julho 17, 2011

Treino 01 para a Copa do Mundo de 2014 - Pico Paraná

Ok...não vou jogar futebol.

No entanto até poderia, já que a seleção brasileira foi eliminada pelo Paraguai hoje na Copa América. O revés foi nos pênaltis por não terem acertado nenhuma das quatro cobranças...quem sabe, mesmo com 37 anos na Copa eu jogue melhor que esses picaretas...

Esse treino foi pensando na Copa do Mundo de 2014, onde espero estar fora do país por uns dias para competir em uma prova verdadeiramente selvagem e dura (dica melhor que essa impossível).

Mas o assunto não é esse. O que importa é que fui pra beira da estrada às sete da manhã, peguei um busão até o vilarejo de Terra Boa e lá percorri 7 km de estrada de chão com desnível positivo acumulado de 250 metros.

Levei uma horinha pra fazer isto e entrei na trilha rumo ao Pico Paraná. No caminho alguns velhos amigos, como o Pereira, o Xandão e a Flavinha (já acampamos muitas vezes juntos). Mais adiante trombei com o Magro. Quase no alto, topei com o Adnam (velho, desculpe não dar toda a atenção que um encontro como esse a quase dois mil de altitude merece, eu tava pra lá de bagdá).

Depois de três horas, atingi o cume do morro do monte do Pico Paraná, com seus 1877 metros de altitude. Mais cansado que de costume, afinal havia 4 anos que não pisava naquele local, fiquei apenas 5 minutos no cume e desci, o que me tomou mais duas horas e meia. O custo do excesso foram algumas cãimbras que controlei com sucesso após reduzir o ritmo por alguns minutos.

Da fazenda até a BR-116, mais precisamente no Posto Tio Doca, foram os mesmos 7 quilômetros da manhã, porém, mesmo em descida, demorei um pouco a mais.

No fim das contas: 28 quilômetros em 7h55min com 1987 metros de desnivel positivo acumulado.

Lições do treino 01 visando a Copa do Mundo 2014:

1-) A corrida emburrece o corpo no sentido mais amplo da palavra. Depois de tanto tempo longe das subidas mais íngremes e dos trechos técnicos me senti um pato. Correr é preciso, como treino aeróbico e de fácil acesso. Mas subir montanhas em trilhas exigentes trabalha cada milímetro do seu organismo.

2-) A segunda lição tem a ver com a primeira: ser especialista é uma bosta. Você se prende numa porra de coisa, só faz isso e se julga diferente. Hoje na montanha fiquei com vontade de fazer aula de surfe. Grande merda eu correr 42 quilômetros num asfalto quente e numa cidade fedorenta se não sei ficar em pé numa prancha? Que vida é essa?

3-) Depois da quarta ou quinta hora de atividade, não tem físico que mande em você. Quem manda é tua cabeça. Assim como a trilha, tive altos e baixos psicológicos que só me permitiram desfrutar tanto porque não lutei contra meus bodes e dores momentâneas. Em algum momento o sol volta a brilhar no cérebro, as dores vão embora e a gente vira super-homem de novo. É hora de aproveitar e socar a bota.

4-) Cuidar mais da alimentação, de preferência comd espertador avisando a hora de ingerir algo. Acho uma porcaria esse tipo de controle mas acho que fez falta hoje. Poderia ter evitado alguns maus-bocados que passei ao faltar energia (santa coca-cola).

5-) A última lição serve de título para um livro: Treine menos, viva mais (o manual do atleta sem planilhas).

Abraços!






5 comentários:

  1. Belo post reflexivo.
    Livro interessante.
    Acrescentaria em 4 semanas ao titulo.

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  2. Valeu Volpão. Este "treine menos, viva mais" é bem o que tem passado pela minha cabeça. Na verdade por enquanto estou buscando o treine menos, lesione-se menos....abcs!

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  3. gostei demais de suas dicas!
    e esse "treine menos, viva mais" diz tudo! na verdade, acho que a grande sacada seria a gente treinar mais variado... aquilo que você falou sobre o surf...

    parabéns pelo artigo, george!
    dicas valiosas, e muito bem escritas!

    abraços!

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  4. aprendo muito no teu blog. muito obrigado !!!

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  5. Ah, vcs leitores! Fico feliz de saber que não sou um cara escrevendo no vazio e que minha maneira de pensar não é tão horrososa assim =)

    Brigado, moçada!

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