Pular para o conteúdo principal

Ultra Trail du Mont Blanc - Final Report

Bons dias!

Chegou ao final uma das grandes ultramaratonas do mundo. A sétima edição da The North Face Ultra Trail du Mont Blanc rolou neste fim de semana fazendo parte na verdade de um grande evento: 3 países (França, Itália e Suiça), 1600 voluntários, um total de 5.600 participantes, forte cobertura da mídia e um orçamento estimado de 1,3 milhões de euros.

Depois da incrível vitória no ano anterior do jovem Kilian Jornet(Salomon), 21, em cima do italiano bicampeão Marco Olmo, 61, o espanhol era o grande favorito para completar os 166 Km da prova principal à frente de todos. Ele provou estar em grande forma este ano, após uma série de vitórias nas corridas da World Skyrunning Series, e a quebra do recorde da GR20 na Ilha de Córsega. Porém nesta edição havia muitos pretendentes ao título da UTMB: Marco Olmo havia abandonado a Western States 100 milhas mas havia corrido outras boas provas este ano. Scott Jurek iria encarar os Alpes mais uma vez após não completar também a Western States. Segundo colocado em 2008, Dawa Sherpa era apontado por Kilian como um dos favoritos. Assim como Vincent Delabarre (vencedor de 2004) e Samuel Bonaudo. O japonês Tsuyochi Kaburaki era outro candidato para o pódio bem como muitos outros como Sébastien Chaigneau, Mohamed Ahansal ou Julien Chorier. Pelo lado feminino, as apostas iam para a britânica Elizabeth Hawker (vencedora em 2005 e 2008), Kristin Moehl (que viunha de uma grande temporada) ou Monica Aguillera (recuperada de uma lesão no joelho).

A prova principal teve sua largada às 18:30 da sexta-feira, com 2.300 corredores tendo o tempo limite de 46 horas para completar os 166 Km da prova. Os líderes seguiram juntos em um pequeno grupo de seis atletas até o primeiro checkpoint, mas por volta do Km 15 Jornet e o italiano Silvano Fedel (vencedor da TransAlpineRun 2008) se adiantaram. Quinze minutos atrás deles vinham Jurek, Csaba e Delabarre. Primeiras baixas: Olmo e Sherpa abandonaram e não seguiram além do checkpoint em Contamine (Km 30). "Eu não tinha mais forças, nem nos meus braços, nem nas minhas pernas. Eu me sentia vazio e não fazia sentido correr nestas condições", disse o nepalês, apresentando sintomas de uma fase inicial de anemia.

Jornet aumentou sua vantagem logo após La Croix du Bonhomme, abrindo 17 minutos para Jurek que havia ultrapassado Fedel em um bom passo. Um grupo de atletas vinha na perseguição (Csaba, Heras, Chaigneau, Chorier, Delabarre) menos de 30 minutos atrás.

No feminino Moehl persegui Hawker e diminuía a diferença a cada passagem dos checkpoints. A subida para o Col de la Seigne (Km 60) cobrou seu preço para Jurek, Fedel e alguns outros. Mas Jornet e Kaburaki (que alcançava o quarto lugar até então) ignoraram e seguiram em frente em bom ritmo.

E com a chegada da noite as dificuldades só aumentaram. Orientar-se em um ambiente de montanha não é uma tarefa fácil, nem mesmo em um evento organizado. A chuva e a neblina tornaram tudo mais difícil para os atletas, mesmo aqueles que lideravam. Logo no começo desses trechos, Scott Jurek tomou um caminho errado e acabou caindo para oitavo lugar. Monica Aguilera teve um prejuízo de 40 minutos ao perder-se sob uma neblina densa na região do Bonhomme. O mesmo rolou com Elizabeth Hawker que perdeu-se várias vezes e acabou cendendo o primeiro lugar para Kris Moehl. Kaburaki também perdeu tempo na neblina próximo à cidade italiana de Courmayeur. Na verdade pouco foram os que não erraram o caminho em algum ponto da prova.

Quando chegou a manhã Kilian liderava com folga. Chorier estava a 30 minutos e Chagneau a 45. Jurek era o quarto, Delabarre abandonara, e no feminino Moehl dropara Hawker definitivamente, ocupando a 21ª posição geral.

Com 140 km de prova, Jornet continuava forte e aumentava a sua vantagem, abrindo uma hora para o segundo colocado. A briga então passou a ser por esta posição. Chagneau, Kaburaki e o alemão Uli Calmbach vinham fortes e estre eles havia apenas 15 minutos de diferença. O francês Lionel Trivel e o japonês Minehero Yokohana vinham fortes e Jurek caía para a oitava posição.

Finalmente às 16:03 do sábado, Kilian Jornet cruzou a linha de chegada em Chamonix. 21h33min18seg foi seu tempo, 30 minutos mais lento que no anterior. Assim comprovou que atualmente é o corredor de montanha mais forte da atualidade. Uma hora mais tarde chegaram Chagneau e Kaburaki para completar o pódio.

