(texto escrito originalmente em agosto de 2009)
Salve corredores!
Já havia algum tempo que eu vinha bolando o conteúdo deste post. Primeiro surgiu com a curiosidade natural, ao ver diversos atletas de endurance (maratonistas e triatletas) no exterior utilizando "meiões" parecidos com os de futebol. Em seguida uma pesquisa na internet me revelou que o uso deste produto ainda era incipiente mesmo lá fora. E por fim, alguns amigos interessados em saber mais.
Porém, no ano passado foram publicados alguns estudos a respeito de tecidos de compressão (o que leva a aplicação do princípio da compressibilidade a outros itens de vestuário) revelando melhorias na performance. Talvez não precise ser muito estudioso para perceber como isso funciona. A compressão do tecido junto à musculatura agiliza a remoção dos resíduos metabólicos resultantes da queima da adenosina trifosfato (o combustível da célula proveniente da glicose, em uma série de processos químicos). Esses resíduos presentes na musculatura são um dos responsáveis pela fadiga, cãimbras e dores que sentimos durante atividades de longa duração. Mas não vou me estender muito neste aspecto científico, até porque não sou profissional da área. Quero relatar apenas minha experiência como usuário do artefato. Uma matéria técnica muito boa a respeito dos tecidos de compressão foi publicada no site Ativo.com e pode ser conferida clicando aqui.
Fazendo uma busca internética pelo produto aqui em nosso Brasil, verifico que não encontro tal item disponível (a exceção de uma loja especializada em triathlon que pede a bagatela de 198 reais por um par, fora de cogitação). Os preços destas meias específicas nos E.U.A. gira em torno de 25 dólares. Quem tiver a oportunidade de conseguir essas meias no exterior eu recomendo. Marcas como a Oxysox são bem recomendadas. O ideal dessas meias é o fato delas terem a medida determinada como ideal para atletas, entre 24 e 26 mmHg (milímetros de mercúrio).
No entanto, em meu caso particular, não estava disposto a comprar lá fora (frete, demora na entrega, formas de pagamento inviabilizavam). Resolvi testar alguns modelos nacionais, que não são específicos para atletas, pois contam com taxa de compressão entre 18 e 21 mmHg.
Após longas e demoradas buscas na internet encontrei dois fabricantes que pareciam chegar perto daquilo que eu buscava. Recomendo-as: Kendall e Sigvaris. Nos sites desses dois fabricantes é possível encontrar o endereço das lojas que comercializam o produto, bem como uma busca no google lhe mostrará diversos resultados de lojas eletrônicas.
Decidi por comprar aqui mesmo em Belo Horizonte. Constrangimento nunca foi uma característica minha e a vendedora deixou-me bastante à vontade na loja, repleta de clientes procurando meias para varizes, penicos e outros produtos hospitalares e fisioterápicos. É importante comprar sempre o tamanho correto, que é determinado pela circunferência da panturrilha o comprimento da perna. Existe uma tabela que auxilia a determinar seu tamanho ideal e um bom vendedor saberá atender você. Algumas lojas virtuais disponibilizam a tabela para que você mesmo encontre sua medida e faça seu pedido com segurança.
Acabei por decidir-me pela Kendall, média compressão, com 20 mmHg. Preço amigo, 56 reais. A meia é construída com materiais que impedem a proliferação de mau cheiro e é confortável a ponto de eu dispensar as meias normais de corrida, pelo menos quando usada com meu tênis favorito para corridas longas, o Mizuno Prorunner 11. Para as corridas de montanha testei apenas com o Salomon XT Wings e não tive muito sucesso: bolhas nos primeiros quilômetros. Uma outra meia por cima será necessária nos treinos seguintes. A Sigvaris oferece também a opção de meia sem a ponta dos dedos, o que pode parecer uma idéia interessante, mas preferi não arriscar bolhas e costuras desnecessárias.
A Salomon também está testando esse tipo de material com o espanhol multicampeão de ultramaratonas em montanha, Kilian Jornet. O visual parece ser bem arrojado, como é do feitio da marca francesa. O interessante é que elas não são propriamentemeias e sim algo como os pernitos de ciclismo, atuando apenas na região da canela e panturrilha, deixando de fora os pés e a coxa.
