Pular para o conteúdo principal

O início nas corridas de montanha

Putz, lembro até hoje como tomei contato pela primeira vez com a expressão Corridas de Montanha. Havia acabado de comprar uma revista dessas voltadas à pratica de esportes de aventura quando li uma notinha falando sobre o primeiro Circuito Brasileiro de Corridas de Montanha. Naquele minuto eu senti que eu queria fazer isso, e que isso seria parte importante do seguimento da minha vida esportiva. Isso foi em 2006 ou 2005, não me recordo direito. Eu andava desanimado com as pedaladas na minha MTB, sem muito tesão de correr sempre nas mesmas estradas, de saco cheio mesmo. Eu já andava pelas montanhas do Paraná havia vários anos também, mas estava faltando algo.

Percebi que competir em uma prova dessas seria a chance de me testar em um ambiente conhecido, as trilhas. E de uma forma rápida, sem peso, contra o relógio mesmo.

A idéia permaneceu dormente até 2007 quando decidi encarar a primeira etapa do Circuito Paranaense de Corridas em Montanha, que foi realizado na cidade de Colombo, região metropolitana de Curitiba. A distância era de 10 km mas eu jamais poderia imaginar como eu sairia transformado dessa prova. O clima estava bastante quente e úmido, as pirambeiras eram enormes, impossíveis de correr tão íngremes eram. Havia riachos para serem cruzados (molhando os pés obrigatoriamente), estradas de terra, pastos, trilhas em florestas, um pouco de tudo. Dez quilômetros em 1h10min parece muito em uma prova de rua (que na época corria em 47min), no entanto foi tudo muito rápido. A prova exigiu atenção total no terreno, nos postos de hidratação, nas bifurcações (algumas pessoas acabaram errando caminho), enfim, era mais que apenas correr. Cheguei no pelotão do meio. Havia em torno de 50 inscritos de todas as idades e fiquei em sétimo na minha categoria, a M 30-39.

Neste mesmo ano participei de mais duas provas, já na distância de meia maratona, 21 km. Provas duríssimas, sendo a que ocorreu em Campo Magro uma das mais difíceis da distância no Brasil segundo experientes atletas que correram lá. Tanto que na prova seguinte, em Rio Branco do Sul, meu tempo baixou de 3h30min para 2h25min. Mesma distância, nenhuma mudança nos tempos nas provas de rua.

Voltei a sentir o sabor da competição. Uma competição diferente, pois como tem pouca gente nas provas, sempre menos de 100 pessoas nos casos que relatei, acaba-se fazendo amizade muito facilmente. É um povo meio “marginal”, totalmente desprovido de estrelismos, mesmo os top-5, que mantenho contato de amizade até hoje.

A organização das provas no Paraná ficava por conta da Naventura Eventos, que este ano também organizará este circuito. Em meu caso particular, já que hoje vivo em Belo Horizonte, torço para que apareçam mais provas do gênero por aqui também. Hoje já existe uma boa quantidade de provas com esse conceito, porém restritas principalmente aos Estados de São Paulo e Paraná. Se a idéia é experimentar um treino que tal mandar um mail e a gente marcar?

Um abraço e até a próxima!






Comentários

  1. Pepe,
    está aí um jeito de correr que nunca tinha pensado e quem sabe um dia vou testá-lo?
    Realmente, deve ter um clima diferente de outras provas.
    Abs.

    ResponderExcluir
  2. Vc está certo, correr na montanha realmente transforma o cara. Eu fiz minha primeira corrida alguns meses atras em Balsa Nova e saí de lá com a certeza que tinha encontrado o que estava procurando. Agora estou aguardando ancioso a etada da ilha do mel...

    Um abraço e parabéns pelo blog.

    Luiz

    ResponderExcluir
  3. Antes pelotão do meio, hoje, pelotão Quênia das montanhas! =P

    ResponderExcluir

Postar um comentário

Postagens mais visitadas deste blog

Specialized Hardrock Sport Anos 90

Oi! Com esta bike consegui, de certa forma, realizar um sonho de adolescência: pedalar uma mountain bike com quadro de cromo-molibdênio e geometria clássica dos anos 90. A bem da verdade, lá por 1996 eu pedalei por alguns meses com uma Scott Yecora e mais recentemente, em 2014 uma Trek Antelope 800. Mas ambas tinham apenas os três tubos principais em cromoly. Esta Specialized Hardrock Sport eu consegui na Jamur Bikes, sendo trazida recentemente dos Estados Unidos pelo próprio Paulo Jamur (proprietário da loja e meu boss), que se encantou pela bike e seu estado de conservação. Quando ele colocou a bike à venda na loja, não me fiz de rogado. Era a chance de ter uma bike em cromoly e praticamente original dos anos 90. Na verdade comprei esta bike como alternativa para transporte urbano, uma vez que a Format 5222 (da qual pretendo fazer uma apresentação em post futuro) que "gravelizei" eu pretendia deixar somente para atividades esportivas. Mas gostei ...

Só o CUme Interessa - Piada Escrota

Bah, nem é piada. Acho que isso se chama cacofonia, que é quando alguma coisa dita de um jeito dá a entender que é outra coisa. Entendeu? Ah, eu também não, hehe. Enfim, não é o que importa. To escrevendo essa parada, porque li um post no blog que os colegas Bonga e Tonto montaram para divulgar sua expedição no Ama Dablam, uma das mais belas e cobiçadas montanhas do Himalaia. Este cume não é dos mais elevados nem dos mais tecnicamente exigente. Mas o Ama Dablam é lindo! Quem não gostaria de pisar em um cume assim? Lindo, majestoso, imenso... Confira abaixo: Pois é... com seus quase sete mil metros trata-se de uma cobiçada montanha, objeto de desejo de muitos. Porém, o que rola desde princípio dos anos noventa são os turistas de montanha. Nada contra eles, pelo contrário. Servem para impulsionar uma atividade ecologicamente correta, movimentar economia, transferir renda e trazer qualidade de vida para quem pratica e/ou depende dela. Porém, tudo em exagero tem um porém - to meio engraç...

Nova Bike Kode Straat - Uma boa opção para montar uma Gravel Bike

Senhoras e senhores, tudo bem com vocês? Poxa, que bike da hora! Recebemos aqui na Jamur Bikes e já fiquei de olho grande. E adianto, já garanti a minha! Sim, a Kode Riff 70 vai retornar à proposta para a qual foi concebida (MTB 27.5 polegadas) no futuro (poca plata por ora) e vou apenas colocar o guidão drop e trocadores STI na nova Kode Straat. Vejam a imagem abaixo, retirada do site do fabricante, bem como sua geometria: Não parece ser muito apropriada para montar uma Gravel que é quase Gravel? Um top tube mais parecido com as speeds do que com as MTBs, um clearance menor na passagem das rodas, passagem dos cabos interna e outras características me levam a crer que esta bike pode andar muito confortavelmente entre estradões de cascalho (gravel roads) e asfalto, ou mesmo trilhas leves. Bora fazer essa alteração. Abaixo um vídeo mostrando a bike como ela vem de fábrica, original. E aqui a ficha técnica: - Quadro em alumínio 6061. - Garfo: Alumínio....