A vitória de Kilian pode ter parecido fácil, mas foi longe disso. "Eu tive que lutar do começo ao fim, não foi um rolê tranquilo pela natureza" disse o espanhol da Cataluña. "Nós começamos rápidos, puxados pelo Sherpa, Delabarre e um pequeno grupo de 5, inclusive Scott Jurek. estava duro manter esse ritmo. O tempo gelado no Grand Col du Ferret realmente complicou. Tivemos que ficar atentos quanto à hidratação e reposição alimentar sob condições tão severas".

Moehl terminaria sua sexta participação na UTMB obtendo uma boa boa vitória em cima de Liz Hawker. 24h56min01seg e 11º lugar na geral entre todos os atletas."Uma das melhores corridas da mina vida!", disse a corredora do Oregon, EUA, após cruzar a linha de chegada."Persegui a UTMB por seis anos. Foi uma corrida dura, muito diferente da minha primeira vez. Ter Hawker ao meu lado por algum tempo ajudou a me manter focada na trilha e em como meu corpo respondia."

O top-ten foi completado pelos alemães Calmbach(4) e Hohenadler(10), os japoneses Yokohama(6) e Yamamoto(8), os franceses Trivel(5) e Giraud-Sauveur(9) e o húngaro Csaba(7). Jurek fechou em 19º. Monica Agullera goi a terceira entre as mulheres e Zimmerman, Rousset, Ehanno, a brasileira Cristina de Carvalho, Olasagasti, Mase and Gruffaz fecharam o top-ten feminino deste ano.

Este texto foi traduzido e adaptado de matéria publicada em www.trailrunningsoul.com.

Abraços.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Specialized Hardrock Sport Anos 90

Oi! Com esta bike consegui, de certa forma, realizar um sonho de adolescência: pedalar uma mountain bike com quadro de cromo-molibdênio e geometria clássica dos anos 90. A bem da verdade, lá por 1996 eu pedalei por alguns meses com uma Scott Yecora e mais recentemente, em 2014 uma Trek Antelope 800. Mas ambas tinham apenas os três tubos principais em cromoly. Esta Specialized Hardrock Sport eu consegui na Jamur Bikes, sendo trazida recentemente dos Estados Unidos pelo próprio Paulo Jamur (proprietário da loja e meu boss), que se encantou pela bike e seu estado de conservação. Quando ele colocou a bike à venda na loja, não me fiz de rogado. Era a chance de ter uma bike em cromoly e praticamente original dos anos 90. Na verdade comprei esta bike como alternativa para transporte urbano, uma vez que a Format 5222 (da qual pretendo fazer uma apresentação em post futuro) que "gravelizei" eu pretendia deixar somente para atividades esportivas. Mas gostei

Nova Bike Kode Straat - Uma boa opção para montar uma Gravel Bike

Senhoras e senhores, tudo bem com vocês? Poxa, que bike da hora! Recebemos aqui na Jamur Bikes e já fiquei de olho grande. E adianto, já garanti a minha! Sim, a Kode Riff 70 vai retornar à proposta para a qual foi concebida (MTB 27.5 polegadas) no futuro (poca plata por ora) e vou apenas colocar o guidão drop e trocadores STI na nova Kode Straat. Vejam a imagem abaixo, retirada do site do fabricante, bem como sua geometria: Não parece ser muito apropriada para montar uma Gravel que é quase Gravel? Um top tube mais parecido com as speeds do que com as MTBs, um clearance menor na passagem das rodas, passagem dos cabos interna e outras características me levam a crer que esta bike pode andar muito confortavelmente entre estradões de cascalho (gravel roads) e asfalto, ou mesmo trilhas leves. Bora fazer essa alteração. Abaixo um vídeo mostrando a bike como ela vem de fábrica, original. E aqui a ficha técnica: - Quadro em alumínio 6061. - Garfo: Alumínio.

Só o CUme Interessa - Piada Escrota

Bah, nem é piada. Acho que isso se chama cacofonia, que é quando alguma coisa dita de um jeito dá a entender que é outra coisa. Entendeu? Ah, eu também não, hehe. Enfim, não é o que importa. To escrevendo essa parada, porque li um post no blog que os colegas Bonga e Tonto montaram para divulgar sua expedição no Ama Dablam, uma das mais belas e cobiçadas montanhas do Himalaia. Este cume não é dos mais elevados nem dos mais tecnicamente exigente. Mas o Ama Dablam é lindo! Quem não gostaria de pisar em um cume assim? Lindo, majestoso, imenso... Confira abaixo: Pois é... com seus quase sete mil metros trata-se de uma cobiçada montanha, objeto de desejo de muitos. Porém, o que rola desde princípio dos anos noventa são os turistas de montanha. Nada contra eles, pelo contrário. Servem para impulsionar uma atividade ecologicamente correta, movimentar economia, transferir renda e trazer qualidade de vida para quem pratica e/ou depende dela. Porém, tudo em exagero tem um porém - to meio engraç