Pular para o conteúdo principal

Considerações Pré-K42 Bombinhas Adventure Marathon

Nunca deixei de reparar nos comentários de atletas antes de provas importantes. Principalmente os amadores. Sempre rola uma desculpinha esfarrapada, para tirar um certo "peso" das costas. Lembro dos papos antes das largadas: "ah, to com uma dorzinha no joelho, não tenho treinado direito". Outra bem comum é: "Esse percurso não é minha especialidade". Tem também essa: "passei a semana com febre e vou correr só pra curtir". Também tenho as minhas desculpas, é claro. Neste momento, estou de olho em uma belíssima bolha que adquiri hoje. Ah, tem também um corte no dedão causado por uma pedra que entrou no meu tênis lá pela metade do treino do dia e resolvi ignorar.

Mas, se for comparar esta semana a anterior à K42 Bombinhas de 2009, tenho certeza que estou mais forte, mais treinado e com mais bagagem. Não faço longos de mais de 30Km há mais de um mês. Mas quem são esses treinadores sabichões, que dizem que longões de mais de 30Km é que preparam você para uma maratona? Seriam os mesmos que dizem que é absurdo correr mais que duas maratonas em um ano? Confio no meu taco e pronto.

Bicho esquisito esse, o tal do corredor. Cada vez me identifico menos com esse rótulo. Sinto-me cada vez mais um estranho nesse meio, já que não corro para chegar na frente e sim para chegar mais feliz e realizado. Reduzi drasticamente o número de competições, ao ver que gosto mesmo é de correr e não de competir. Cheguei ao ponto de pensar em competir, a partir de 2011, apenas na K42 Bombinhas, que é verdadeiramente minha corrida dos sonhos. Quero voltar a subir mais montanhas. Rodar de bike pelas roças que eu visitava nos anos 90, sem compromisso de performance. Viver mais intensamente, sem essa de "tem que correr isso e mostrar que você é o fodão que corre 84 Km em dois dias". Estou louco pra me enfiar em um rio ou uma represa e remar, com uma mochila e barraca, para acampar nas margens tranquilamente.

Busco me aventurar. Sem rótulos do tipo "sou corredor", sou "maratonista", sou "escalador", sou "ciclista". Rótulos são apenas isso: rótulos. Prefiro me concentrar no meu conteúdo. E dentro de mim está um montanhista, corredor, aventureiro, mochileiro, remador, ciclista e muito mais. Um ser vivo, capaz de fazer muito mais que contar quilômetros e calcular paces.

E por já ter me aventurado nos mares, nas montanhas, nos rios, nas paredes e nesse imenso playground que é o Planeta Terra, eu anuncio: Viva intensamente! Esteja aberto a novas possibilidades, novas atividades. Se joga, cara! E pare de olhar pro garmim, senão o buraco te engole. Ou o moço na esquina te diz: dá o relógio, mano!

Que venham as montanhas andinas, uma vez mais, em fevereiro de 2011!

Beijos e abraços!



"Padre Voador". Um rótulo...

Comentários

  1. ROOTS !!!
    A N I M A L !!!
    Vc falou tudo. Eu gosto de correr e não de participar de competições.
    Por essas e por outras que fico meio assim e começar a fazer triatlo.
    Mas, vou começar e ver o que dá.
    Gosto de pedalar, mas pelas ruas e parques. Ir na padaria ou no mercado de bike.
    Enfim, estamos juntos.
    Post sensacional!

    ResponderExcluir
  2. Isso ae! Xampa!

    Novos rumos se desenhando, e uma vida mais leve!

    Mete a cara no triathlon, aproveita a experiencia. Acho super valido! No minimo vc irá se divertir!

    Grande abraço e adeus aos rótulos :)

    ResponderExcluir
  3. resumiu tudo, correr por prazer, diversao, o importante é estar de bem com a vida. Parabens pelo post. abraços

    ResponderExcluir

Postar um comentário

Postagens mais visitadas deste blog

Specialized Hardrock Sport Anos 90

Oi! Com esta bike consegui, de certa forma, realizar um sonho de adolescência: pedalar uma mountain bike com quadro de cromo-molibdênio e geometria clássica dos anos 90. A bem da verdade, lá por 1996 eu pedalei por alguns meses com uma Scott Yecora e mais recentemente, em 2014 uma Trek Antelope 800. Mas ambas tinham apenas os três tubos principais em cromoly. Esta Specialized Hardrock Sport eu consegui na Jamur Bikes, sendo trazida recentemente dos Estados Unidos pelo próprio Paulo Jamur (proprietário da loja e meu boss), que se encantou pela bike e seu estado de conservação. Quando ele colocou a bike à venda na loja, não me fiz de rogado. Era a chance de ter uma bike em cromoly e praticamente original dos anos 90. Na verdade comprei esta bike como alternativa para transporte urbano, uma vez que a Format 5222 (da qual pretendo fazer uma apresentação em post futuro) que "gravelizei" eu pretendia deixar somente para atividades esportivas. Mas gostei

Nova Bike Kode Straat - Uma boa opção para montar uma Gravel Bike

Senhoras e senhores, tudo bem com vocês? Poxa, que bike da hora! Recebemos aqui na Jamur Bikes e já fiquei de olho grande. E adianto, já garanti a minha! Sim, a Kode Riff 70 vai retornar à proposta para a qual foi concebida (MTB 27.5 polegadas) no futuro (poca plata por ora) e vou apenas colocar o guidão drop e trocadores STI na nova Kode Straat. Vejam a imagem abaixo, retirada do site do fabricante, bem como sua geometria: Não parece ser muito apropriada para montar uma Gravel que é quase Gravel? Um top tube mais parecido com as speeds do que com as MTBs, um clearance menor na passagem das rodas, passagem dos cabos interna e outras características me levam a crer que esta bike pode andar muito confortavelmente entre estradões de cascalho (gravel roads) e asfalto, ou mesmo trilhas leves. Bora fazer essa alteração. Abaixo um vídeo mostrando a bike como ela vem de fábrica, original. E aqui a ficha técnica: - Quadro em alumínio 6061. - Garfo: Alumínio.

Só o CUme Interessa - Piada Escrota

Bah, nem é piada. Acho que isso se chama cacofonia, que é quando alguma coisa dita de um jeito dá a entender que é outra coisa. Entendeu? Ah, eu também não, hehe. Enfim, não é o que importa. To escrevendo essa parada, porque li um post no blog que os colegas Bonga e Tonto montaram para divulgar sua expedição no Ama Dablam, uma das mais belas e cobiçadas montanhas do Himalaia. Este cume não é dos mais elevados nem dos mais tecnicamente exigente. Mas o Ama Dablam é lindo! Quem não gostaria de pisar em um cume assim? Lindo, majestoso, imenso... Confira abaixo: Pois é... com seus quase sete mil metros trata-se de uma cobiçada montanha, objeto de desejo de muitos. Porém, o que rola desde princípio dos anos noventa são os turistas de montanha. Nada contra eles, pelo contrário. Servem para impulsionar uma atividade ecologicamente correta, movimentar economia, transferir renda e trazer qualidade de vida para quem pratica e/ou depende dela. Porém, tudo em exagero tem um porém - to meio engraç