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Minha experiência:
Desde meu início em corridas de longa distância jamais tive as panturrilhas 100%. Já tive dores e cãimbras em provas de meia maratona em montanha, na ascensão do Cerro Plata na Argentina (após caminhar 5 horas com mochila pesando 27 quilos), em treinos de >corrida em trilha na Serra do Mar paranaense. Antes da Maratona do Rio usei esta meia em algumas oportunidades, sempre em treinos acima de 26 km. A situação das pernas durante e após a corrida sempre foram melhores do que quando treinava sem elas. Realmente o cansaço era menor e as dores não existiam mais. Porém o teste de fogo seria realmente os 42.195 metros da Maratona. Funcionou! Absolutamente sem dores na panturrilha. Dor alguma! De problemas musculares senti apenas dores leves no posterior da coxa esquerda, o que me leva a crer que usar bermudas de >compressão também seja uma boa idéia (postarei outro tópico a respeito). Estou pensando em utilizá-las também para recuperação pós-esforço, algo que também tem se tornado comum entre atletas top (coisa que não sou, mas não custa imitar o que é bom).
Bolhas? Nenhuma. Os pés pareciam ter saído de uma corridinha de 5 km. Intactos, feios por natureza.
Concluindo: Não é o modelito mais lindo do mundo. Muitos corredores ainda se apegam ao visual tradicional, de regatas calçoes curtos e tênis. Muitos não usam sequer bonés ou óculos. Tenho visão diferente deste tradicionalismo (que também é muito visto no ciclismo de estrada europeu, onde só recentemente pôde ser visto a presença de quadros de bicicleta de geometria sloping, por exemplo). Acredito que experimentar novidades é válido e se funcionar, não me importo com visual ou coisas assim. O que vale mesmo é funcionar, ficar confortável. Se ficou bonito, melhor ainda.
E vamos que vamos, testando e aprovando (ou reprovando).
Um abraço!
Salve corredores!
Já havia algum tempo que eu vinha bolando o conteúdo deste post. Primeiro surgiu com a curiosidade natural, ao ver diversos atletas de endurance (maratonistas e triatletas) no exterior utilizando "meiões" parecidos com os de futebol. Em seguida uma pesquisa na internet me revelou que o uso deste produto ainda era incipiente mesmo lá fora. E por fim, alguns amigos interessados em saber mais.
Porém, no ano passado foram publicados alguns estudos a respeito de tecidos de compressão (o que leva a aplicação do princípio da compressibilidade a outros itens de vestuário) revelando melhorias na performance. Talvez não precise ser muito estudioso para perceber como isso funciona. A compressão do tecido junto à musculatura agiliza a remoção dos resíduos metabólicos resultantes da queima da adenosina trifosfato (o combustível da célula proveniente da glicose, em uma série de processos químicos). Esses resíduos presentes na musculatura são um dos responsáveis pela fadiga, cãimbras e dores que sentimos durante atividades de longa duração. Mas não vou me estender muito neste aspecto científico, até porque não sou profissional da área. Quero relatar apenas minha experiência como usuário do artefato. Uma matéria técnica muito boa a respeito dos tecidos de compressão foi publicada no site Ativo.com e pode ser conferida clicando aqui.
Fazendo uma busca internética pelo produto aqui em nosso Brasil, verifico que não encontro tal item disponível (a exceção de uma loja especializada em triathlon que pede a bagatela de 198 reais por um par, fora de cogitação). Os preços destas meias específicas nos E.U.A. gira em torno de 25 dólares. Quem tiver a oportunidade de conseguir essas meias no exterior eu recomendo. Marcas como a Oxysox são bem recomendadas. O ideal dessas meias é o fato delas terem a medida determinada como ideal para atletas, entre 24 e 26 mmHg (milímetros de mercúrio).
No entanto, em meu caso particular, não estava disposto a comprar lá fora (frete, demora na entrega, formas de pagamento inviabilizavam). Resolvi testar alguns modelos nacionais, que não são específicos para atletas, pois contam com taxa de compressão entre 18 e 21 mmHg.
