Era algo que sempre tinha comigo, tornando-me muitas vezes um cara chato ao insistir nesse ponto: "Você só aproveitará as verdadeiras sensações que a corrida pode proporcionar a partir do momento que se envolver com as corridas de longa distância, acima dos 15 quilômetros". A todos eu repetia isso.
E ontem, domingo 26 de abril, aproximadamente 3.000 pessoas vivenciaram cada um suas sensações na II Meia Maratona da Linha Verde.
A largada foi distante 21 km do centro da cidade. Tomando o rumo sul pela menina dos olhos da administração estadual - a Linha Verde - a chegada foi realizada em ponto emblemático e central da capital mineira, a Praça da Estação. Entre estes dois pontos, quem correu encontrou subidas duras para quem não estava acostumado, calor forte para meus padrões sulistas e muita gente caminhando após as primeiras subidas, entregando o fato que muitos estavam em sua primeira prova na distância.
Pudemos encontrar também um público animado apoiando, embora boa parte dos gritos de incentivo envolvessem as expressões "galo" e "zêro", evidenciando o forte apelo que o futebol tem nas terras mineiras, mesmo em eventos de corrida de rua. Não sendo torcedor de nenhum dos times, curti apenas a energia do caloroso público, que ajudou muito nas horas mais duras.
Esses minutos que pareceram horas, em meu caso particular, foram entre os quilômetros 15 e 17, Onde a subida mais longa da prova, junto com o sol que castigava me obrigaram a reduzir o ritmo para um passo sonolento e sofrido, em uma espécie de mantra suplicante pela aproximação da linha de chegada.
Ao final desta subida inesquecível, um chuveirinho colocado pela organização e um último gole no gel energético foram responsáveis pelos minutos - que também pareceram horas - mais gratificantes da prova. Pude curtir aqueles derradeiros 4 quilômetros desfrutando de verdade, correndo entre túneis e viadutos, observando os carros parados nas vias transversais interditadas pela provas, com motoristas absolutamente inconscientes da felicidade que eu sentia pelo momento especial que esse final de prova significava para mim.
Os treinos impossibilitados desde o início do ano pela patologia nos rins, as incertezas quanto ao futuro neste esporte, a frustração de hoje correr em ritmo muito menor do que já tive oportunidade de correr... isso tudo foi destruído nos 21.097 metros desta prova que representou para mim uma superação que estava precisando muito para seguir em frente com o projeto que estabeleci para mim no mundo das corridas.
Correr uma meia maratona sem treino, como foi meu caso, é algo que não recomendo a ninguém. Faça o que digo, não faça o que faço. Paguei o preço do não treinamento com um tempo alto para meus padrões, com um pace de 6'08" o km. Pouco menos de 2 horas e 10 minutos de prova. Mas a minha necessidade de completar uma prova dessa era tão grande que o tempo não era coisa menor. Importava era o desafio de corrê-la do jeito que fosse. Porque a partir de hoje as coisas mudam. E em breve vocês irão saber como, onde e porquê.
Mais informações sobre a prova em breve no site da prova.
Um abraço!
E ontem, domingo 26 de abril, aproximadamente 3.000 pessoas vivenciaram cada um suas sensações na II Meia Maratona da Linha Verde.
A largada foi distante 21 km do centro da cidade. Tomando o rumo sul pela menina dos olhos da administração estadual - a Linha Verde - a chegada foi realizada em ponto emblemático e central da capital mineira, a Praça da Estação. Entre estes dois pontos, quem correu encontrou subidas duras para quem não estava acostumado, calor forte para meus padrões sulistas e muita gente caminhando após as primeiras subidas, entregando o fato que muitos estavam em sua primeira prova na distância.
Pudemos encontrar também um público animado apoiando, embora boa parte dos gritos de incentivo envolvessem as expressões "galo" e "zêro", evidenciando o forte apelo que o futebol tem nas terras mineiras, mesmo em eventos de corrida de rua. Não sendo torcedor de nenhum dos times, curti apenas a energia do caloroso público, que ajudou muito nas horas mais duras.
Esses minutos que pareceram horas, em meu caso particular, foram entre os quilômetros 15 e 17, Onde a subida mais longa da prova, junto com o sol que castigava me obrigaram a reduzir o ritmo para um passo sonolento e sofrido, em uma espécie de mantra suplicante pela aproximação da linha de chegada.
Ao final desta subida inesquecível, um chuveirinho colocado pela organização e um último gole no gel energético foram responsáveis pelos minutos - que também pareceram horas - mais gratificantes da prova. Pude curtir aqueles derradeiros 4 quilômetros desfrutando de verdade, correndo entre túneis e viadutos, observando os carros parados nas vias transversais interditadas pela provas, com motoristas absolutamente inconscientes da felicidade que eu sentia pelo momento especial que esse final de prova significava para mim.
Os treinos impossibilitados desde o início do ano pela patologia nos rins, as incertezas quanto ao futuro neste esporte, a frustração de hoje correr em ritmo muito menor do que já tive oportunidade de correr... isso tudo foi destruído nos 21.097 metros desta prova que representou para mim uma superação que estava precisando muito para seguir em frente com o projeto que estabeleci para mim no mundo das corridas.
Correr uma meia maratona sem treino, como foi meu caso, é algo que não recomendo a ninguém. Faça o que digo, não faça o que faço. Paguei o preço do não treinamento com um tempo alto para meus padrões, com um pace de 6'08" o km. Pouco menos de 2 horas e 10 minutos de prova. Mas a minha necessidade de completar uma prova dessa era tão grande que o tempo não era coisa menor. Importava era o desafio de corrê-la do jeito que fosse. Porque a partir de hoje as coisas mudam. E em breve vocês irão saber como, onde e porquê.
Mais informações sobre a prova em breve no site da prova.
Um abraço!
É isso que nós precisamos provas mais longas e que de verdade nos façam sentir a adrenalina ao olharmos uma subida e termos que ir morro acima.
ResponderExcluirabraço