa. To escrevendo essa parada, porque li um post no blog que os colegas Bonga e Tonto montaram para divulgar sua expedição no Ama Dablam, uma das mais belas e cobiçadas montanhas do Himalaia. Este cume não é dos mais elevados nem dos mais tecnicamente exigente. Mas o Ama Dablam é lindo! Quem não gostaria de pisar em um cume assim? Lindo, majestoso, imenso... Confira abaixo: Pois é... com seus quase sete mil metros trata-se de uma cobiçada montanha, objeto de desejo de muitos. Porém, o que rola desde princípio dos anos noventa são os turistas de montanha. Nada contra eles, pelo contrário. Servem para impulsionar uma atividade ecologicamente correta, movimentar economia, transferir renda e trazer qualidade de vida para quem pratica e/ou depende dela. Porém, tudo em exagero tem um porém - to meio engraç...

Nova Bike Kode Straat - Uma boa opção para montar uma Gravel Bike

Senhoras e senhores, tudo bem com vocês? Poxa, que bike da hora! Recebemos aqui na Jamur Bikes e já fiquei de olho grande. E adianto, já garanti a minha! Sim, a Kode Riff 70 vai retornar à proposta para a qual foi concebida (MTB 27.5 polegadas) no futuro (poca plata por ora) e vou apenas colocar o guidão drop e trocadores STI na nova Kode Straat. Vejam a imagem abaixo, retirada do site do fabricante, bem como sua geometria: Não parece ser muito apropriada para montar uma Gravel que é quase Gravel? Um top tube mais parecido com as speeds do que com as MTBs, um clearance menor na passagem das rodas, passagem dos cabos interna e outras características me levam a crer que esta bike pode andar muito confortavelmente entre estradões de cascalho (gravel roads) e asfalto, ou mesmo trilhas leves. Bora fazer essa alteração. Abaixo um vídeo mostrando a bike como ela vem de fábrica, original. E aqui a ficha técnica: - Quadro em alumínio 6061. - Garfo: Alumínio....