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De como o calor afeta a (minha) performance

É sabido por todos nós que essa primeira semana de fevereiro de 2010 tem sido marcada pelo forte calor nas regiões sul e sudeste de nosso Brasil. Lendo relatos em blogs e no twitter de amigos meus, os comentários são sempre sobre a queda de ritmo, o maior sofrimento e até mesmo a redução da quilometragem esperada para a sessão.

Estudos científicos, inclusive recentemente publicados na Revista Go Outside recentemente, comprovam isso.

Mas que coisa: eu adoro correr no calor! Então vamos nessa. Durante essa semana, como sempre não treinei muito. Minha quilometragem semanal chegou a apenas 45 Km, o que pra mim é mais que suficiente. Durante a semana por questões de (apertada) agenda, eu corro na madrugada, antes de amanhecer. Mas no domingo 07-02 quis sentir de novo o calor forte, saindo para uma corrida de 12 Km por volta das dez e meia da manhã.

O calor me afeta a performance? Com certeza. Eu busco performance em treinos? Não, com certeza. Hora de mostrar resultado é em competição. Dane-se se meu pace cai 7 milionésimos de hora em um treino no calor. E ainda conto com a vantagem de caso me deparar com condições quentes em competições, eu já ter real noção de como meu corpo funciona.

O amigo do twitter @eduardo_acacio que mantém o blog Porque Eu Corro comentou hoje comigo sobre essas insanidades. As pessoas possuem diferentes preferências e seus organismos também funcionam de forma diferente. É o caso dele, que prefere madrugar para fugir do calor. Eu prefiro dormir um pouco mais e encarar a fornalha do primeiro planalto paranaense.

É preciso, claro, cuidar com os excessos e principalmente ouvir os sinais do corpo: vermelhidão, pele seca e quente, tonturas, respiração forçada...

Uma dica que aprendi, sigo sempre e me mantém sob controle é simplesmente parar de correr e caminhar por 30 segundos a cada 5 minutos de corrida. Nesse intervalo conseguimos reduzir a temperatura corporal alguns décimos de grau (é impressionante ver a pele se arrepiando pra dissipar o calor recebido do sangue que deixa de circular nas pernas pra movimentar a musculatura e se dirige para a pele). Outro fator que rola é o suor que cobre a pele e quando voltamos a correr refresca bastante.

Acho que o calor sim me afeta o cérebro, tendo idéias insanas como ultramaratonas no deserto, travessias de montanha no verão e outras coisas.

A sensação de superação, de dificuldade, de batalha mesmo é incomparável. Que graça tem correr uma prova ou treino onde tudo está perfeito?

As montanhas que subi, as corridas que participei, sempre as mais lembradas são as mais duras, as mais sofridas e as com maiores dificuldades.

Então, hora de curtir o calor e esperar pelo inverno. Sim, porque também adoro correr com temperaturas negativas do primeiro planalto paranaense.

Um beijo!




George em setembro de 2007, correndo uma meia maratona em montanha sob 29 graus.

Comentários

  1. Interessante esse descanso de 30 segundos a cada 5 minutos de corrida. Não acaba sendo muita caminhada? Você está se referindo a um trino de quantas horas? Quanto ao calor, meu Deus do céu! Está de matar. Ora sou do seu time, e prefiro dormir um pouco mais, ora dou do time do Eduardo Acácio, e prefiro acordar bem cedinho... Bons treinos.

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  2. Até onde devemos ir? Nossa mente mandar correr e nosso corpo manda parar! A única certeza é a hidratação constante durante os treinos e provas. Não gosto de calor, porém não sou homem da neve pra viver no frio ou um Esquimó para ter uma casa de Iglu. Vá, mas vá com calma e se hidrate bem.

    Abraços
    Correguto

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  3. Texto sensacional! Parabéns!
    Tbm prefiro e sempre espero ansiosamente pelo forte verão.
    Sei lá, tenho uma sensação bem maior de superação. Não chego a desejar ultramaratonas no deserto como vc (claro, é maluco), mas adoro.
    Muito boa a dica de caminhar a cada 5 minutos, vou segui-la antes de ter aquela sensação de “será que eu morri?” hehe!
    Outro ponto que adorei: Não ser pego de surpresa numa competição.
    Valeu, George! Aguardamos ansiosamente o próximo.

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