Relato da K42 Bombinhas Adventure Marathon
agosto 19, 2009Eu não lembro muito bem se foi uma sirene, um apito ou apenas um “vai!”. Sei apenas que não era um tiro de canhão. Mas quando dei por mim estava correndo em uma areia gostosa, não muito batida e também não muito solta. Cruzar o pórtico de largada fincado na areia não havia levado mais que alguns segundos. E mais de cento e quarenta cabras determinados se bandearam em uma meta ousada: percorrer os 42 quilômetros da primeira Maratona Trail Run do Brasil, a Vila do Farol K42 Adventure Marathon.
Sua largada teve lugar na praia central do internacionalmente conhecido Município de Bombinhas, situado no litoral norte de Santa Catarina. Suas águas claríssimas, de transparência absurda e sua natureza preservada realmente chamam a atenção. A ausência de edifícios elevados e as suas ruas estreitas o deixam com um jeitão mais família, pelo menos nesta época “off-season”.
Após percorrermos alguns metros à beira-mar, tomamos um leve desvio por uma rua de asfalto (menos de um quilômetro) com uma subidinha que faria torcer o nariz qualquer corredor acostumado apenas com as provas de rua. Desembocamos em seguida na praia de Bombas para mais um ou dois quilômetros arenosos até quebrarmos à esquerda para nos dirigirmos ao primeiro grande desafio do dia: a subida do Morro da Antena. Um primeiro posto de hidratação por volta do quilômetro seis já anunciava que logo na sequência não haveria refresco. Antes de encarar a pirambeira eu já podia ver os atletas caminhando morro acima, dezena de metros acima de mim.
No fim das contas subir o tal do Morro da Antena nem foi tão árduo. Tratou-se de uma subida em caminhada acelerada, me lembrando dos tempos de montanhista camelando na estrada que levava ao início da trilha rumo ao Pico Paraná. Após avistar as ditas antenas que emprestam o nome ao morro começava uma sucessão de sobes e desces por trilhas lamacentas onde era possível notar que fazia parte do roteiro de motociclistas em busca de aventura, dado o grau de erosão pelo caminho. Esse trecho foi bastante técnico, exigindo atenção para se evitar quedas, bem como paciência para não descer rápido demais e judiar muito da musculatura das coxas.
Por estas bandas ultrapassamos o quilômetro 10, no meu caso em pouco mais de uma hora e dez de prova, o que achei um tanto mais rápido do que eu pretendia. Logo iniciou-se dura e decisiva descida rumo à isolada Praia da Lagoa, acessível apenas por esta trilha que percorríamos ou por mar.



10 comentários
Pepe,meu amigo de maratonas, parabéns pelo seu relato.
ResponderExcluirVocê escreve muito bem.
Espero voltar lá na próxima edição.
Segue um ultra abraço para vc e certamente que nos encontraremos nas próximas aventuras.
Ah... pelo visto parece que essa daí nem doeu, uai! Well... pelo menos na do Rio havia um gostinho de sangue na sua narrativa (nossa, que coisa horrível que eu falei agora). Bom, não me leve a mal, tipo, guardadas as proporções, foi uma narrativa mais sofrida, digamos.
ResponderExcluirBuuut... isso é um bom sinal: significa que agora você já tá tirando de letra essa bagaça de maratona e tal! Virou fichinha pra você o tal dos 42cá!
Falow aê, Volpão!
Bjus e inté!
Parabens pela prova e pelo relato.
ResponderExcluirJá li alguns e muitos reclamaram da falta de água. Bem, vc em nenhum momento falou sobre isso, o que me me leva a crer que foi preparado.
Parabens !!!
Olá Xampa!
ResponderExcluirValeu pelo comentário. Mas para mim não faltou água em nenhum posto de hidratação. E olha que cheguei no pelotão intermediário, hein... Durante a prova percebi muita gente com os mesmos males do ser humano comum, não-corredor: reclamar de tudo: da camiseta, da água quente, dos postos de hidratação que estava 400 metros além do que foi combinado. Tinha um cara que reclamou durante a prova que a banana estava verde, ve se pode! Eu comi e estava ótima! E mesmo se não estivesse...uai, vamos correr né? Nesse tipo de prova, de longa distância, é sempre importante se garantir. Corri com minha mochilinha com água de coco e alimentação. Isso foi recomendado durante o congresso técnico. muitos não estavam presentes...
Enfim, muita coisa pode ser melhorada, é claro. Mas estarei lá em 2010, bem como muita gente que conversei por lá.
Aline, valeu a torcida! Realmente correr em Bombinhas pareceu ser mais tranquilo para mim. Creio em dois motivos: Estava melhor treinado (só eu sei o quanto treinei pelos barrancos de BH) e o terreno me favorece, já que sou originário do montanhismo paranaense, famoso pela dureza das trilhas. No Rio tinha tb a pressão da estréia na distância. Bombinhas fui realmente curtir.
Elisete, muito obrigado de coração pelas palavras! Vamos nos encontrando pelas trilhas e estradas dessa vida. E muito provavelmente na Maratona de Curitiba!
Bjos e abraços!
Grande George!
ResponderExcluirMuito legal o seu relato. Quero acompanhar você qualquer dia destes...
Abraços!
Rodrigo Stulzer
transpirando.com
Rapaz, só de ler seu relato deu vontade de participar da próxima.
ResponderExcluirParabéns,
Luiz
Rodrigo e Luiz, obrigado pelas palavras! E vamos correr todas essas!!!
ResponderExcluirFazer os 600 abdominais fica até sem graça perto desse desafio.Tá chegando a subida da Graciosa e eu já to sentindo as pernas tremerem...
ResponderExcluirParabéns mais uma vez!!
Oi, querido amigo!
ResponderExcluirLer o seu relato e assistir o vídeo acima, dá uma vontade louca de participar!
Fiquei aqui torcendo por você! Parabéns pela corrida!
Grande beijo!
Pepe: Obrigado pela visita no blog e parabéns pela prova. Estou no Hotel em Nova Friburgo esperando chegar a hora da proxima batalha: SuperMaratona de Friburgo, 50km na Serra Fluminense, para relaxar da Prova de Bombinhas. Abraço.
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