Após longas e demoradas buscas na internet encontrei dois fabricantes que pareciam chegar perto daquilo que eu buscava. Recomendo-as: Kendall e Sigvaris. Nos sites desses dois fabricantes é possível encontrar o endereço das lojas que comercializam o produto, bem como uma busca no google lhe mostrará diversos resultados de lojas eletrônicas.
Decidi por comprar aqui mesmo em Belo Horizonte. Constrangimento nunca foi uma característica minha e a vendedora deixou-me bastante à vontade na loja, repleta de clientes procurando meias para varizes, penicos e outros produtos hospitalares e fisioterápicos. É importante comprar sempre o tamanho correto, que é determinado pela circunferência da panturrilha o comprimento da perna. Existe uma tabela que auxilia a determinar seu tamanho ideal e um bom vendedor saberá atender você. Algumas lojas virtuais disponibilizam a tabela para que você mesmo encontre sua medida e faça seu pedido com segurança.
Acabei por decidir-me pela Kendall, média compressão, com 20 mmHg. Preço amigo, 56 reais. A meia é construída com materiais que impedem a proliferação de mau cheiro e é confortável a ponto de eu dispensar as meias normais de corrida, pelo menos quando usada com meu tênis favorito para corridas longas, o Mizuno Prorunner 11. Para as corridas de montanha testei apenas com o Salomon XT Wings e não tive muito sucesso: bolhas nos primeiros quilômetros. Uma outra meia por cima será necessária nos treinos seguintes. A Sigvaris oferece também a opção de meia sem a ponta dos dedos, o que pode parecer uma idéia interessante, mas preferi não arriscar bolhas e costuras desnecessárias.
A Salomon também está testando esse tipo de material com o espanhol multicampeão de ultramaratonas em montanha, Kilian Jornet. O visual parece ser bem arrojado, como é do feitio da marca francesa. O interessante é que elas não são propriamentemeias e sim algo como os pernitos de ciclismo, atuando apenas na região da canela e panturrilha, deixando de fora os pés e a coxa.
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Minha experiência:
Desde meu início em corridas de longa distância jamais tive as panturrilhas 100%. Já tive dores e cãimbras em provas de meia maratona em montanha, na ascensão do Cerro Plata na Argentina (após caminhar 5 horas com mochila pesando 27 quilos), em treinos de >corrida em trilha na Serra do Mar paranaense. Antes da Maratona do Rio usei esta meia em algumas oportunidades, sempre em treinos acima de 26 km. A situação das pernas durante e após a corrida sempre foram melhores do que quando treinava sem elas. Realmente o cansaço era menor e as dores não existiam mais. Porém o teste de fogo seria realmente os 42.195 metros da Maratona. Funcionou! Absolutamente sem dores na panturrilha. Dor alguma! De problemas musculares senti apenas dores leves no posterior da coxa esquerda, o que me leva a crer que usar bermudas de >compressão também seja uma boa idéia (postarei outro tópico a respeito). Estou pensando em utilizá-las também para recuperação pós-esforço, algo que também tem se tornado comum entre atletas top (coisa que não sou, mas não custa imitar o que é bom).
Bolhas? Nenhuma. Os pés pareciam ter saído de uma corridinha de 5 km. Intactos, feios por natureza.
Concluindo: Não é o modelito mais lindo do mundo. Muitos corredores ainda se apegam ao visual tradicional, de regatas calçoes curtos e tênis. Muitos não usam sequer bonés ou óculos. Tenho visão diferente deste tradicionalismo (que também é muito visto no ciclismo de estrada europeu, onde só recentemente pôde ser visto a presença de quadros de bicicleta de geometria sloping, por exemplo). Acredito que experimentar novidades é válido e se funcionar, não me importo com visual ou coisas assim. O que vale mesmo é funcionar, ficar confortável. Se ficou bonito, melhor ainda.
E vamos que vamos, testando e aprovando (ou reprovando).
Um abraço!
oi, george!
ResponderExcluirde vez em quando procuro essas meias de compressão pra ver se encontro pra vender em algum lugar!
mas ô troço difícil de achar! rsss
queria experimentar, principalmente depois de uma prova mais longa que fiz, quando minhas pernas incharam muito!
nem me lembrei dessas da kendall!